Capela Sistina
O Papa Júlio II convidou Michelangelo para construir seu mausoléu. Porém, alguns conselheiros alertaram Sua Santidade de que o escultor tinha algumas ideias contrárias à igreja. O Papa resolveu então voltar atrás e retirar o convite.
Michelangelo ficou indignado: já havia iniciado o serviço e temia um desgaste público de sua imagem. Por isso, exigiu uma compensação.
Novamente Júlio recorreu a seus conselheiros, que propuseram uma solução maquiavélica: oferecer ao artista um trabalho que certamente ele não aceitaria. Todos sabiam que Michelangelo amava escultura e não se interessava por pintura. Mais de uma vez, declarara “ odiar os pincéis”. Apesar disso, o Papa o chamou para pintar os afrescos de uma pequena igreja.
O artista ficou dividido: se recusasse, ofenderia a Igreja: Se aceitasse, poderia fazer um trabalho apenas um trabalho mediano e manchar sua reputação. Sem alternativas, Michelangelo aceitou.
Canalizando sua revolta para o trabalho, o escultor fez uma profunda imersão na pintura. Leu tudo sobre o que havia disponível e consultou mestres no assunto. Estudou obsessivamente tudo o que pôde. Finalmente, trancou-se na igrejinha por quatro anos e só saiu de lá com o trabalho finalizado.
Esta é a história da Capela Sistina, uma obra-prima que nasceu de uma desavença. “Se as pessoas soubessem quanto sofri e trabalhei para pintar isso, não achariam tão maravilhoso”, desabafou, mais tarde, um cansado Michelangelo.
Oportunidades Disfarçadas – Carlos Domingos – Pág. 242
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6 aCappella Musicale Pontificia Sistina