Com o fim do burnout a produtividade e resultados dobram
Não seria lindo se chegasse o dia de lermos essa capa?
Sim, as coisas mudam rápido, as tecnologias avançam mais e mais e estamos cada vez mais trabalhando à base de testes, de erros e acertos afinal, não existe resposta certa, e pior, mesmo quando você acerta e replica a ação o resultado pode não ser o mesmo. Não tem receita de bolo. Todas as receitas do passado caíram por terra, o comportamento do consumidor muda o tempo todo, novas tecnologias surgem o tempo todo, novos apps, novas possibilidades, o tempo do de resposta do mercado (das empresas e das agências não é o mesmo), até os profissionais precisam se adaptar estudar e testar as novas ferramentas, novas tecnologias e tudo isso leva tempo.
O que eu quero dizer é que: mais importante do que sair aderindo atabalhoadamente a uma tendência é manter o olhar e as ações para os objetivos e as metas da empresa, você está fazendo só por fazer, só porque todo mundo está fazendo, ou faz sentido para o seu negócio e você vai ganhar mais dinheiro com isso.
A gente fala de data driven e big data há quanto tempo? Chutando baixo há pelo menos uns 10 anos de data driven (de big data ainda mais), e ainda é uma grande dificuldade para as empresas terem seus dados minimamente consolidados e organizados para que se possa tomar decisões a partir deles. E está tudo bem, esse é o processo mesmo para entender a necessidade e ir se estruturando para isso, investir nisso. O que não pode é querer ser data driven do dia para a noite, leva tempo.
Existem alguns setores que são mais rápidos mesmo até pela sua natureza, no Brasil, segundo a pesquisa da Cortex de 2022, os setores de varejo, financeiro, serviços, construção e educação são os que mais investem em tecnologia. Vejam que a palavra é investem, ou seja, dedicam dinheiro, esforço e tempo. E ainda, as empresas foram avaliadas nas seguintes categorias: Cloud Providers, Business Email Hosting, CRM, Marketing Automation, AI Services, Blog, E-commerce e Security, nada do outro mundo é bem o básico de hoje em dia. Então calma, você não está sozinho.
O que quero dizer com isso? Que devemos ignorar as novidades e só fazer o feijão com arroz? NÃO! O que estou dizendo é que devemos olhar as novidades de forma planejada e não colocar o carro na frente dos bois. O que estou dizendo é que não dá para parar de fazer o feijão com arroz de hoje para fazer uma receita super elaborada da qual você nem tem os ingredientes necessários e no final do dia não ter nenhuma refeição para servir, vamos todos morrer de forme. É isso que as empresas fazem quando interrompem o planejado o tempo todo para testarem uma ideia sem base, sem conhecimento, sem saber o que esperar dela, atrapalham a meta delas próprias sobrecarregam as pessoas e andam em círculos.
É aqui que as empresas devem aplicar a ambidestria corporativa, ter a capacidade de preparar o feijão com arroz e testar as receitas elaboradas que surgem, sem que ninguém passe fome e para isso é preciso planejamento, qual tendência tem mais a ver com o nosso negócio? Como podemos utilizá-la? Quais adaptações serão necessárias?
É como se você tivesse duas cozinhas, uma preparando o prato de hoje e outra testando as receitas elaboradas de amanhã. (essa é uma das formas, duas equipes diferentes, mas você também pode pedir que o seu time do feijão com o arroz teste as novas receitas)
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Não estou dizendo que você não deva pensar em inovação, na verdade é mandatório que você o faça ou a possibilidade de você sumir nos próximos anos é gigante, o que estou dizendo é que você precisa fazer de maneira estruturada.
Se essa inovação vai realmente revolucionar o seu negócio então re planeje-se para isso, arrume tempo para isso, priorize essas ações, invista nisso e não simplesmente jogue no time mais essa responsabilidade. You can't have it all.
O que eu vejo é todo mundo tentando se enganar, o cliente se enganando achando que tem e está usando tendências e inovação e a agência achando que está ajudando o cliente a usar essa inovação. Vamos fazer direito, esse assunto é muito sério e pode colocar em xeque a existência da própria empresa.
Mas eu falei de tudo isso porque acredito que muita dessa ansiedade do cliente e do mercado é também responsável pela exaustão geral nas empresas e agências.
São tantos os indícios, são tantos os fatos, as pesquisas, os artigos, até quando vamos ignorar? Até quando vamos normalizar a exaustão, o exagero, até quando? Estamos numa escravidão corporativa digital e por isso surgem esses movimentos contrários de 4 dias da semana, quiet quitting (demissão silenciosa) e bare minimum monday (segunda-feira mínima). Segundo a pesquisa do próprio Linkedin 60% dos funcionários estão insatisfeitos e 20% já estão procurando novo emprego! Esse número é absurdo de alto, as pessoas estão ficando doentes, o sistema está falido e vai explodir. Essa dinâmica precisa mudar e mudar rápido, ou não teremos mais ninguém saudável para trabalhar.
Por isso essa era a capa que eu queria ver: “Com equipes mais conscientes, planejadas e organizadas nos Clientes, com rotinas verdadeiramente mais saudáveis e equipes corretamente dimensionadas nas Agências, finalmente o burnout foi erradicado, o turnover reduziu 90% e com profissionais mentalmente saudáveis a produtividade aumenta e os resultados dobram. Esse é o verdadeiro ganha-ganha da vida profissional das pessoas e longevidade das empresas.”
A palavra que vem na minha cabeça é respeito, Respeito pelo ser humano, respeito pelas empresas, respeito pelo trabalho alheio, respeito pelo seu próprio trabalho. Respeito.
Continuemos na luta por um mundo mentalmente mais saudável. :)