Como combater o medo que te impede de evoluir

Como combater o medo que te impede de evoluir

Você sabe qual é, de longe, a maior limitação encontrada nas pessoas que apresentam baixo desenvolvimento pessoal e profissional? O MEDO.

As emoções de medo incluem desde os níveis mais baixos de preocupação e apreensão até a preocupação intensa que gera ansiedade, pavor e por vezes terror.

Os medos mais recorrentes que ouço em meus atendimentos são: medo de não ser capaz, de não atender as expectativas alheias, de ser julgado, de ser rejeitado, de fracassar.

Precisamos entender que o medo serve a um propósito, cuja mensagem é simples: “é preciso se preparar para algo que vai acontecer, para lidar com determinada situação ou fazer algo para mudá-la”.

O problema começa quando as pessoas tentam ignorar o medo, ou se entregar a ele. Mas o fato é que nenhum desses meios respeita a mensagem que o medo tenta transmitir e assim ele continua a pressioná-los, até que o recado seja recebido.

Afinal você não vai querer se entregar ao medo e amplificá-lo, se fixando a pensar no pior que poderia acontecer ou simplesmente fingindo que ele não existe, certo?

Errado! Como resultado do medo, muitas pessoas perdem oportunidades de desenvolvimento ou desistem de tentar e simplesmente se deixam paralisar por ele.

Em outros casos as pessoas acreditam que ter coragem para enfrentar os medos é algo que se nasce com ela, de modo que alguns seriam ou não dotados de tal habilidade.

Isso não é verdade porque todos nós somos seres duais, ou seja, da mesma forma que existe o medo existe também a coragem dentro de nós. Trata-se do Princípio da Polaridade: “Tudo é duplo, tudo tem dois polos, tudo tem seu oposto. Os opostos são a mesma coisa, diferentes em grau, mas idênticos em natureza, ou seja, os extremos se tocam (amor e ódio, bom e ruim, quente e frio, dia e noite).

O fato é que, quanto mais nos entregamos ao MEDO maior se torna nosso contato com a FRUSTRAÇÃO. A qualquer momento em que nos sentimos cercados por bloqueios em nossas vidas, tendemos a sentir a emoção da frustração. Essa emoção significa que o seu cérebro acredita que poderia estar se saindo melhor do que se encontra nesse momento, e que a solução para o problema está ao seu alcance, entretanto tudo o que fez até agora não funcionou, sendo necessário, portanto, mudar sua estratégia atual para alcançar um dado objetivo.

Entretanto, quando nada é feito esses sentimentos e bloqueios se transformam em emoções de CULPA, arrependimento e remorso pelas coisas que você não fez. O sentimento de culpa, por sua vez, tem por objetivo nos levar à AÇÃO, a fim de criar uma mudança por meio da alavanca de dor. Quando essa mensagem não é entendida, porém, a pessoa pode usar a culpa para se sentir inferior pelo resto de sua vida.

Diante desse cenário, em que cada vez mais pessoas tem deixado seu MEDO se transformar em FRUSTRAÇÃO e posteriormente em CULPA, culminando na paralisação total de suas ações e consequentemente no não atingimento de suas potencialidades, descrevo a seguir algumas atitudes que podem auxiliar no enfrentamento e superação do medo.

Antes de tudo é preciso chamar a atenção para o fato de que, os medos que mais acometem as pessoas estão relacionados com o OUTRO. Quando passamos o tempo todo tentando satisfazer as expectativas alheias, nos afastando daquilo que não combina com o que “deveríamos ser”, lutando por nossa valorização. Geralmente sabemos exatamente como batalhar por uma aprovação e aceitação: sabemos o que vestir, o que falar, o que não falar, como deixar os outros contentes. E assim vamos nos adequando a cada dia, para nos tornarmos quem “precisamos” ser para sermos aceitos.

O problema é que quanto mais fazemos isso, mais nos distanciamos do pertencimento e da conexão que tanto buscamos porque o pertencimento exige que sejamos nós mesmos.

Assumir nossa história (a verdade sobre quem somos, de onde viemos, nossas fraquezas) pode ser difícil, mas nem de longe é tão difícil quanto passarmos a vida toda fugindo dela. Aceitar nossas fraquezas é arriscado, mas nem se longe é tão perigoso quanto desistir do amor, da alegria.

Então aqui vão algumas dicas de atitudes que podem auxiliar no enfrentamento e superação do medo.

