COACHING GRUPAL PARA DESENVOLVIMENTO DE EXECUTIVOS

COACHING GRUPAL PARA DESENVOLVIMENTO DE EXECUTIVOS

O ser humano é gregário, dependendo, física e emocionalmente, de interações com outros seres humanos para viver e ser feliz.

Somente recordando, nascemos numa família, estudamos em escolas e universidades, atuamos em organizações, em clubes, e em entidades empresariais, tendo também nosso círculo de amigos e nosso networking profissional.

Temos dificuldade de entender totalmente a nós mesmos, quando, isoladamente, refletimos sobre nossas qualidades e defeitos, acertos e erros. São as pessoas que nos cercam, chefes, pares, subordinados e amigos, entre outros, os que nos dão algum feedback ou esclarecimento sobre questões que ainda não estavam claras na nossa mente.

A metodologia do coaching grupal, mais direcionada para gestores e diretores, deveria ser mais intensamente aplicada pelas nossas empresas, para o desenvolvimento de líderes e a criação de equipes eficazes, produtivas e de alto desempenho.

Para se utilizar o coaching grupal, deve-se partir do entendimento de uma empresa, reconhecendo suas atividades, sua visão, missão, estratégia, gestão, cultura, estrutura, bem como as competências do negócio e as competências gerenciais necessárias para que um executivo, bem preparado, atue, buscando resultados através de seus liderados.

Faz-se necessário que a empresa entenda que qualquer equipe de gestores e subordinados deve ter algumas competências básicas como, por exemplo, pensamento estratégico; liderança servidora e baseada em fundamentos do coaching; habilidade de comunicação e negociação; inteligência emocional e social; capacidade de realizar mudanças.

Competências como as anteriormente descritas devem estar bem distribuídas em uma equipe, não existindo excesso ou falta de nenhuma delas nas pessoas que fazem parte do grupo de trabalho. Por isso, faz-se necessário avaliar as competências da equipe que irá ser desenvolvida através do coaching grupal.

Um assessment, no mínimo deve ter um perfil atitudinal e uma entrevista, para localizar os pontos fortes e os gaps das pessoas e da equipe. Ou seja, deve-se obter o perfil de competências, de pontos fortes e gaps, não só do indivíduo, mas também da equipe.

Fundamento básico de qualquer trabalho de coaching é a percepção da empresa de que todos os dados obtidos num assessment serão utilizados para o desenvolvimento dos avaliados, acreditando-se que as pessoas podem evoluir e melhorar. Ou seja, não basta apenas avaliar, sendo o objetivo final aperfeiçoar as pessoas examinadas para que realizem plenamente todo o seu potencial.

Ponto relevante para quem conhece o assunto é a percepção de que a avaliação de performance por vezes mostra o atingimento de resultados que podem ser classificados como medianos, enquanto que a avaliação de potencial evidencia que a pessoa tem grande possibilidade e de evoluir e atingir níveis mais altos na organização.

A explicação desse descompasso entre performance e potencial está na motivação do indivíduo, no fato de sentir que não pode emitir opiniões, se a cultura da empresa, por exemplo, for autoritária e centralizadora. Ou então porque a pessoa quer mudar de área de atividade, por não se sentir feliz com o seu tipo de trabalho.

A combinação de assessment, da avaliação das competências dos indivíduos, com o coaching grupal, permite o desenvolvimento dessas competências através de sessões de trabalho, na aplicação prática dessa metodologia. 

Na primeira hora de trabalho coletivo é feita uma recordação de questões relacionadas à gestão e à liderança, feita pelo consultor, que tem ênfase em conteúdo e conhecimento.

Na segunda hora, é feita uma interação entre os participantes, com tecnologia de grupo voltada para o desenvolvimento das relações interpessoais, e para a geração de criatividade e inovação, bem como é realizada a discussão de temas pertinentes ao momento da empresa, relacionadas com seus valores e com sua cultura.

A tecnologia de grupo nem sempre é bem conhecida e aplicada, o que pode gerar, por exemplo, uma resistência quando se diz que será utilizada, num coaching grupal, uma dinâmica de grupo.  No entanto, uma dinâmica bem aplicada, e bem conduzida, continua gerando idéias e mudanças positivas em trabalhos de desenvolvimento organizacional. Também podem ser feitas simulações de situações de trabalho que devem ser resolvidas pelos gestores, ou até dramatizações, que permitem que as pessoas vivam um papel e encarnem uma personagem.

Ponto importante de todo trabalho relacionado com a tecnologia grupal é que tudo transcorra sem pressão, num clima bem-humorado, onde não se tenha receio de mostrar os pontos fortes e também os gaps individuais.

Aplicações práticas e possíveis de um coaching grupal, que podem ser citadas, a título de exemplificação:  melhorar a capacidade dos gestores de liderar, dar feedback e de avaliar o desempenho de seus subordinados; movimentação simultânea de vários executivos para ocuparem novas posições na estrutura, devido ao crescimento acelerado da empresa; mudanças organizacionais a serem implantadas, em decorrência de atividades de fusão e aquisição de empresas.

Finalizando, recordo que o coaching grupal visa aperfeiçoar as competências de liderança, formando, além disso, equipes de alto desempenho, que fazem a diferença em momentos de crescimento ou em situações de crise.

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