Como Administrar seu Dinheiro em Tempos de Pandemia

A maioria das pessoas que converso diz que sofreu algum impacto na renda familiar durante a Pandemia. Suspensão de contratos, redução de jornada (MP 936) ou até mesmo com desligamentos. Além disto, a “renda extra” que as famílias conseguiam em atividades extras, praticamente foi eliminada neste período, dada a grave crise e o isolamento social. Segundo o Paraná Pesquisas, 81% das famílias foram prejudicadas financeiramente pela Pandemia do Covid.

E o que podemos fazer diante deste cenário?

Eis aí uma importante pergunta... Ao mesmo tempo que temos a necessidade de abusarmos da criatividade e inovação, visando aumentar a Receita (ganhos), temos que cuidar das despesas, sejam elas fixas (aluguéis, prestações, contratos) ou variáveis (consumo dia a dia).

Quando observamos as altas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras do país, fica mais urgente a necessidade de fugirmos do endividamento de curto prazo (cheque especial e rotativo do cartão de credito):

Taxa de Juros:        Cheque Especial em média:  110% a.a.

Rotativo Cartão de Crédito:  293% a.a.

Difícil de entender estes números quando comparamos com a taxa Selic no patamar mais baixo da história: 2% a.a., indicador que norteia a poupança (70% da Selic). Em linhas gerais, se emprestar na renda fixa, seu rendimento será próximo de 2% a.a. e se pegar emprestado nas modalidades supracitadas, pagará mais de 100% a.a....

Essa diferença é pautada basicamente pelo spread bancário, que é explicado pelo alto risco de inadimplência e os custos administrativos bancários.

Por que consumimos mais do que precisamos?

Criamos nossos filhos com critérios de recompensas que envolvem presentes, simbolizando momentos felizes dos pequenos, com uma mensagem implícita que comprar algo que se queira produz momentos de alegria.

Muitas pessoas passam a vida como “escravos” do dinheiro, pois quanto mais se têm mais se quer.

Dicas para Economizar:

Fuja das estratégias de marketing que alteram os hábitos de consumo:

·        Efeito Ancoragem

Produtos agregados, vendas casadas...

Revise os pacotes de serviços, telefonia, internet, tv a cabo etc. Realmente utilizo tudo o que contratei? Poderia cancelar?

·        Medo de Perder

Compras por impulso por medo de “perder” a promoção que expirará no dia seguinte... Resista a tentação. Na maioria das vezes a promoção retornará...

·        Efeito Grátis

Compras por impulso para “ganhar” algum brinde ou desconto... Às vezes, o melhor desconto é não comprar.

·        Distância do Dinheiro

Cuidado com as compras em cartão. Nosso cérebro não sente “dor” ao gastar em situações de compras no formato eletrônico. Experimente pagar em dinheiro e verá como é mais difícil comprar o supérfluo.

Como se planejar:

a.   Estabeleça metas – Pode ser a aquisição de uma casa, um carro ou mesmo atingir a independência financeira.

b.   Construa com sua família o Orçamento Mensal - As famílias se reúnem por vários motivos: festas, jantar, eventos, oração etc, porém quando o assunto é o planejamento financeiro, não há a mesma preocupação.

c.   Controle seus gastos – Reduza gastos desnecessários. Estabeleça limites para refeições fora de casa, supermercados, lazer etc.

d.   Reduza seus Custos Fixos – Não tenha vergonha em renegociar contratos: alugueis, financiamentos de veículos, financiamentos imobiliários etc.

e.   Construa seu Fundo de Emergência – Importante se preparar para os momentos inesperados que possam surgir. O ideal é construir uma reserva compatível de, no mínimo, 6 meses de sua renda mensal.

f.    Comece a Investir – Desde o fim de 2018, o número de CPFs cadastrados na Bolsa de Valores saltou de 700 mil para 2 milhões. Há muitos investimentos interessantes que podem representar ganhos, como ações, fundos de ações, fundos imobiliários, além da tradicional renda fixa... Pesquise, avalie e vá à luta!!

“Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade” Clarice Lispector

“Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, possui MBA em Logística e Supply Chain Management pela Fundação Getúlio Vargas - SP e Pós-Graduação em Administração de Produção pela SALESIANO SP. Atuou em grandes empresas, nacionais e multinacionais, como Gerente de Logística e Gerente Pós-Vendas. Alta Liderança em equipe e Foco em Resultados. Músico e pai do Francisco e do Vicente.”