Como colocar a questão climática em pequenas empresas (e na sua vida)
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Como colocar a questão climática em pequenas empresas (e na sua vida)

Na semana passada o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) publicou o "SOS 1.5: The road to a resilient, zero-carbon future".

Em tradução para o português pode ser entendido como "SOS 1.5: O caminho para um futuro resiliente e com zero de carbono" e foi resultado de uma parceria com a Boston Consulting Group.

Neste documento, o WBCSD aponta caminhos para que empresas se engajem na luta contra o aumento da temperatura da Terra.

O material está muito bem elaborado, com diversas sugestões de como as empresas podem se engajar no combate às mudanças climáticas. Por esta razão, resolvi compartilhar o modelo da página 10 do estudo, colocando ele numa linguagem acessível, principalmente para pequenas empresas.

Ah, quero dizer, que ele me deu ótimas dicas de como pensar num programa aplicado a mim mesmo.

Se você tiver curiosidade de ver todo o material, dá um pulo no link abaixo:

Mas caso, você não domine o inglês ou não tenha tempo para ver todo o material, cola aqui com o Tio Eri.

Claro que aqui vai ser mais legal de ler. O meu típico deboche e humor estão no texto.Vamos lá?

Ah, só pra lembrar e caso você não se lembre, já publiquei alguns artigos sobre a temática. Eles estarão lá no fim do texto!

O ciclo virtuoso da gestão SOS 1.5° Celsius

Para começar, temos esse figura, na qual é apresentado um ciclo com atividades que as empresas podem fazer.

Ela está traduzida e adaptada, tá?

Quando eu vi a figura, eu logo me liguei que no fim das contas, a sequência e as atividades apresentadas, onde tem escrito "climático/clima" pode ser tranquilamente substituído por sustentabilidade. Legal, não é?

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Mas como estou falando de mudanças climáticas e emissão de carbono, vamos focar nessas palavras. Prometo que em breve eu escrevo sobre o ciclo da sustentabilidade.

Compreenda as oportunidades e riscos climáticos

A primeira coisa que vem na cabeça de todo mundo é que "mudanças climáticas" é sinônimo de problema. De fato elas são, mas como já dizia Gilberto Gil, "um copo vazio está cheio de ar".

Ou seja, em todo risco, existe uma oportunidade.
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Isso não seria diferente com a questão do clima.

Só pra te lembrar: nunca se falou tanto do assunto e parece que estamos acordando (de verdade).

Empresas que, tradicionalmente, eram tidas como poluidoras ou não davam atenção ao tema, estão começando a dar as caras.

Identificando oportunidades:

  • Imagine e defina vários e diferentes cenários de futuros para sua empresa e coloque a maior dose de incerteza possível. Estamos falando de risco e sobre esse assunto, a gente sempre trabalha com o pior cenário.

Isso vale pra vida, viu?

  • Compreenda seus riscos climáticos, tentando quantificar as implicações de cada cenário. Parece complicado isso, mas não é.

Pensar numa matriz de probabilidade e impacto, pode ser um bom começo.
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  • Identificar novas oportunidades em uma economia de baixo carbono, com foco na criação de novo valor. Seus cliente (e o planeta) vão amar!

Defina metas e marcos climáticos

Essa talvez seja uma das mais difíceis, mas ao invés de você começar grande, que tal começar de dentro de seu escritório/casa?

Hoje em dia temos diversos sites que ajudam a medir a pegada de carbono de nossas atividades. Começa com isso.

Eu gosto muito do site abaixo!

Mas se você quiser ter mais detalhes, dá uma olhada nesse aqui:

Definindo as metas

  • Inicialmente, tente identificar quanto você emite, crie um histórico, nem que seja num papel de pão;

Quando você souber fazer com sua empresa, avance em toda a cadeia de valor.

  • Defina sua ambição e metas de redução de emissões em todos os escopos, com foco nos resultados;

  1. Escopo 1 - a empresa possui responsabilidade direta. São as emissões de carbono que ocorrem na produção dos bens e serviços.
  2. Escopo 2 - vem de fontes que emitem indiretamente (consumo de energia elétrica ou térmica produzida por outras empresas;
  3. Escopo 3 - Todas as demais fontes de emissão (transporte, viagem a serviço, meio de locomoção de funcionários - a NullCarbon. vai ajudar empresas no escopo 3)

  • Identificar e implementar formas de reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE)

Construir um programa de clima alinhado com a estratégia da empresa

Eu sei que você pensou: Ah Eri, mas a minha pequena empresa não tem nem estratégia... Tem sim. Te garanto que tem!

