Como a autogestão potencializa sua vida pessoal e profissional?
Ajudando a gerir suas escolhas com intencionalidade e direção. Mas eu já faço isso? Será?
O volume de informações, distrações, opiniões e conselhos que recebemos é descomunal. Sejam eles através das redes sociais, família, amigos, cônjuges, filhos e etc.
Quantas decisões tomamos a partir destas interações? Será que todas as decisões tomadas agradaram você?
Como adultos, fazemos o que precisamos. Como crianças, podemos brigar, fazer birra. É o custo da maturidade. Mas tem um elemento subliminar nesta equação: nossa essência e dignidade.
Se o volume de suas decisões está mais focado no ambiente externo, certamente estará predisposto a deixar de lado seu mundo interior. Em médio e longo prazo esta situação pode se transformar em depressão, estresse e outras doenças físicas.
Como se livrar deste círculo vicioso da dependência externa? Como potencializar seu mundo interior e interagir com tranquilidade?
Esta é uma questão que vai além de um artigo. O simples fato de você estar refletindo sobre o tema, demonstra a sua importância.
Olhos fechados
Apesar da maioria da população enxergar visualmente o mundo, muitos estão de olhos fechados para sua realidade interior. Seja por medo, cansaço, pressão ou por ter dificuldade em acessar questões mais doloridas. O passado tem um peso descomunal quando não está ressignificado. Ele nos sabota.
O foco no passado evita que estejamos focados no presente e nos leva a futuros imaginativos para compensar as memórias mais pesadas.
Em um determinado momento há um lampejo de clareza. Nosso corpo nos protege. Começamos a questionar como está o andamento da nossa jornada pessoal e profissional.
Quando há um descompasso entre o que desejamos e o que estamos fazendo, temos duas opções: ou continuamos a aguentar o desalinhamento ou tomamos a decisão de parar e seguir em uma nova direção.
Olhos meio-abertos
Iniciamos o despertar através do discernimento causado pelo desconforto da situação. Enxergamos realmente o mundo ao nosso redor. Os lampejos do mundo interior se ampliam, mas ainda geram uma confusão.
Steve Jobs na célebre palestra em Stanford no ano de 2005 usou a frase da contracapa de uma revista em sua última edição, impactando o mundo deste então: Stay hungry. Stay foolish. Continue faminto. Continue tolo. Tenha mente de principiante e vontade “esfomeada” de ampliar os horizontes. É uma atitude de quem deseja avançar.
Começamos a analisar o contexto que nos envolve, a velocidade atual do mundo e as inovações permanentes. Avaliamos nossa empregabilidade, ou seja, nossa atratividade ao mercado. Ao mesmo tempo, nossa trabalhabilidade, a utilidade de nosso trabalho neste contexto.
É o início de uma análise que levará à descoberta de nosso Mindset, a forma como pensamos, conceito criado pela Dra. Carol Dweck. Mentalidade fixa ou de crescimento. A mentalidade fixa leva a pensamentos como: “se não sei fazer, não quero nem tentar”; “eu não sou bom nisso”; “se é difícil, eu desisto”; “eu gosto se eu sei que consigo fazer”.
Já a mentalidade de crescimento se expressa em outros tipos de pensamento: “se eu erro, quero tentar novamente”; “ouvir como as outras pessoas fizeram algo, me ajuda”; “adoro receber feedback. Isso me ajuda”; “meu esforço e minha atitude controlam minha habilidade”.
Há uma diferença atroz. A mentalidade de crescimento é aberta ao novo. A fixa se apega ao antigo. E agora? Meu pensamento é fixo?
Calma! Detectar e aceitar já é um belo começo. Ele levará você em breves tempos a maiores reflexões e uma maior autonomia, que é a capacidade de se governar por nossas próprias leis e regras.
Um dos filósofos mais associados ao conceito de autonomia é Immanuel Kant, um filósofo alemão do século XVIII. Ele desenvolveu a ideia de autonomia moral, que é a capacidade de uma pessoa agir de acordo com suas próprias leis racionais e princípios, em vez de ser influenciada por fatores externos.
Olhos abertos
Este despertar nos leva a constantes indagações. É o início do processo de protagonismo pessoal e profissional em nossa vida. O momento em quem somos “capitães de nossos barcos”. Escolhemos nosso destino. Avançamos em nossos sonhos.
