"Cloud"​ e "Fog"​

"Cloud" e "Fog"

Atualmente no contexto de Transformação Digital, escutamos muito no mercado sobre Machine Learning, Inteligência Artificial, computação em nuvem e várias outras siglas, as quais representam novas tecnologias digitais. Porém pouco temos contato com o termo Fog Computing.

A Fog (nevoeiro), fica entre o Cloud (Nuvem) e a Edge, onde geralmente entendemos como Cloud toda nossa infraestrutura de IT organizada como arquitetura em nuvem e a Edge nossa configuração de Automação Industrial (ou como prefere o mercado de IT – Operational Technologies, OT). 

Essa camada de tecnologia (Fog) armazena localmente em servidores os dados históricos coletados pela área de Automação (OT), adiciona contexto (padronização para a criação de um metadado que facilite a análise posteriormente) e de forma segura e correta, transfere esses dados ou informações para a Cloud, permitindo também análises locais (transformação simples de dados para informações), de formas analíticas (com limitações de capacidade de processamento) e gráfica.

Conectando dois mundos distintos:

Neste contexto a Fog tem o seu primeiro importante papel definido, o de conectar dois mundos diferentes o de IT e o de Automação (OT).

Normalmente um sistema de automação industrial (OT) possui como responsabilidade através do uso de sensores e atuadores controlar um processo produtivo, com base em algoritmos ou malhas de controle. Para este ambiente, velocidade é muito importante e questões de segurança são envolvidas afinal um problema de controle em um processo industrial de grande porte pode ter efeitos maiores.

 No ambiente de IT, as questões envolvidas são mais focadas em disponibilidade dos serviços, conectividade e capacidade computacional e de armazenamento.

Duas realidades distintas que para o contexto de Transformação Digital podem ser corretamente conectados através de uma solução de Fog Computing, a qual permite uma tranquila transição para os dados entre os dois mundos e principalmente uma maior clareza de responsabilidades entre as áreas.   

 Simplicidade e governança:

Atualmente um dos principais ativos de uma organização são seus dados. Se a sua organização ainda não percebeu esse ponto, recomendo fortemente iniciar essa discussão. Em um ambiente industrial onde vários parceiros e fornecedores desenvolvem atividades, não é difícil a organização “perder o controle” dos seus dados armazenados, um sistema de Fog apresenta uma situação de governança e simplicidade de gestão destes dados, bem como possibilita um ambiente mais amplo e acessível para a utilização destes dados por parte dos diversos colaboradores e áreas.

Outra facilidade é o fato de uma vez existir um sistema único centralizado com os dados de automação (OT), qualquer aplicação digital local (on premise) consegue de forma ágil acessar os dados, basta a utilização de conectores adequados.

 Eficiência em custos:

Naturalmente somos direcionados pelo senso comum e ações publicitárias de empresas fornecedoras de produtos digitais a pensar que análise de dados ocorre apenas na nuvem. Na prática o desafio está em conseguir balancear a correta ferramenta para a real necessidade.

Armazenamento, processamento, rotinas e outras funcionalidades na nuvem, possuem despesas atreladas; entender, dominar e definir a melhor arquitetura com base em funcionalidade e custos operacionais, é uma competência chave para organizações que pretendem avançar dentro da digitalização de seus processos industriais.

Com base neste entendimento, fica mais claro que não necessariamente todas as demandas de uma operação industrial precisam serem atendidas por uma ferramenta em nuvem, na prática aplicações em nuvem devem ser utilizadas quando:

  • O volume de dados é muito elevado (dados históricos e coletas de dados on-line por um período longo, por exemplo);
  • Necessidade de compartilhar os dados e/ou informações entre várias pessoas ou sistemas;
  • Aplicação de ferramentas digitais que demandem uma elevada quantidade de processamento (digital twin do processo ou de equipamentos, I.A. e etc);
  • Desenvolvimento de data mining em grande quantidade de dados;

Para as demais necessidades não é necessária a utilização da Cloud, portanto existe espaço para uma aplicação de Fog, a qual ajuda a reduzir em muito os custos de operação.

Com uma solução de Fog bem estruturada várias atividades podem ocorrer de forma mais simplificada, como por exemplo:

  • Pequenas análises locais;
  • Tratamento de dados;
  • Dashboards;
  • Análises de tendências;
  • Comparativos e etc.

Definir papéis entre Edge, Fog e Cloud; acaba sendo mandatório para que uma operação digital em ambiente industrial consiga rodar de forma efetiva e com custos balanceados. Se 100% dos seus dados forem enviados e analisados na Cloud, significa que o investimento realizado precisa suportar conectividade para isso, armazenamento, capacidade de processamento e etc, onde custos são atrelados dentro do conceito de PaaS (Plataform as a Service).

Por fim, não é apenas a na nuvem que sua arquitetura digital precisa ser pensada e projetada, ela começa na sua camada de Automação (OT) e termina na Cloud. Tentar juntar esses dois mundos de forma direta, apresenta desafios relevantes.

Uma solução de Fog bem estruturada e interligada entre as duas pontas: automação (OT) e IT poder se a grande diferença entre termos sucesso ou não na nossa jornada de Transformação Digital para o ambiente industrial. 


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