CHEGUEI AOS ENTA
Foto de Ylanite Koppens no Pexels

CHEGUEI AOS ENTA

Os ENTA chegaram. E deles, dificilmente sairei vivo. Basta analisar as estatísticas e um pouco de histórico familiar. Ainda assim, diante de mim existe um longo caminho – Assim espero.

Chegar aos enta tem um sabor agridoce. Olhar em retrospectiva e se deparar com 23 anos de atividade profissional praticamente ininterrupta é gratificante. Ao mesmo tempo é fato que para muitos recrutadores nada disso importa, o que também é estatístico, dada a diferença entre a quantidade de vagas aplicadas e retornos recebidos – e, modéstia a parte, tenho orgulho do curriculum que construí ao longo desses anos.

Interessante ainda, por mais que seja clichê, constatar que nem de longe me pareço com o estereótipo que eu tinha de um homem aos quarenta anos, algo como um Gianfrancesco Guarnieri, com suas camisas sociais e suspensórios, bigodões e chapéus. Eu ainda uso bonés, bermudas e toco contrabaixo.

Sobretudo, aos quarenta me sinto muito mais flexível diante do oceano de coisas que ignoro em comparação ao pequeno lago de conhecimento que acumulei, mas que parte dele se tornou mera curiosidade museológica que destilo em sala de aula para deleite dos alunos nativos digitais que se encantam diante das limitações do mundo analógico de que fui testemunha.

Cheguei aos enta muito mais perto da ignorância potente de Sócrates do que da ignorância convicta e destruidora de Bolsonaro. E apenas isso já seria motivo de júbilo.

Cheguei aos enta e a despeito de tudo que realizei, o que me motiva é o desejo de realizar ainda mais. Quem viver, verá! 

#aniversario #maturidadeprofissional #mercadodetrabalho #recrutamento

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