Cinco badaladas no "medidor de caos" com o artigo “As prioridades da liderança para 2023” da VOCÊ RH.
Acredito que a maioria de nós muitas vezes se pega em nostalgia de “um mundo” que já foi menos complicado. Crises financeiras, pandemias e guerras já foram enfrentadas e deixaram seu legado histórico com lições e exemplos de caminhos e oportunidades que se desfiguram em meio aos períodos de caos. O artigo referido alerta, porém, para um complexo cruzamento de fatores apontado como inédito para a maioria de nós e que confronta crises financeira, de abastecimento e de recurso humano!
Ao destrinchar os tópicos do artigo as badaladas do caos vão surgindo enquanto se identifica os resultados de uma consultoria global realizada pela Gartner Consultant que identifica as mais relevantes preocupações corporativas para este ano. CEOs apontam a força de trabalho e suas consequentes entregas; como produtos, serviços e satisfação dos clientes, frente a uma cadeia de suprimentos volátil e escassa e uma inflação alta enquanto o RH sofre com altos desafios para recrutamento, gestão de mudanças eficaz, engajamento e retenção de colaboradores e a preparação de talentos para sucessão frente a escassez de perfis de liderança e a um diagnóstico de líderes mal desenvolvidos e preparados.
Parece não haver, a princípio, uma luz clara ao final do túnel e os conceitos VUCA e BANI nunca foram tão bem aplicados. Falando neles cabe lembrar que, ao criar o conceito BANI em 2018, Jamais Cascio não tinha indícios concretos de que a sociedade BANI; frágil, ansiosa, não linear e incompreensível; enfrentaria uma pandemia e suas consequências. Mas enfrentou, se adaptou, aprendeu um novo modelo de trabalho e de relações e gerou um crescimento de mercado surpreendente em alguns setores. Não foi fácil e deixou suas consequências e sequelas com as quais temos que lidar, mas houve a satisfatória adaptação necessária e construiu-se resultados interessantes.
Quem fez a diferença para a sociedade BANI atravessar a pandemia é a mesma figura na qual se depositam esperanças para bons resultados em 2023 e, certamente, para os demais anos: O Líder!
Não somente o líder fora mas também o líder dentro de cada um, novamente, são apontados como protagonistas preponderantes, insubstituíveis e cruciais para o enfrentamento dos desafios do ano. Diante disso, é oportuno abordar alguns apelos que podem contribuir para que os CEOS e RHs de todo o planeta cuidem bem de seus líderes! É preciso entender, mais do que nunca, que nem sempre um bom técnico ou um excelente operador será um bom líder.
Liderança é missão... passível, sim, de ser aprendido e aprimorado até sua excelência, mas dependente da paixão intrínseca e genuína para tal.
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Deve-se permitir aos líderes errarem e explorarem sua natureza humana no exercício da liderança. Deve-se refletir sobre destinar à cadeira dos líderes atividades que permitam sua dedicação quase total ao exercício da liderança e ao acompanhamento e desenvolvimento de PESSOAS, minimizando atividades operacionais e processuais. Que tal pensar em líderes de pessoas e líderes operacionais como dois cargos distintos? O que mais ocorre no mundo corporativo são promoções de competentes colaboradores que agregam às suas atividades anteriores a função de liderar, sobrando para a nova função tempo apenas para "apagar os incêndios" de seus liderados... não parece insuficiente?
As agendas lotadas de compromissos pouco ou nada permitem aos líderes a dedicação necessária a seu desenvolvimento, sendo difícil até mesmo para as iniciativas corporativas serem aplicadas com os celulares devidamente desligados e as mentes presentes e focadas no aprendizado.
Liderança é para ser forjada com a mesma destreza, impacto e delicadeza com que se lapida uma jóia. Seu valor e beleza se equiparam igualmente, bem como sua condição pouco comum.
Excelente 2023 a todos!
Link para leitura do artigo citado: https://lnkd.in/d6-wMKEQ