O Silêncio Mata!
- Oi, é da Polícia? O meu marido está me espancando... Maria 55 anos – São Paulo – SP
- Oi, por favor, preciso de uma viatura aqui... O meu marido chegou embriagado e está me batendo... por favor, venha logo... Fabricia 23 anos – Osasco – SP
- Moça, tá dando briga aqui em casa, meu pai quer bater na minha mãe... e ameaça botar fogo na casa... vem rápido, Pelo amor de Deus... Ele tá ameaçando minha mãe... Michele – São Bernardo do Campo - SP
Estes foram relatos de mulheres desesperadas em momentos chocantes, vítimas de covardias, poucos momentos antes da conclusão de feminicídios, que é tirar a vida de uma pessoa pelo simples fato de ser mulher, qualificado como crime hediondo...
A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, ou seja, durante o meu discurso 28 mulheres serão agredidas no Brasil, e certamente uma delas será morta, com maior probabilidade do seu agressor ser alguém próximo, um parceiro íntimo.
O Brasil é o 5º do mundo que mais mata mulheres... e isto não é de hoje... vem desde o período colonial. O país naturalizou a violência contra a mulher. É um processo histórico e cultural.
Na época do Brasil colonial, o homem por lei tinha o direito de aplicar castigos corporais na mulher se tivesse qualquer suspeita de adultério. Isto estava na legislação daquele período.
O Código Civil Brasileiro 1901, do filosofo Clovis Beviláqua, estabelecia que o homem tinha que conceder a autorização à mulher para trabalhar e a mulher era considerada relativamente incapaz, como propriedade e só termina no código brasileira em 1962 com novo estatuto “Mulher Casada”, ou seja, muito recente...
Somente após o avanço da Lei Maria da Penha, 2006, que teve sua publicação após apelos à órgãos internacionais. O episódio chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica. O Brasil foi o 16º país do mundo a inserir o Feminicídio no código Penal, apenas em 2015.
A violência contra a mulher não tem idade, cor, raça ou nível social. Vejam os casos o de Tatiane Sptizner, morta pelo o professor de biologia Luís Felipe Manvailer, de Guarapuava, e o caso da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, assinada friamente com 45 golpes de facas na frente dos três filhos do casal pelo engenheiro Paulo José Arronenzi.
Precisamos inserir as discussões sobre este tema na sociedade, de forma organizada e cobrar as autoridades cada vez mais o fortalecimento da legislação e seu efetivo cumprimento.
E o que dizer das crianças que convivem com toda a violência. O estudo da violência transgeracional ajuda a explicar o fato do agressor de hoje, já ter sido vítima da violência na própria casa no passado. É como se o cérebro aprendesse também com todas as maldades que que a criança é exposta...
Precisamos quebrar este ciclo terrível...
“O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles.”
Aquiles Nogueira - Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, possui MBA em Logística e Supply Chain Management pela Fundação Getúlio Vargas - SP e Pós-Graduação em Administração de Produção pela SALESIANO SP. Atuou em grandes empresas, nacionais e multinacionais, como Gerente de Logística e Gerente Pós-Vendas. Alta Liderança em equipe e Foco em Resultados. Músico e pai do Francisco e do Vicente.”
Gerente de Projetos | Gerente de Revenue | MBA em Liderança e Inovação
3 aAquiles Nogueira seu discurso foi sensacional, trazendo um tema extremamente importante! Parabéns!