CARVÃO E DIAMANTE – QUAL O SEU VALOR?

CARVÃO E DIAMANTE – QUAL O SEU VALOR?

Carvão e diamante são substâncias que têm a mesma composição, mas valores extremamente diferentes. Imagine só fazer joias usando carvão ou acender uma lareira colocando diamantes para queimar, não seria absurdo?

Na verdade, a semelhança entre diamante e carvão limita-se apenas ao fato de que o carvão é um mineral rico em carbono e os diamantes também são feitos de carbono. E por que o diamante possui valor tão alto, ao contrário do carvão, que é simplesmente queimado?

Vejamos as diferenças no processo de formação:

Os diamantes são obtidos sob altíssimas pressões a partir do magma presente no interior da Terra (bem abaixo da crosta). Foram necessários vários séculos para que camadas de magma fossem sendo depositadas umas sobre as outras, acarretando em forte pressão. O magma foi sendo comprimido até se petrificar. O resultado você já sabe, diamantes belos, duráveis e muito valiosos.

Já o carvão surge de um processo bem mais simplificado e acessível, ele é obtido a partir da decomposição de folhas, vegetação e árvores. O carvão é formado a partir das mudanças físicas e químicas propícias a essas condições, num tempo bem inferior ao que origina o diamante. Portanto, não seria possível ambas substâncias possuírem o mesmo valor comercial, uma vez que o tempo de formação se difere nos dois processos.

Comparemos nosso desenvolvimento com essas condições:

- Todos nós nascemos e nos desenvolvemos com o passar do tempo. Aprendemos a nos equilibrar, andar, desenvolvemos nossos sentidos entre outras atribuições que o ser humano tem.

Há no ser humano um potencial infinito que precisa ser despertado. Esse potencial é desenvolvido mediante as pressões da vida. A pressão se apresenta como riscos, como necessidade de superação, como transformações, como perdas, etc..

O ser humano nasceu para ser carvão ou diamante?

Nascemos, nos criamos, crescemos, estudamos, nos especializamos e ao seguirmos o apelo de nossa natureza humana para o desenvolvimento nos tornamos mais do que carvão na vida. Naturalmente o ser humano é levado a ser como o diamante, mas a excelência humana não para nisso!

Tornamo-nos diamantes, porém, ainda como pedras brutas. Há que haver a lapidação! A lapidação humana é um constante vir a ser.

Na lapidação humana há que se respeitar a individualidade, pois assim como os diamantes, um ser humano não é igual ao outro. Lapidar-se é sair do estado de pedra bruta e quanto mais o ser humano se lapida, mais ele se torna singular, único e com brilho próprio. Mas, assim como o diamante, que para ser lapidado precisa de outro diamante, também o ser humano para se lapidar precisa de outros seres humanos. O seu brilho está dentro de você, mas para lapidar-se e brilhar ainda mais você precisa do mundo.

O mundo não é o processo de lapidação, mas vimos que este processo precisa de duas coisas: tempo e pressão. Tornar-se alguém melhor a cada dia é um processo que somente terá finalidade se servir para alguma coisa.

Reflita…

O que determina o valor de um diamante não é a embalagem que ele tem e sim o seu brilho e a sua dimensão. O diamante é uma pedra bruta e opaca quando retirada da natureza.

O ser humano é um ser puro e indefeso ao nascer. O diamante ao ser lavado, lapidado e polido é a pedra mais bela e preciosa do mundo.

O ser humano, após ter suas potencialidades desenvolvidas e lapidadas, torna-se o melhor do ser humano no mundo.

Pessoas são como diamantes. Corremos o risco de jogá-las fora só porque não tivemos a disposição de olhá-las para além de suas cascas. Lapidar-se e auxiliar o outro é encarar as situações cotidianas que se apresentam como oportunidades de desenvolvimento, seu e do outro, e isto se faz com atitudes e comportamentos.

Lapidar-se é o mesmo que amadurecer e o caminho do amadurecimento não se desenrola de maneira fácil. Sendo assim, é preciso de tempo (o palco para as oportunidades) e suportar a pressão (para aproveitar as oportunidades).

Mas ninguém é obrigado a se lapidar!

Há quem prefira viver no comodismo de uma prisão construída em si mesmo, pois não lapidar-se é aprisionar a sua própria natureza humana que carrega em si o propósito do desenvolvimento. Aquele que considera valioso o seu desenvolvimento encontra valor em auxiliar o outro a se desenvolver. É assim que aquele que brilha também ilumina. Lapidar é amadurecer e precisa do tempo, mas não é o tempo que amadurece nem faz brilhar.

Há pessoas que envelhecem e são opacos imaturos. Lapidar é amadurecer e precisa da pressão da vida, mas não são as pressões da vida que amadurecem e fazem brilhar.

Há pessoas que se acomodam em seus defeitos e que fogem das pressões da vida se escondendo da vida. É claro que alguém pode enfiar a cabeça num buraco para não atender a sua própria natureza humana que busca o desenvolvimento e colocar coisas neste buraco que distraia a sua atenção enquanto a vida passa

Carvão e diamante são substâncias que têm a mesma composição, mas valores extremamente diferentes.

Assim como as pessoas!

Você é carvão ou diamante?

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