Comentários sobre o quadro atual no Brasil
- Não há um projeto para o país.
- Faz-se necessária uma reforma profunda. Há problemas estruturais que precisam ser rapidamente enfrentados para viabilizar melhorias no longo prazo; ainda que sejam "doloridas" as escolhas a serem feitas. O sistema previdenciário exige atuação imediata - já temos contratado um crescimento anual de 4% em número de beneficiários e aumentos reais nos pagamentos apesar de uma recessão em curso e um sistema altamente deficitário. A legislação trabalhista (flexibilizar) e o sistema tributário (simplificar) seriam outras prioridades minhas dentre os vários que precisam ser alterados.
- Os projetos e reformas necessitam de objetividade e pragmatismo, bem como comparação com nossos "concorrentes" - vejam o Reino Unido reduzindo tributos e melhorando infraestrutura digital, por exemplo, para atrair empresas e empreendedores. Ou a Alemanha, com os menores índices de desemprego na Europa, onde a contratação de mão de obra é bastante flexível. Existem inúmeros "temores ideológicos" infundados. A abertura comercial é um deles, assim como privatizações e outros.
- Necessário reduzir o Estado para uma dimensão que o Brasil comporte. Adotando o programa 1, 2, 3 do Ministro Levy (1=ajuste fiscal), não podemos esquecer que o equilíbrio fiscal não basta. Sem reduzir despesas, não se altera a dinâmica, não se altera a curva futura, que tornará a resultar em déficit. Isto é urgente. Ou, como disse o Ministro, a corda, já esticada, estoura.
- Produtividade é o fator chave daqui para a frente (já que a mão de obra não crescerá). Na última década, a produtividade, segundo estimativas da OECD, cresceu 100% na China, 33% na Colômbia e 12% no Brasil. Sem elevar a produtividade, continuaremos estagnados.
- Simplificar deveria ser uma das diretrizes (afetaria crescimento, atração de investidores, custo da máquina pública, etc). Uma empresa no Brasil consome 2.600 horas/ano preenchendo informações de tributação. A média da América Latina é de 350 horas e dos países da OECD é de 180 horas. Quando criam o Simples para o empregador doméstico, há 15 passos...
- A atração de investimento depende credibilidade (que não se cria por decreto) e está associada a atributos como previsibilidade, adequada governança em empresas privadas e públicas e transparência. No Brasil há insegurança quanto a direitos de propriedade, propriedade intelectual, tributação, funcionamento do judiciário, além de corrupção, propinas...
- Mensurar resultados alcançados, em dimensões relevantes e de forma adequada à sua leitura por técnicos, políticos e cidadãos, em qualquer atividade pública não pode ser menosprezado.
General Manager na AMR Assessoria e Gestão Empresarial
9 aInfelizmente é uma realidade. Não há projetos consistentes de impacto e ambiente de governança firme e eficaz para consolidar as mudanças necessárias. Reestruturar do zero para dar ma passo de maior alcance se faz necessário.
Partner
9 aeste approach tatico do levy não funciona neste ambiente político infelizmente. ou vem alguma grande mudança de impacto no quadro e na liderança do processo ou fica impossível . houve muito desgaste politico. Tem que haver uma mudança politica que agregue a base do governo senão coisa não anda. O caminho político atual falhou. Levy tem boas intenções porem falta lhe apoio politico na base do governo : pt e Pmdb. ou se recompõe este apoio ou vamos fracassar. Ajuste fiscal sem luz no fim do túnel não basta.
Tudo de Texto - Soluções para a Escrita
9 aExcelente, Jose Carlos Rosinski D., é preciso criar um ambiente de governaça firme e que tenha coragem de fazer as mudanças necessárias que o cenário mundial exige para que países com as perspectivas do Brasil possam avançar. Concordo, de maneira unânime com a pontuação observada sobre a tributação. Não resolvem os planos A, B, C , o D sem que haja a flexibilização trabalhista, tributária e abertura comercial. E mais, sem o combate da permancência das práticas do favor, herança nada digesta do período em que fomos colônia, continuaremos a passos retrocessores, vivendo permanentemente em estado de dominação.