Como artistas das letras vencem medos                                             
                                                   Jorge de Azevedo

Como artistas das letras vencem medos Jorge de Azevedo

Tantos buscam uma porta, nem precisa ser uma porta colossal, e encontram paredes fechadas, nem uma janela, nem uma fresta, nem uma brecha onde possa olhar e ser visto, e escondem em gavetas, em pastas arquivadas em mundos cibernéticos o que é seu sonho.

São escritores, são contistas, são poetas desencantados que se desacreditam, começam a ter medo de suas potencialidades, não confiam em seus dons, em seus talentos e passam a viver os traumas dos medos, se vitimizam, se anulam por não encontrarem uma porta, que seja uma passagem minúscula, onde se apertando, possam passar. Somente se deparam com paredes fechadas, não encontram janelas e nem pequena fresta onde possa olhar o mundo onde vivem poetas, contistas, escritores, onde possam ser vistos.

E o fantasma do medo se torna presente na vida dos artistas das letras e eles desenvolvem quatro abstinências fundamentais para se absterem deste fantasma ávido de alimentar-se da coragem desses sonhadores, postuladores de uma oportunidade letras. São eles...

Medo da crítica

Medo do custo

Medo da decepção

Medo do sucesso

O fantasma Medo da Crítica é um medo natural, o sentimento de repulsa está estacionado dentro de todas as mentes, desde as mais vitoriosas, desde as mais realizadas.

Quem está começando uma caminhada sente medo das esquinas, das sombras projetadas por paredões e paredes sem portas, sem janelas, sem frestas. Há um antídoto capaz de vencer este medo e ele está presente justamente nos vitoriosos, não existe nenhum escritor unanimidade em sua qualidade...

Quantos ícones há que são abominados por ícones?

Mostre-se e será visto, costumo exemplificar a diferença da galinha e da pata, todos sabem onde e quando a galinha pôs, ela faz estardalhaço, ovos de pata numa granja são os mais perdidos, ela põe em silêncio, não se mostra.

O fantasma Medo do Custo, eis um medo compreensível, principalmente quando o artista das letras não possui quem lhe patrocine, normalmente não tem caixa para bancar a exploração de editoras que funcionam mais como gráficas e se projetam com o intuito prioritário de lucros exorbitantes.

Parece caro o custo de confecção de um livro... Pode não ser, quando o artista da palavra encontra uma editora que tem um produtor literário como chaveiro, isso mesmo, como um chaveiro, um abridor de portas ou um pedreiro que derruba paredes e abre nelas, portas, janelas, frestas.

E o artista das letras pode sonhar em produzir um volumes, ou dois, ou cinco, ou dez volumes, quantos volumes se adequarem dentro das suas possibilidades, não a possibilidade de pagamento, mas, de venda.

Produz o que venderá e partindo daí começa a sustentar seus sonhos. O custo deixa de ser fantasma quando o fantasma do custo deixa de existir.

O fantasma Medo da Decepção... Quem, aponte-me um somente, dentro de cada um dos habitantes do planeta Terra não nutre medo deste fantasma?

Da maior à menor personalidade, todos sentimos medo da decepção e não há nenhum ser vivente que não tenha experimentado e convivido com ele no decorrer de sua vida, na construção de sua carreira...

Ah! Quantas lágrimas há em cada sorriso, quantas desistências há em cada vitória, quantos ruimentos há em cada palácio... Nem queiram imaginar.

A decepção não é um cancro, pelo contrário, pode ser uma vitamina, elixir que ergue e soergue, constrói e reconstrói, forma e reforma conceitos e habilidades. Quantas obras de artes nascem de uma decepção...

Muitos dirão não ao seu projeto, estes não possuem a sensibilidade de reconhecer numa pedra bruta o futuro diamante depois de lapidada. Um dia alguém dirá sim para você e nesse momento você verá que valeu a pena ter insistido, ter se mostrado, ter lutado pelos seus sonhos.

Fantasma Medo do Sucesso... Se você tiver medo desse fantasma, se deite e não acorde... Você não vive, mas, se vive há alguém que quer conhecer seus escritos...

Eu!

Procure-me. Não prometo lhe ofertar o sucesso, isso depende de você, mas, prometo abrir portas, janelas e frestas. Quero conhecer suas artes literárias.

jaeditoraearte@yahoo.com.br

Recife, 14 março 2022

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