  1. Analise o Medo - analise aquilo de que sente medo e avalie o que pode ser feito para se preparar mentalmente. Calcule que ações precisa efetuar para lidar com a situação da melhor forma possível. Caso tenha feito todos os preparativos possíveis para lidar com determinada situação e não haja nada mais que possa ser feito, mas, mesmo assim o medo persista, então esse é o ponto em que você deve usar o ANTÍDOTO para o medo: deve assumir uma decisão e ter fé, sabendo que fez tudo o que podia ser feito e tendo a consciência de que a maioria dos medos na vida raramente se concretizam.
  2. Supere a Frustração: obtenha algumas informações sobre o modo com que pode lidar com determinada situação. Encontre um modelo, alguém que já tenha passado pelo desafio que você está enfrentando e tenha conseguido superá-lo. Peça informações a essa pessoa e se coloque em ação. Precisamos aprender a atravessar o pântano, entendendo que ficar na margem tecendo fantasias com as catástrofes que podem acontecer é mais doloroso, na verdade, do que segurar a mão de um parceiro de confiança e atravessar o pântano.
  3. Pratique a coragem: muitas pessoas esperam a coragem surgir para encarar aquilo que tanto temem. O problema é que isso nunca vai acontecer. Habilidades como a coragem e a autoconfiança só aparecem quando são exercitados. Coragem é como uma postura, um hábito, uma virtude: você a obtém através de atos corajosos. É como aprender a nadar, nadando. Desenvolva a coragem praticando-a por meio de pequenas ações diárias. A coragem está em pequenos gestos: quando as pessoas buscam ajuda; quando alguém levanta a mão na sala de aula para dizer que não entendeu algo sem se importar com o que os outros vão pensar; quando alguém assume o risco de ficar vulnerável e se decepcionar; quando se é sincero sobre suas limitações; quando se é capaz de dizer NÃO para tudo aquilo que não lhe agrada. Quanto mais se pratica a coragem, mais forte ela se torna, passando a reverberar em todos os aspectos de nossa vida.
  4. Aceite as imperfeições: pratique a coragem de aceitar suas imperfeições. Inicie suas manhas afirmando que “não importa o que seja feito e o que fique faltando, você é suficiente. Sim, você é imperfeito e vulnerável e as vezes tem medo, mas isso não altera o fato de que é corajoso e digno de amor e pertencimento”. Só quando tivermos coragem suficiente para explorar as trevas é que descobriremos o pode infinito da nossa luz.
  5. Cultive a autenticidade: a autenticidade é uma prática, uma opção consciente de como queremos viver. É uma coleção de escolhas que temos que fazer todos os dias, uma opção em sermos francos. Para tanto, é preciso nos livrarmos diariamente de quem achamos que devemos ser e abraçarmos quem somos. Quando somos capazes de deixar de lado o que os outros pensam e assumir a nossa história, ganhamos acesso ao nosso VALOR PESSOAL: o sentimento de que somos suficientes do jeito que somos. Se você trocar sua autenticidade por segurança poderá sofrer de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, vícios, raiva, culpa, ressentimento e uma tristeza inexplicável.
  6. Mude suas metas: quando “aceitação” ou “aprovação” se tornam os seus objetivos e você não consegue atingi-los poderá se sentir culpado e não se achar bom o bastante. No entanto, se a sua meta for “autenticidade” e não gostarem de você, você pode suportar isso.
  7. Liberte-se do perfeccionismo: o perfeccionismo é um escudo que pesa toneladas e que a maioria das pessoas arrasta consigo pensando que irá protegê-las quando, na verdade, só irá impedi-las de voar. Substitua o perfeccionismo pelo aperfeiçoamento. O primeiro concentra-se no OUTRO, no que as pessoas vão pensar, já o segundo se concentra no EU, em como posso melhorar. Não tente consertar todas as rachaduras, fazer tudo parecer certo, aceite que há uma rachadura em tudo e é assim que a luz entra.
  8. Não é sobre você: reconheça que o medo de ser incapaz, de não ser bom o suficiente, de não ser aceito, de não ser perfeito e de ser julgado NÃO É SOBRE VOCÊ. Isso faz parte da humanidade, tem a ver com as necessidades básicas dos seres humanos em obter amor, reconhecimento e pertencimento. O poder está em decidir conscientemente como você escolhe agir perante esse medo: encarando-o de frente ou se paralisando.
  9. Pratique a consciência crítica: se suas vozes internas vivem dizendo que você não é bom o suficiente, cheque a veracidade dessas vozes. Se você acredita que ser bom o suficiente é baseado naquilo que você vê nos anúncios de revistas, nos comerciais de TV, nos filmes ou nas redes sociais então se pergunte: O que estou vendo é real? Essas imagens retratam a vida real ou uma fantasia? Quem se beneficia com o fato de eu me sentir mal a respeito de mim, ao ver essas imagens?

Lembre-se a coragem exige que deixemos de lado a opinião dos outros. Precisamos aprender a praticar o amor-próprio que significa aprender a confiar em nós mesmos, a nos tratar com respeito e gentileza.

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Referências

BROWN, Brené. A arte da imperfeição. Editora Sextante. Rio de Janeiro. 2020

ROBBINS, Tony. Desperte seu Gigante Interior. 47º Edição. Rio de Janeiro. Editora Best Seller, 2020.

MSc Renata Welinski

ESG Advisory /Conselheira Consultiva/Escritora/Palestrante

1 a

Os covardes morrem muitas vezes antes de sua morte; os valentes só saboreiam a morte uma vez. Shakespeare, Julio Cesar, ato l, cena ll. Parabéns pelo post, Priscila !

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