Como é (voltar a) trabalhar no mercado de impacto social e ambiental?

Você já tentou achar seu propósito? Eu já! Várias vezes! 

E eu não sabia que eu tinha encontrado o meu há algum tempo. Para ser precisa, foi em 2011. Foi nesse ano que eu conheci o famoso slogan da Artemísia (www.artemisia.org.br) entre fazer o bem e ganhar dinheiro, #fique com os dois - o famoso setor 2,5. Para mim, isso fez muito sentido e sendo contratada pela edge, como Coordenadora da Colombia, eu entendi o que isso significa na prática. (Eu sou essa aí de costas ajudando as pessoas a acharem um propósito nos seus trabalhos ou algo que fizesse sentido profissionalmente no espaço do Socialab (www.socialab.org) la na Colombia!)

Hoje, eu trabalho na Rise Ventures (www.riseventures.com.br), uma gestora de negócios cujo retorno financeiro está aliado com impacto social e ambiental positivo. O meu trabalho é encontrar as melhores pessoas para trabalhar em empresas de rápido crescimento com os conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja, competências necessárias. Não faço isso sozinha, tenho times incríveis, que cada dia estão mais comprometidos com o capitalismo consciente e com um mundo melhor. 

Mas como é trabalhar em uma start-up de impacto social? É importante ressaltar que falo exclusivamente da minha experiência. 

1. Resultados são tão importantes quanto a paixão

Todos nós temos contas para pagar, inclusive os negócios de impacto social e ambiental. A filantropia tem seu espaço, mas não é suficiente para mudar o mundo. O trabalho é duro e exige resultados tanto quanto paixão para oferecer os serviços ou produtos para mais pessoas e garantir a sustentabilidade do negócio no tempo. Mas sem paixão, resiliência e tesão não tem resultado que segure, porque ele vem, mas muitas vezes, é em etapas e lentamente. Por isso, a combinação dos dois é imprescindível.

2. Clareza, precisão e números fazem toda a diferença

É fácil falar, mas para mim, isso ainda está em desenvolvimento. Eu sou a pessoa que gosta de estar em constante relacionamento com as pessoas, pensar em como criar relações duradouras, como potencializar resultados, criar processos, mas sistematizar, deixar preciso, com muita clareza ainda é duro pra mim. Mas desde o início é importante ter isso muito pontual. Os investidores pedem, a equipe exige, os clientes precisam. Sem isso, a credibilidade é perdida e decisões equivocadas podem ser tomadas. 

3. Os investimentos são de todos os envolvidos

Os empreendedores investem grana, conhecimento, método, cultura; os investidores colocam capital; e a equipe, a sua carreira. Muitas vezes, nas start-ups, os salários, principalmente para cargos com mais experiência são um pouco distantes do mercado. Assim, na aposta de que a empresa vai dar certo e os frutos serão colhidos, cada um investe o que tem de melhor, alinhado à necessidade organizacional. 

4. O mercado não é para todo mundo. E tudo bem.

Para mim, ficou claro o meu propósito de carreira ao sair do mercado tradicional, entrar no mercado de impacto, voltar para um setor tradicional, com o pé no social que o meu lugar definitivamente é no setor de impacto. O investimento compensa pelo resultado que traz: a oportunidade de CONSTRUIR é o que faz sentido para mim, como profissional; o desafio de fazer dar certo, com uma equipe motivada e se movendo em direção ao mesmo objetivo, de forma coordenada, com os recursos que pudermos contar.

Mas não é para todo mundo. Se você precisa de estabilidade, não quer trabalhar mais horas que o normal, não quer se envolver com as pessoas além do profissional e não quer se frustrar com coisas que parecem certas ou comemorar coisas que parecem que vão dar errado até o último minuto, não se engane... talvez seja melhor pensar em outro mercado! O setor é ainda pequeno no Brasil e, por isso, ainda um pouco imprevisível. Se você quer fazer parte disso, há inúmeras organizações para você pensar em diferentes estágios de carreira. 

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