Candidatos não são coisas, são pessoas!

Há quase 12 meses, eu publiquei um pensamento meu, sobre como é o comportamento da minoria de profissionais de RH que já tive contato. Sim, porque a maioria trata pessoas como pessoas, e não como "mão de obra" ou coisas. Este print que segue abrilhantando meu post, foi no exato momento que atingi 2463 curtidas e 309 comentários, sendo que seguidamente, chegou ao topo de 6050 curtidas. Pensei na época, mas por que será que tantas pessoas compartilham com o mesmo pensamento? 

Desde então, venho pesquisando, entrevistando pessoas e empresas, para que eu conseguisse trazer algumas conclusões sobre os processos seletivos seletivos aqui no Brasil.

Todos os dias centenas de milhares de candidatos encaram recrutadores ao redor do mundo. Buscar uma oportunidade de trabalho no mercado é uma tarefa que exige muita paciência e perseverança. Quase sempre, após o envio do currículo e a realização da entrevista, a empresa estipula um prazo para retornar sobre o resultado, mas a maioria das vezes a organização não cumpre.

Vamos então às conclusões:

• A maioria das empresas não dão retorno, nenhum retorno. Situação que é prejudicial tanto para a empresa, que coloca em dúvida sua credibilidade diante dos potenciais colaboradores, quanto para o candidato, que fica impedido de comprometer-se com outra vaga. De acordo com uma pesquisa de 2014, aponta que 91% não tem retorno em processos seletivos. Ou seja, você não está sozinho, aprenda a lidar melhor com esse momento. Mas o que fazer quando não se tem uma resposta: Faça um plano, e estabeleça uma meta de tentativas, se assim a empresa lhe permitir, como por exemplo, um e-mail ou telefone de contato. Não exceda o limite, caso contrario você será irritante e pode parecer desesperado. Por outro lado, se você não acompanhar o processo seletivo, você pode estar demonstrando falta de interesse. Apenas permita-se um determinado número de tentativas ao longo de um tempo limitado. Utilize da sua network, verifique se conhece alguém que trabalhe naquela empresa  e veja se consegue informações e por fim siga sua intuição, perceba que a empresa realmente não irá contratá-lo, parte para outra.
• A falta de colaboradores na área de recursos humanos e a sobrecarga de trabalho desses profissionais podem ser as principais causas dessa ausência ou demora em oferecer retorno num processo seletivo. Em média cada oportunidade em aberto, o profissional recebe, 530 currículos e, me informaram que a maioria está fora do perfil anunciado. Talvez aí seja o momento de se inovar a forma de atrair talentos no mercado de trabalho, e não anúncios como são feitos até hoje, vazios, mecanizados. Nem sempre o que atrai um talento, é salário e benefício, e sim os desafios e resultados conquistados por aquela oportunidade.
• Outro ponto levantando foi o tempo. Devido a falta de processos bem definidos, não há, dentro do ponto de vista dos profissionais de R&S, uma forma adequada de dar retorno negativo, e isso, demanda muito tempo. Está ai novamente o momento de inovar, de criar processos criativos e humanos para darmos retorno a quem se interessou pela nossa empresa e infelizmente naquela oportunidade não possuía o conhecimento necessário para o desafio que propusemos. Vamos inovar!
• Outro ponto que pesquisei bastante, foi a abordagem feita através das redes sociais (em especial ao próprio Linkedin), que são evasivas e mais uma vez sem retorno. (Esta experiência, eu passei e sinceramente, não é adequado. Se você aborda um candidato, lhe oferecendo uma oportunidade, por favor, dê retorno.)

Vale ressaltar que o candidato que recebe uma resposta negativa tem mais sucesso em processos posteriores se agradecer a atenção e colocar-se à disposição da companhia. Já a organização deve manter uma porta aberta com os indivíduos que não se enquadram na oportunidade, mas que poderão ser aproveitados mais adiante.

O processo de pós-entrevista nem sempre reflete diretamente a cultura corporativa da companhia, mas você vai se lembrar disso quando decidir se candidatar a outro cargo no futuro.

Em períodos de crise e retomada de crescimento têm sido extremamente duro para quem trabalha com RH, demissões, orçamentos diminuídos e status reduzido, passam a fazer parte do cotidiano da função de RH. A atração de talentos, e a excelência no retorno aos disponíveis no mercado será cada vez mais difícil.

O que tenho para falar ao final desse texto? Mais amor por favor! Dê retorno, profissionais de RH (me incluo nessa). Aborde de forma humana e genuína os pontos em que o candidato não se encaixou naquele perfil. Saliente os pontos positivos da sua vida profissional, e o mantenha no seu radar, afinal ele é seu cliente e um dia você poderá ser o cliente dele.