CEO em tempos de guerra
Nesses momentos turbulentos, onde o mundo está em luta contra um novo vírus e grandes esforços são feitos para salvar vidas, empregos e empresas, me vem à mente um artigo de 2011, escrito por Ben Horovitz, que trata das características do CEO para enfrentar tempos de paz e tempos de guerra. A prioridade no mundo hoje é a saúde pública, mas no ambiente corporativo os desafios são enormes e também dentro do contexto de vida ou morte da empresa. Com isso, o CEO tem que estar preparado para enfrentar essa batalha e tomar decisões críticas para a sobrevivência da empresa. Mas as características necessárias para isso são bem diferentes do que se aprende em escolas e livros, necessitando um perfil totalmente diferente do que se encontra em tempos normais. Ressalto aqui alguns dos pontos desse artigo que entendo como os mais importantes para o CEO em tempos de guerra, como é esse momento atual que estamos vivendo:
“Peacetime CEO knows that proper protocol leads to winning. Wartime CEO violates protocol in order to win.”
Não existe regra definida para momentos como esse, e o CEO precisa buscar a melhor alternativa sem referência com conceitos definidos anteriormente.
“Peacetime CEO focuses on the big picture and empowers her people to make detailed decisions. Wartime CEO cares about a speck of dust on a gnat’s ass if it interferes with the prime directive.”
O CEO precisa se munir de informações detalhadas e precisas, avaliar diferentes cenários e entrar no detalhe dessas análises, questionar o mais profundamente possível, direcionar e priorizar a equipe para os objetivos principais da empresa.
“Peacetime CEO builds scalable, high volume recruiting machines. Wartime CEO does that, but also builds HR organizations that can execute layoffs.”
A organização tem que estar pronta para tomar decisões difíceis que garantam a continuidade e a própria existência de empresa.
“Peacetime CEO spends time defining the culture. Wartime CEO lets the war define the culture.”
O momento que a empresa está vivendo, as decisões que vai tomar e a atitude das lideranças nesse ambiente vão moldar a cultura da empresa para a sua próxima etapa e seus próximos anos.
“Peacetime CEO always has a contingency plan. Wartime CEO knows that sometimes you gotta roll a hard six.”
Esse é uma das referências mais fortes para mim, a necessidade do CEO tomar decisões críticas e arriscadas, às vezes com informações limitadas, mas que não podem ser postergadas.
“Peacetime CEO knows what to do with a big advantage. Wartime CEO is paranoid.”
Outras das minhas preferidas para esse momento, o CEO tem que ser paranoico, levando em consideração que tudo à sua volta está ameaçando a existência da empresa.
“Peacetime CEO strives to tolerate deviations from the plan when coupled with effort and creativity. Wartime CEO is completely intolerant.”
“Peacetime CEO works to minimize conflict. Wartime CEO heightens the contradictions.”
“Peacetime CEO strives for broad based buy in. Wartime CEO neither indulges consensus-building nor tolerates disagreements.”
Essas três características mostram como deve ser o estilo de liderança do CEO nesse momento: provoca a discussão de alto nível sendo aberto a todas as opiniões, explora as alternativas e ideias apresentadas, e então toma a melhor decisão possível no menor tempo, aglutina os executivos em torno dessa decisão e foca na execução de forma paranoica, monitorando se ajustes serão necessários.
“Peacetime CEO trains his employees to ensure satisfaction and career development. Wartime CEO trains his employees so they don’t get their ass shot off in the battle.”
O CEO tem que preparar a equipe para o que é importante e prioritário no momento, fazendo com que sejam resilientes frente aos desafios que vão encontrar.
Cada organização deve olhar com cuidado se sua liderança está preparada para agir em tempo de guerra. Se não estiver, é de suma importância que se adaptem ou busquem apoio, pois nessa guerra não haverá uma segunda chance.
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4 aMarcos excelente seu texto. Tenho me deparado com todos esses desafios diariamente. Por estar justamente no segmento de saúde, algumas questões se agravam naturalmente. Mas a que mais tenho me apoiado e convidando não apenas meu time (todos, inclusive nossoa clientes) é o exercicio da serenidade. Quem tiver os músculos mais treinados neste quesito, sairá fortalecido deste momento. Fique bem, fique forte. Grande abraço Alvaro
CEO na Sonolayer
4 aO que incomoda são as criticas de alguns dos liderados, mas que ao serem indagados sobre plano estratégico, não tem condições de acrescentar nenhuma alternativa plausível.
Corporate Distress Investing / Special Situation / Turnaround / Restructuring
4 aExcelente sumário!