Como é que você tem sobrevivido até hoje? Aí pode estar a estratégia de sua empresa.
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A estratégia e as mudanças climáticas

  • Melhore a sua vantagem competitiva com base na ambição climática, identificando possíveis problemas;
  • Alinhe sua estratégia de sobrevivência com a questão climática.

Não enrole, faça logo escolhas difíceis!

  • Crie um programa climático para transformar a empresa e reduzir as emissões. Metas podem ser um bom indutor de comportamento.

Mobilizar recursos amplamente para gerar impacto

Chegou a hora de botar a mão no bolso... E choradeira começou.

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Mas calma, lembra que falei anteriormente? Vai de devagar.

Começa com os recursos internos e aos poucos você vai:

  • Garanta a entrega do que foi proposto e envolva todo mundo;
  • Deixe registros para comparar a evolução e principalmente, deixe as regras claras para todo equipe.

Ah, mas minha empresa é uma EUQUIPE! Faça isso pra você mesma(o).

  • Comprometa e priorize os recursos da empresa para cumprir o programa climático;
  • Depois que você aprendeu a fazer o dever de casa, mobilize as partes interessadas em sua cadeia de valor para enfrentar as barreiras, investindo e explorando juntos.

Engajar, divulgar e comunicar ações climáticas

Essa hora é a parte mais legal! É quando você vai pra rua e divulgar o que a empresa está fazendo.

Pode reparar, toda empresa grande se gaba das coisas feitas na questão climática. Você vai deixar sua empresa fora do Bonde das Mudanças Climáticas?

Tenho certeza que não!
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Engajando e comunicando o Bonde da Mudança Climática

Eduque seus clientes sobre sua contribuição, mudando a demanda para produtos de baixo carbono;

Tenha uma comunicação transparente. Você não é Pinóquio! Por isso, seja claro na mensagem sobre o que é necessário para a mudança que você está propondo;

Por fim, seja transparente com todos. Divulgue informações confiáveis e equilibradas sobre a ação climática, dando transparência aos investidores e reguladores.

Uma possível conclusão...

Eu espero, de coração, que você tenha aproveitado esse artigo, nem que seja para refletir sobre a sua responsabilidade nas mudanças climáticas, ainda que de forma individual.

Portanto, eu te desafio, ainda que você não tenha uma empresa, a repensar como seria esse seu programa de redução de emissões de carbono. A Terra é nossa e não existe Planeta B!

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Fonte da Imagem: Instagram da @nullcarbon







Vamos juntes?

Artigo publicado originalmente em erivaldocarneiro.com

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Sobre o autor:

Eu sou Erih Carneiro e Minha Missão é Compartilhar Aprendizados. Sou Baiano e Mentor para Transição de Carreira na Escola de PhDs. Também sou Podcaster no Travessia de Carreira e no Pode Meme, Professor, Escritor, Mestre e Doutor em Administração. Amo comer acarajé, sei fazer moqueca e chamo minha mãe de Mainha.

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"Não existe planeta B" hahahaha

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Web designer, fotógrafo e escritor.

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Que artigo necessário, meu amigo! "Não existe planeta B" me pegou bem forte. Vou começar o quanto antes a pensar nas minhas pegadas de carbono 🤞Obrigado pelas dicas!

Suélen Amaral Bandeira olha que artigo incrível! Acho que vale compartilhar por aí!

Márcio Araújo

Top Voices | Gestão de Carreira e Cultura Organizacional

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Grandes provocações, Erivaldo. Mais uma vez, seu estilo leve e fluido ao abordar um tema complexo e de tamanha relevância nos atinge que nem um soco no estômago, kkkkk. Curti.

Júlia Kauane

Business Coordinator at QuintoAndar | Projetos, Processos & Operações | BizOps | Novos Negócios

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Flora, dá uma olhada.

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