Coaching em Segurança da Informação!?

Pois é… Em nossa área já vimos de tudo um pouco, como posicionamento bizarro (abaixo de áreas administrativas, financeiras, jurídicas e, mais comum, em tecnologia), gestão por pessoas que achavam que nos resumíamos e bloquear sites e prezar pela produtividade da “firma”; questionamentos sobre a razão de não darmos lucro, mas sermos um fardo nas finanças da organização; e vários outros momentos brilhantes que só quem é da área já há algum tempo passou.

Mas ultimamente, com a maturidade e maior autonomia e liberdade de nossa área, surgiram alguns novos componentes que nos atormentam, mesmo que se apresentem como solucionadores e, especificamente hoje, falo sobre os “gurus” da Segurança da Informação.

São esses profissionais brilhantes, altamente (ou auto  ) referenciados como verdadeiros rockstars e que são figurinhas carimbadas em eventos, redes sociais e até mesmo em alguns canais da mídia, como televisão e revistas de carreira.

Eles se apresentam como especialistas e como treinadores de campeões, mas quando vamos analisar seu currículo com algum grau de profundidade, vemos que em sua maioria são acadêmicos, com pouca vivência no mundo real - aquele em que temos de justificar que um plano de conscientização pode ter mais eficácia do que bloquear todos os sites de redes sociais.

 Não ataco os coaches em geral, que estão em todas as áreas de abrangência pessoal, acadêmica e profissional (afinal, temos casos de profissionais brilhantes em todas as áreas, bem como charlatões) mas, em Segurança da Informação, isso tem se espalhado como uma mera autopromoção ao invés de, efetivamente, evoluir nosso mercado e nossas carreiras.

Temos exemplos de grupos de estudo, genuinamente focados nisso se tornando cursos pagos (nada contra o negócio, pois vivemos dele, mas sim contra os encapsulamentos e argumentos vazios que pegam uma idéia e a subvertem em produto); de profissionais que se gabam de certificações que nem cabem em seus cartões de vista, mas que não conseguem sequer responder a um pedido de contato ou auxiliar em uma questão corriqueira que envolvem outras áreas de negócio que não as previstas em seus manuais; Professores que são estrelas em suas instituições de ensino, mas que julgam uma heresia serem questionados com exemplos do mundo corporativo e, por fim, a nova onda que assola, principalmente, o LinkedIn e alguns programas que os convocam como especialistas para opiniões banais: Os coaches, aqueles que treinam campeões, que vão fazer você conseguir o empregos dos seus sonhos ou lhe dar a chave para você abrir seu próprio negócio e reinventar sua carreira em Segurança da Informação. 

Vamos com calma, discernindo bons profissionais de enganadores, de pessoas que se frustram e que escolhem viver à sombra dos problemas reais, sendo verdadeiros bovarianos (pessoas que projetam uma imagem e acreditam fielmente ser essas pessoas), pois no final das contas, somos nós quem devemos falar com aquele Diretor ou Gerente que não tem tempo, disposição ou mesmo conhecimento para que possamos fazer nosso trabalho.

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