Cheguei aos 50, e agora?

Cheguei aos 50, e agora?

Dei por mim, quase sem dar conta, a completar 50 anos de vida!

Assim… muito rapidamente… acabo de atingir aquela idade que corresponde “a meio século de vida”, à entrada na “meia idade” como se a idade completa fosse lá para os 100 anos (!) ou simplesmente na chamada “idade madura” (parece que é assim que se diz…).

Ora, eu só fiz 50 anos! Por que passei a ter tantos rótulos de repente?

Pronto, assumo que sou agora um cinquentão, sempre habituado a publicamente autodenominar-me “membro da geração X” naquelas discussões intermináveis sobre as várias gerações nas empresas… Mas, agora que tenho a tal “meia idade”, onde vou ficar nesta guerra geracional entre “os novos”, que trazem a tal energia positiva e não têm paciência para chefes, estruturas e organizações e “os velhos”, que são workaholics, altamente orientados para os processos e que privilegiam a organização e a continuidade?

Confesso que me sinto assim numa espécie de “em cima do muro” a não saber para que lado possa saltar… quer dizer, se salto para o lado dos “novos”, todos vão pensar que “lá está aquele pré-idoso a fazer-se passar por um super cool pós-junior”, assim tipo um autêntico “penetra” numa festa de faculdade… Se salto para o lado dos “velhos”, um autêntico bando de “super-séniores” vão pensar “lá vem este tipo armado em super-herói a passar à frente de quem já cá anda há muitos anos e já viu muita coisa a acontecer e já não tem paciência para andar a ensinar “meninos” que depois lhe roubam o lugar”…

Que cena (diria eu… )! Ainda se, pelo menos, fosse confortável esta posição em cima do muro geracional nas empresas?!

A vista não é lá grande coisa… e esta sensação de se estar em “terra de ninguém” não é mesmo para quem gosta e precisa de construir, agregar e agir…

Mas cheguei aos tais 50… nem mais nem menos, são 50 anos… parece que ainda tenho bastante tempo pela frente na chamada “vida ativa” (pelo menos assim espero!) e esta catalogação de pessoas por gerações cada vez me diz muito menos…

Será que isto é a chamada “crise da meia idade”? Mas onde é que anda essa crise? Eu não estou em crise… apenas dei conta que sei fazer uma conta simples de diminuir: 2019 menos 1969 igual a 50 ! os tais 50 anos de vida!!

No meio disto tudo, percebo agora porque nunca como agora se fala tanto de emprego sénior, e até de agências de recrutamento especializadas nos ditos seniores e na necessidade de se implementarem politicas e práticas internas de utilização destes (ditos) séniores nas nossas empresas.

Há uns anos atrás chamaríamos a isto o nome (pomposo) de “discriminação positiva”… Mas porque deverei eu ser discriminado, ainda que positivamente?

Afinal, eu tenho 50 anos… Ou será que tenho 50 anos?

Como em tudo na vida será que é tudo uma questão de perceção ou perspetiva? O chamado “copo meio cheio ou meio vazio”?

Seja como for, continuo a acreditar que o nosso presente profissional é fruto de um saber acumulado, uma experiência edificada, uma vontade e um empreendimento contruído com muito trabalho… Acredito em percursos profissionais únicos que são o resultado do esforço, da partilha ativa, dos múltiplos momentos formais e informais de aprendizagem, da procura constante de superação e de uma forte convicção que existe um Propósito e que esse é alcançável.

Pois é… tenho 50 anos e agora?


Pedro Ramos

[crónica redigida para publicação em “Crónicas by InfoRH” do IIRH]

Jose Roberto Gracio

Business Development Executive, Supply Chain Director, Business Advisor, Entrepreneur, Startup Management, Process Management Expert, Coach, Team Building and People Development Expert

5 a

Muito interessante seu artigo, sei exatamente o que dizes pois tenho hoje 56 anos. Acho importante usar esta maturidade ao nosso favor, também acho fundamental entendermos nosso papel nesta fase e principalmente o quanto podemos agregar ao meio que convivemos. Desenvolvi uma carreira na área de Supply Chain com muito sucesso, por ser apaixonado por ela e até hoje atuar com muita dedicação porém, além das metas, kpi's, etc., sempre tive um enorme prazer em fazer a diferença na vida das pessoas a minha volta, em preparar as pessoas para perdê-las para outras posições, ajudá-las a crescer profissionalmente, isto tudo sempre me trouxe muita satisfação pessoal e profissional. Como seniores, entendo que temos a obrigação de usar, (além de nosso conhecimento nas áreas de expertise), nosso poder de orientar a nova geração para que não cometam os mesmos erros que cometemos. Precisamos ajudá-los a serem melhores do que somos hoje, quando tiverem a nossa idade, compartilhando todo nosso conhecimento acumulado. Como profissionais, que vantagem temos hoje em guardar tudo aquilo que acumulamos de situações vividas. Acredito que enquanto mantivermos a vontade e garra, continuaremos a oferecer muito à muitas empresas.

Olímpia de Almeida

Profissional independente de Arquitetura e planejamento

5 a

E agora vais continuar e bem. Parabéns e tudo de bom na vida. Bjs.

José Pires

Key Account Manager (Flooring) ASIC Pavimentos Industriais, SA Grupo RCR Flooring

5 a

Eu já vou com 54, vê lá se corres.....

Camilo Damião

Area Manager Portugal - Master Builders Solutions

5 a

Chegar aos 90

Parabéns! É o re(início) de uma fase fantástica em que se privilegia a qualidade ao invés da quantidade, os amigos em vez das aparências e a procura da nossa essência, para contagiar as ditas gerações mais novas!!! Beijinho e até breve

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