Com política nacional em crise, internacionalização é oportunidade para Empresas Familiares no Brasil
Patrice Gaidzinski
Fundadora e Diretora na Posterità - Formação e Consultoria em Negócios Familiares | Presidente do conselho - MG5 Administração e Participações S/A | Curadora - Academia FIESC de Negócios
As Empresas Familiares representam 50% do PIB nacional e constituem a base do setor corporativo brasileiro, aponta levantamento realizado em 2017 pela Family Firm Institute, rede global de pesquisas no campo do empreendedorismo familiar. Embora os negócios familiares sejam fundamentais para a estabilidade econômica do país, a atual crise política influencia negativamente na economia, ameaçando a estabilidade dos empregos e, como consequência, o crescimento dos negócios.
A internacionalização, assim, se apresenta como uma oportunidade – já que é possível revitalizar o ciclo de vida da organização, auxiliando na sua longevidade.
Caracterizadas, muitas vezes, pelo conservadorismo e a aversão ao risco, as Empresas Familiares podem considerar a internacionalização uma opção incerta de desenvolvimento. Outras, uma saída para momentos de crise. Diferentemente dos negócios não familiares, estas empresas enfrentam dificuldades próprias durante o processo de planejamento estratégico. No entanto, um ponto positivo neste processo, é o fato de que as Empresas Familiares apresentam mais influência da cultura da família do que do mercado em si. Observa-se nestes contextos a necessidade de os membros da família terem na sua essência e cultivarem no interior da organização valores voltados ao empreendedorismo e à inovação. Em um cenário de expansão internacional, tal fato auxilia na sua concretização.
A forma como é conduzido o processo e os motivos pelos quais as organizações adotam a expansão fora do país podem mostrar o quanto a instituição é mais empreendedora do que conservadora, influenciando positivamente ou negativamente no seu crescimento. Além de oportunidades para os negócios, este processo de expansão gera novas possibilidades de engajamento para as próximas gerações, desafiando e vinculando futuros ou jovens acionistas ao negócio da família. Empresas que investem em parcerias no exterior ou até mesmo em contatos com fornecedores fora do país, aproximam ainda mais o negócio do mercado internacional.
Ressalta-se, também, que contar com um membro da família para liderar a expansão internacional, pode ser um fator decisivo para o envolvimento dos colaboradores, impulsionando a mudança cultural, pois promove credibilidade e segurança. Se a família está aberta à mudanças, o grupo de gestores também estará.
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