Dilemas éticos e o negócio familiar
Estudo realizado pelo Datafolha para o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), em 2017, apontou que 90% dos jovens entrevistados consideram a sociedade brasileira pouco ou nada ética. O resultado da pesquisa é validado também pelas inúmeras denúncias de corrupção no país que, infelizmente, estampam as capas dos jornais todos os dias. Se, por um lado, a ética no Brasil está fragilizada, o que se pode esperar deste princípio dentro das organizações?
Quando se trata de Empresas Familiares, a questão ética se torna ainda mais delicada, pois a cultura da empresa está diretamente ligada ao jeito de ser e de viver de uma família. No contexto dessas empresas, alguns dilemas éticos são quase inerentes às particularidades das organizações. Por exemplo: qual a decisão correta a tomar quando um membro da família disputa um cargo com outra pessoa mais qualificada, mas sem nenhum grau de parentesco ou quando um fornecedor é escolhido por ter uma relação de parentesco com a família controladora?
Este impasse é comum em Empresas Familiares, já que os gestores estão lidando também com as relações afetivas dentro dos negócios. É claro que, contratar uma pessoa não preparada, apenas por ser parente, pode prejudicar a empresa – atitude considerada antiética. No entanto, como agir quando o membro da família é qualificado, mas o concorrente supera um pouco mais em títulos e experiência? De um lado, o familiar tem o sentimento de pertencimento e de “dono”. Do outro, o profissional está melhor preparado, mas à mercê do mercado.
A resposta é: não há uma solução correta. Às vezes, as tomadas de decisões nem sempre seguem à risca o planejamento estratégico da organização, uma vez que as questões de parentesco são levadas em conta. Por isso, mais do que nunca, os gestores e familiares precisam agir com cautela e responsabilidade, buscando tomadas de decisões baseadas no que é melhor para a empresa.
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Sócio Fundador de Favarim Advogados | Conselheiro de Administração | ESG | Governança Corporativa
6 aA meritocracia, como ferramenta de avaliação do herdeiro sucessor e posta de lado pela proximidade de ideias do fundador com seu favorito.