Ciências Sociais, inovação e autoestima profissional
Se a inovação parte das dores dos clientes/usuários, e se para inovar é preciso escutar, mapear, validar essas dores e problemas, então, o cientista social (falo como formação mesmo, sei que oficialmente só existimos como sociólogos) está na base da inovação!
Mas por que a gente não se reconhece como agentes essenciais para esse processo de transformação? Por que não percebemos que nosso modo de entender e explicar “o social” pode ser aplicável de modo prático em negócios, processos, produtos e serviços? Por que não construímos uma imagem positiva das nossas “artes de fazer”? Pois taí uma grande questão!
Tenho algumas “pistas” sobre esse fenômeno, a partir da minha vivência pessoal, bora lá?
1- A gente (cientistas sociais) não é estimulado a pensar outras atuações profissionais.
2- Não temos referências de profissionais fora da academia (isso está mudando, eu sei! E graças aos céus por isso)!
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3- A gente vive num nicho muito estreito, só interagindo com nossos pares de dentro da área que pesquisamos e perdemos a noção do todo (e com isso, também perdemos outras possibilidades de atuar, de conhecer, de conectar).
4- A disputa (de prestígio, econômica) entre as ciências cria uma hierarquia entre as mesmas (pensando aqui nos cortes que atingem as humanidades primeiro) e acaba criando uma certa rivalidade, nos distanciando de cursos/áreas onde nossos saberes e técnicas são importantes (o que reitera o ponto 3- ficamos cada vez mais no nosso ninho).
5- A gente tende a vivenciar as ciências sociais como uma vocação, pensando que se há de trabalhar por amor como se o trabalho fosse apenas associado a um “chamado” ou “missão” (pode até ser, mas não sempre.... quase nunca é, na verdade). E isso nos leva a não valorizar os ganhos, como se trabalhar por dinheiro fosse algo “menos puro”. Adrielma e Erika ainda vão fazer uma live sobre isso pelos perfis da 7M e do Viver de Humanas (aguardem e sigam porque vai ser babadeira).
6- A construção de uma atuação profissional limitada à academia e a pouca valorização do que se aprende como ferramentas altamente aplicáveis em diversos setores nos faz desenvolver uma baixa-estima profissional que precisa ser trabalhada urgentemente, sério, pessoal! (Por isso, amo a #tevalorizacientistasocial).
E vocês, já pensaram como é produzida essa baixo autoestima profissional nas sociais?
CEO na Práxis - Soluções de Impacto Socioambiental | Socióloga | Impacto Social | Gestão estratégica empresarial | Políticas Públicas
1 aSistematizou tudo que eu venho pensando nos últimos 3 anos em forma de texto. Obrigada por isso! ♥️
Socióloga | Doutoranda em Sociologia | Diagnóstico Social e Socioambiental | Relacionamento com Comunidades | Mapeamento e engajamento de Stakeholders | Programas Socioambientais | Licenciamento Ambiental | Socioeconomia
3 aPerfeito!
✦ Product Designer | Social Scientist // Proficiency in Research
3 aGostei muito do seu texto! Parabéns, Raquel! 🙂 Acho que também existe um fator de objetividade e comunicação. Nosso trabalho é complexo, a explicação nem sempre precisa ser rs. E aí fica difícil desenvolver autoestima profissional, uma vez que o sentido da nossa função é confusa e pouco compreendida pelos outros. Mas eu sou otimista, acho que estamos construindo boas possibilidades para mudar isso!
Research & Business – Antropologia Aplicada para Negócios+Conectivos [Latam e Europa] Fundadora da [Ox]igênio e do Podcast Desbravadoras
3 aLis Marques pra você, amada! (:
UX/UI Designer | UX Writer | Product Designer | Branding | Figma
3 aÓtima reflexão! Muitos pontos podem ser levados para a Biblioteconomia, que é a minha área de formação. Temos pesquisas e trabalhos interdisciplinares? Temos! Mas, nem sempre são bem recebidas