Como identificar e falar sobre os seus talentos?

Há uma pergunta que é sempre feita de alguma forma nas entrevistas. Ela aparece de diversas formas: seja como pontos fortes e fracos, seja para falar porque você deveria ser contratado, ou ainda para que você dê exemplos de competências aprendidas ao longo da sua trajetória. De qualquer forma, é um dos questionamentos que ainda pega muita gente “de surpresa”.

Há diferentes maneiras de sistematizar essa resposta. Darei duas opções para que você possa identificar a que mais funciona para você.

Opção 1: Ainda não tenho (suficiente) experiência profissional em diferentes áreas para saber o que eu gosto.

Preencher a matriz ao lado e identificar padrões. Essa matriz te permite colocar atividades pessoais e profissionais que:

1.    Você gosta e faz (azul)

2.    Você gosta e NÃO faz (rosa)

3.    Você NÃO gosta e faz (laranja)

4.    Você NÃO gosta e NÃO faz (amarelo)

Depois de colocar pelo menos 10 atividades em cada categoria, a recomendação é pensar em padrões que englobem atividades dos blocos 1 e 2 ou 3 e 4. Assim, você começa a estruturar melhor o que sabe sobre os seus talentos. Você pode começar por atividades diárias não relacionadas à sua vida profissional, como ir ao parque, sair para dançar etc. Mas pense em atividades específicas: se for colocar “arrumar a casa”, por exemplo, pense nas atividades que você mais gosta ou que mais incomodam dentro desse grupo de tarefas.

Em seguida, determine padrões com os motivos pelos quais você se identifica ou não com essas atividades. Alguns exemplos comuns envolvem estar com pessoas, em ambientes abertos/ fechados, exigirem conhecimento técnico (expertise), identificar a necessidade do outro, servir etc.

Quais padrões mais se repetem? Quais definitivamente não têm nada a ver com você? Tendo essas informações em mãos, estruture o seu discurso, pensando nas suas experiências acadêmicas, profissionais e pessoais. Use exemplos de situações problema que essas habilidades ou padrões ajudaram você a chegar em um objetivo.

Se precisar falar sobre desafios, mude a perspectiva para o que você não gosta e não faz e como isso atrapalha no dia a dia ou atrapalhara na hora de chegar em um resultado específico.

Opção 2: Tenho experiência profissional no que gosto, mas não sei como comunicar.

Caso você tenha clareza sobre seus talentos, mas continua nos clichês “sou ansioso(a) e perfeccionista”, está na hora de rever seus conceitos. A primeira recomendação é buscar feedback dos seus colegas e líderes, para que possa expandir o repertório dos seus talentos, de forma clara e com exemplos. Você pode utilizar a metodologia Janela de Johari para ter essa sistematização ainda mais clara.

Para garantir alinhamento com as necessidades da empresa, leia a descrição de cargo e avalie as necessidades descritas. Se o perfil buscado é de criatividade, inovação, dê exemplos que demonstrem formas criativas de solucionar problemas ou de melhorar processos. Se você priorizar outras habilidades, é possível que o(a) recrutador(a) não possa avaliar o essencial para aquela posição.

Da mesma forma, busque desafios que demonstrem a verdade sobre o que é fora da sua zona de conforto, mas que tenham uma relação menos estreita com o que o cargo exige. Procure conhecer também um pouco da cultura da empresa e do time. O site Glassdoor (antigo Love Mondays) reúne informações sobre estes temas. Assim, você mostra pontos em desenvolvimento relevantes, mas que não serão cruciais na avaliação durante o processo seletivo.

Resumindo, conecte os seus talentos à sua experiência. Demonstre, por meio de ações, padrões e interesses como você pode solucionar problemas da empresa usando seus talentos. Dessa forma, deixa claro o que a empresa tem a perder ao não contratar você.

Dica bônus: os seus talentos normalmente não mudam ao longo do tempo, mas os gostos sim! Então vale a pena revisar esses blocos a cada ano para ver se houve mudanças nos padrões, e como isso deve refletir no seu discurso.

Outras ferramentas que podem te ajudar:

1.    Âncoras de carreira

2.    Eneagrama

3.    MBTI

Se esse conteúdo te ajudou, deixe seu “like”, compartilhe, comente! Quanto mais você me contar se está gostando dos conteúdos, mais eu coloco aqui as minhas dicas para você mandar bem nos processos seletivos.