CAPACITAÇÃO E CAPITAL DE GIRO: NÃO ABRA UMA EMPRESA SEM ELES
O Brasil é considerado um dos maiores celeiros de empreendedores do mundo. É notório o desejo latente no brasileiro em ter seu próprio negócio e se tornar seu “próprio patrão”. Com destaque especial para as brasileiras. Entretanto, esta grande virtude tem sido maculada por uma triste realidade: muitas empresas fecham antes de completar um ano de existência. E a maioria deixa o marcado nos três anos seguintes.
Poderíamos jogar a culpa deste “empresocídio” na pesada carga tributária, no custo da mão-de-obra, no crédito caro e escasso. Certamente que todos estes fatores, que compõem o chamado “Custo Brasil”, têm uma grande parcela de culpa. Entretanto, uma análise mais profunda aponta para um problema que se manifesta antes mesmo da “concepção” da empresa: a falta de capacitação gerencial. Embora instituições como o Sebrae ofereçam aos candidatos à empresários a oportunidade de conhecerem previamente as características e peculiaridades dos diversos ramos existentes no mercado e se prepararem para conceberem e administrarem um novo negócio, a esmagadora maioria abre uma empresa baseada apenas em conhecimento técnico ou atraída pelo “canto do rouxinol” de algum nicho de marcado. Simplesmente contrata os serviços de um escritório de contabilidade para cuidar da “papelada” e alguns meses depois está fechando, sem dinheiro e o que é pior, muitas vezes atolada em dívidas.
Também quero destacar aqui outro grande erro que deve ser evitado pelo empreendedor: abrir a empresa sem capital de giro. Como comentou o Prof. Marins em uma de suas palestras, por muito tempo as empresas basearam sua saúde financeira no volume de vendas. Mas isto se mostrou insuficiente pois também é necessário que a receita seja maior que a despesa. Passaram então a tomar por base o lucro e descobriram que ele nada mais é que um artifício contábil. Finalmente, chegaram a correta conclusão que uma empresa saudável é aquela que, além de vendas e lucro, tem capital de giro. Quando vezes ouvimos falar que uma empresa está “sem fôlego”. Pois é: ele é realmente o oxigênio da empresa. E, nestes tempos de altas taxas de juros, depender de instituições financeiras para manter um negócio é como segurar um caminhão sem freio ladeira abaixo e iniciar um negócio com esta dependência é como empurrar um caminhão carregado ladeira acima.
Portanto, se corre em suas veias um espírito empreendedor, antes de lançar-se na aventura de desbravar o mercado, seja em que ramo for, prepare-se para enfrenta-lo. Busque o auxílio de ”rangers” que lhe ajudarão a encontrar a melhor “trilha”, usando as “ferramentas” adequadas e interpretando os “sinais da natureza”. Ser empresário no Brasil ainda continuará sendo uma grande aventura, mas bem menos arriscada.
Wagner Moraes - www.globalconsultorias.com.br
Head Comercial - Sócio
5 aVerdade