A cada 100 trabalhadores de SP, um sofre de LER
São Paulo/SP- Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de cada 100 trabalhadores do Estado de São Paulo, um apresenta algum sintoma relacionado a esse mal. E o pior, o problema costuma se manifestar no auge da carreira profissional, entre 30 e 40 anos.
O que é LER? Segundo o médico Renato Igino dos Santos, clínico-geral e especialista em saúde e segurança do trabalho, a LER - ou lesão por esforço repetitivo - não é uma doença em si. É a classificação de um conjunto de males provocados pela atividade que a pessoa executa durante o trabalho. Esses problemas afetam o chamado sistema muscular-esquelético, que engloba os membros superiores, os inferiores, a coluna cervical e a lombar.
Entre as doenças classificadas como LER estão a tendinite, que é a inflamação dos tendões, a cervicalgia e a epicondilite - respectivamente, dor no pescoço e no cotovelo.
Quais os sintomas característicos da LER?
Cansaço, diminuição da força física, dor ao efetuar certos movimentos e até sensação de formigamento. Esses são avisos do organismo indicando que a musculatura está sobrecarregada pela atividade do dia a dia. Em geral, os sintomas estão relacionados com problemas nos braços e no pescoço. 
Mas, dependendo do trabalho exercido pelo indivíduo, pernas e outras partes do corpo também acabam afetadas.
O que fazer se a LER já se tornou crônica?
Segundo Igino, cerca de 90% dos casos, se detectados logo, obtêm melhora após três meses de tratamento. O tratamento combina exercícios fisioterápicos, remédios e reeducação postural. Se os sintomas persistirem após o dobro desse tempo, a lesão é classificada como crônica.
O que acontece quando a LER não é tratada?
A tendência é que os sintomas se agravem tornando-se até insuportáveis.
Que cuidados uma pessoa que digita oito horas por dia deve tomar?
O que se deve levar em conta é a carga de digitação nessas oito horas. É importante que durante a jornada de trabalho a pessoa realize pausas e faça exercícios de alongamento.
O que acontece com o funcionário que sofre de LER? Ele deve ser afastado do trabalho?
Dependendo da atividade que a pessoa exerce, a relação entre o trabalho e o local da lesão por esforço repetitivo é direta, isto é, com o grupo muscular mais solicitado. Não há casos específicos, mas sim condições específicas de relação direta entre o local da lesão, o movimento realizado e o grupo muscular solicitado. Nessa situação, o trabalhador deve, temporariamente, ser reconduzido a outra atividade diferente daquela que exige do grupo muscular afetado. Para isso, é necessário realizar uma análise ergonômica do trabalho para tomar as medidas necessárias. Segundo Igino, o afastamento da atividade é necessário quando a função expõe ainda mais o trabalhador a realizar movimentos repetitivos.