Quando estamos de olhos abertos, o passado nos ensina, o presente é a arena da ação e o futuro é a consequência de boas decisões de hoje.
Como há uma conexão real com o mundo interno e externo, começamos a desenvolver a ambidestria, que é equilibrar a exploração de novas habilidades e experiências com a otimização e aprimoramento das competências que já se possui.
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Atuar no presente com o olhar no futuro, alinhado ao contexto de um futuro possível.
Entraves
É neste momento que a batalha se inicia. Não é externa. É interna. Começamos a procrastinar, deixar para depois, criar distrações, sentir medo. Nossos hábitos estão impregnados em nosso mindset.
E o cérebro é um belo guardião. Ele se esforça para manter o que tem garantido a sua sobrevivência. Este não é o tema do artigo, pois exige mais desdobramentos. O fato é: nós precisamos entender como nosso cérebro funciona.
Ao mesmo tempo, a miopia da acomodação nos trava. Vivemos com várias “algemas de ouro”. Como assim?
Todo o conforto e conveniência conquistado por nosso esforço se torna um empecilho à mudança desejada. “Está tão confortável”. Um bom salário, um bom negócio, uma vida mais tranquila, uma herança. Seja o que for, nos prende a um modelo que não nos ajuda mais.
Estas algemas aumentam a distância entre você e seus sonhos. É preciso romper estes laços com muitos esforços. A mudança não precisa ser brusca. Há tempo!
Pense comigo: se você já viveu vários anos de uma forma, não será em um mês que tudo será mudado. O nome desta atitude é: “ser adolescente” sendo adulto.
Autogestão
É o momento da planta baixa. Como assim?
A planta baixa de nós mesmos. Para ocorrer uma reforma ou uma mudança em uma obra, é necessária a planta baixa de uma casa, apartamento ou prédio.
Sem saber onde estamos não temos condições de definir para onde vamos ir ou de que forma vamos chegar. É hora de parar. Conversa consigo: seja em frente a um espelho, com um psicólogo ou psicóloga, um amigo ou amiga.
O ponto de partida é a sua atitude. Sua escolha. Após, entra em campo uma competência chamada autogestão. Como citado no início do artigo: é a capacidade de gerir suas escolhas com intencionalidade e direção.
A autogestão não tem relação com controle.
É dar espaço as possibilidades infinitas de seu ser, ampliando espaços e construindo futuros merecidos através de sonhos realizados. Você sabe para onde deseja ir e o que não quer mais em sua vida.
Para conquistar a intencionalidade é preciso, primeiramente, organizar sua vida interior: ampliando sua visão de mundo, organizando suas escolhas financeiras, de alocação de tempo e de qualidade nos estudos, em termos de conteúdo, atenção e foco.
A partir desta organização, é o momento de um planejamento integrado que leve em consideração seus desejos e intenções mais profundas. É uma sinergia virtuosa cujo resultado é seu sucesso. É a abundância em sua vida.
Os benefícios são fantásticos. Dentre eles: a clareza, a adaptação contínua, a autodisciplina, o foco, a consciência de metas e objetivos, o equilíbrio, a gestão pessoal do tempo, a organização intencional, o pensamento crítico, a priorização, a produtividade, a resolução de problemas, a visão estratégica e a visão sistêmica.
Esta competência necessita ser desenvolvida no início ou em transição de carreira. Ela também se aplica a lideranças, profissionais liberais, gestores de projeto e empreendedores.
A realidade pessoal de cada um se reflete em todos os papéis que o ser humano desempenha na sociedade. A conexão profunda entre a realidade íntima e a realidade profissional é inegável.
Infelizmente, o volume de pessoas depressivas, infelizes, exauridas e doentes reforça esta necessidade. A autogestão deveria ser estimulada desde a terna idade.
Ampliarei nos próximos artigos o desdobramento desta competência fundamental. A pergunta que não quer calar: você influencia ou é influenciado?
O mais importante é saber quando cada uma destas situações acontece, garantindo suas escolhas legítimas de um ser com autogestão. Em resumo: uma vida que faz sentido!
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Artigo publicado no portal Martinbehrend.com.br