CFOs ganham ainda mais importância estratégica nos dias atuais

Em um artigo recente, falei sobre como nossa atuação na seleção de executivos permite enxergar os movimentos do mercado com antecipação. Foi assim que percebemos a ampliação da busca por conselhos em empresas – um posicionamento que era mais comum em empresas de capital aberto e multinacionais agora é visado por empresas familiares de médio e grande portes - e o olhar atento para a agenda ESG por parte das lideranças em posição de média e alta gestão.

Outro movimento que identificamos entre os clientes da De Bernt é que, durante os meses mais duros da pandemia, houve importantes mudanças nos papéis e responsabilidades do CFO (Chief Financial Officer ou Diretor Financeiro). Ao se posicionar como braço direito do CEO, ganhou importância estratégica para além do simples controle de orçamentos, foco em custos, eficiência e liquidez.

Os meses de isolamento social e consequente retração de demanda e produção, aumentando a instabilidade nos negócios, mostraram a clara necessidade de o financeiro se aproximar de todas as áreas para entender suas necessidades, prever novos cenários e adaptar as estratégias. Esse novo papel do CFO, surgido nos meses mais duros, permanece e deve ganhar ainda mais espaço no cenário futuro. Conforme citado por Jim Kavanaugh, CFO da IBM em entrevista para o podcast da MCKinsey & Company, esta instabilidade trouxe muita pressão, principalmente em custos de capital humano (salários, retenção, turnover, recrutamento & seleção) e um dos aliados para reverter esse quadro é a tecnologia. Para isso, um dos papéis exigidos pelos CFO´s atualmente corresponde à funções transformacionais, puxados pela tecnologia.

Ao analisarmos o perfil dos executivos buscados nos últimos meses percebemos claramente esse movimento. Entre os processos de Executive Search liderados pela De Bernt, houve um aumento expressivo no total de vagas para a área financeira, que já equivalem a mais de 12% das posições abertas em 2022. Entre elas, quase 60% eram posições de média e alta gestão.

Chama a atenção também que 70% das posições abertas são novas, ou seja, há um aumento do quadro das empresas, especialmente em segmentos como serviços financeiros, agronegócios e indústria da transformação; além de health care e TI.

Quem é o profissional que as empresas estão buscando?

Mais do que ser bom em números e administração, esses profissionais precisam estar próximos das outras áreas de negócio, buscando influenciar positivamente e engajar as equipes. Para isso, destaco algumas soft skills que necessitam estar bem desenvolvidas nessa "nova geração" de CFOs, como a Liderança Coach, Inteligência Emocional e a Escuta Ativa (para saber mais sobre essas skills indico o artigo publicado pela Melissa Lirmann, Head de Desenvolvimento de Lideranças na De Bernt, sobre as 8 core skills que integram nosso programa Liderar para Transformar).

Ao mesmo tempo, a busca por esse profissional mais completo e com olhar múltiplo vem acompanhada de um nível maior de exigência por parte dos candidatos. Além da remuneração financeira, os profissionais buscam oportunidades em empresas cujo propósito e cultura sejam alinhados aos seus pessoais; que tenham um plano de desenvolvimento e crescimento bem estruturado e, com isso, demonstram mais segurança. Outro fator é a flexibilidade no regime de trabalho. Mesmo com a volta ao trabalho presencial, muitos continuam dando ênfase à possibilidade de atuar de forma híbrida ou remota e valorizam essa facilidade.

Entendemos que toda essa evolução representa o amadurecimento dos negócios, aliando um perfil de profissionais mais completos que possam gerar respostas mais assertivas e principalmente sustentáveis para os novos desafios que se impõem.