Com ou pelo. Os afetos da linguagem inconsciente.

Com ou pelo. Os afetos da linguagem inconsciente.

Estava recentemente em conversa com meu amigo Felipe Farias (jornalista e produtor de conteúdo), e resolvemos escrever uma reflexão sobre as transições de carreira. Tratamos de "viajar" um pouco sobre o ambiente corporativo, antes inovação, experiências, de psicologia analítica ou gestão de pessoas, um pouco de semântica. Com licença aos linguistas, as preposições são das classes que melhor se prestam a referir um significado, de modo conciso, rápido e objetivo.

Se você vai à cadeia, é provável que seja para prestar atendimento à população carcerária. Mas, se vai para a cadeia, o entendimento é de que cometeu um crime.

E passa-se de uma condição social à de estigmatizado por causa de menos de cinco letras. Não é verdade? Parece bobagem e inofensivo. Mas é absolutamente significativo, uma agressão silenciosa por trás daquilo que se diz.

A menção à semântica vem da importância crucial de fazermos a diferença correta entre as duas preposições que intitulam o artigo – de onde vem a ligação com o ambiente corporativo – quando trabalhamos projetos, seja em que etapa for.

Uma das descobertas de encarar uma transição na carreira é mudar a perspectiva de abordar questões como estímulo, rotinas, futuro, realização profissional.

Acabamos deixando passar, no que vemos apenas o lado negativo (como demissão ou esgotamento por convívio em ambiente tóxico, por exemplo), uma oportunidade; um momento para, em vez de fechar portas, nos proporcionar uma reflexão – para abrir outra ou várias.

Ou mesmo quem está no ambiente corporativo, monta seu novo ambiente, ou assume uma missão de liderança pode se deparar com a questão – ou o grande desafio, que vai muito além das duas palavrinhas acima.

Seja em qual for a circunstância, a chave está em fazer com que as pessoas se conectem com seus projetos – mesmo integrando os projetos “de outros”.

Fazer um trabalho “com” o outro soma, aumenta a produtividade, agrega e torna um grupo em equipe.
Fazer um trabalho “pelo” outro (ou para terceiros) produz efeito contrário. Ou, para recorrer ao termo acadêmico: leva à alienação – e, consequentemente, causa frustração.

Por isso a importância de em todas e cada fase do processo de implantação, acompanhamento e avaliação de projetos em equipe sabermos onde estamos tocando projetos “com” o outro (seja um/a ou toda a equipe) ou meramente “pelo” outro, sem ver a realização como nossa, também.

“A reunião de duas personalidades é como o contato de duas substâncias químicas: se houver alguma reação, ambas são transformadas.”
Carl Gustav Jung

E para tornar mais dinâmica a interação, resolvi propor uma consulta: você já teve alguma experiência desse tipo? Digo, já viveu uma situação de estar tocando projetos com os quais não se identificava? Ou, por outro lado, já implantou, tocou, geriu projetos em que identificou esse tipo de comportamento na equipe? Já esteve de “um lado” e do outro de um ambiente tóxico? Conseguiu contornar a situação?

Parabéns pela reflexão! 👏🏿👏🏿👍🏾👏🏿👏🏿 E obrigado pela menção! 💙 Lisonjeado! 🙏🏾🤝🏾🙏🏾

Luciana Guedes Brandão

Consultora em Marketing Digital e Relações Públicas na Luciana Guedes Brandão

2 a

Quem nunca? Sempre passamos por algo assim, mas o bom é que sempre podemos escolher novos caminhos.

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