Como ensinei Libras ao meu esposo, do zero!
"Casa de ferreiro, espeto de pau" por aqui esse ditado não vale!, mas sei que é muito comum entre professores que, em casa, familiares não sabem o idioma.
Nos conhecemos e começamos a namorar em 2009, ele não sabia nada de Libras, minto, ele mal sabia o alfabeto da Xuxa, mas teve interesse em aprender o básico por curiosidade. Ensinei o essencial para uma abordagem e cumprimentos. Naquela época, eu estudava RH, tinha um nível avançado e nenhuma intenção profissional como professora ou intérprete, embora ficasse muito tempo estudando Libras nas horas vagas. E sem saber, aí começou minha minha jornada como professora de Libras!
Vontade de aprender, mesmo sem grandes objetivos foi essencial para não desistir. Começamos por cumprimentos como bom dia, boa tarde, boa noite, Deus abençoe... saber se apresentar e fazer pedidos básicos como água e banheiro, para não passar aperto. O treino era sempre assim: no encontro seguinte a conversa começava em Libras, se apresentava e eu corrigia (quando necessário).
Ele, muito curioso e comunicativo, me acompanhava nas festas dos amigos surdos; encontros, aniversários, chá de bebê... e aí começou o desespero, rsrs. Eu não ficava de intérprete não, ia curtir, hahaa! Ele é bem resolvido. Mas mesmo assim, percebeu que precisava melhorar a comunicação em Libras para não depender de mim como intérprete dele. Foi aí que ele cansou de se sentir excluído das conversas mais longas, piadas, etc. Então, o objetivo de aprendizagem mudou, saiu do básico para um nível de conversa.
Uma das formas que ele mais aprendeu foi na prática, mesmo! na convivência com a comunidade surda.
Perfil de aluno
Quando nos casamos em 2013, percebi que não avançava muito além do básico. Neste caso, orientei a estudar fora, fazer cursos, oficinas em turmas tradicionais, e ele foi! Como disse, ele tem um perfil muito interativo e comunicativo, aprende em turma, sabe? Então, dar tarefas individuais e que exigiam foco e concentração era em vão!
O que ficou de lição para mim nessa situação de ensino-aprendizagem em aulas particulares;
- Perceber, aceitar e propor soluções para novos objetivos ou necessidade de aprendizagem.
- Exige muita dedicação, foco do aluno para estudar e praticar com autonomia. Identificar o perfil do aluno.
- Entender que, para cada perfil, uma metodologia deve ser aplicada. E que, apenas uma modalidade (aula particular) não funciona para perfis comunicativos e que aprende em grupo no método tradicional!
Hoje ele conversa bem melhor, consegue aprender novos sinais, e, me vendo interpretar nos eventos (quando possível) o ajuda fixar novos sinais da Libras.
Como tradutora, intérprete e professora, sou muito grata a ele pelo incentivo que me deu desde o início para ingressar e permanecer na área.
Ele não é interprete, mas trabalha comigo sempre que possível na parte tecnológica, gravando e editando videoaulas, traduções e fazendo transmissões das lives de Libras no meu canal.
#professoradelibras #auladelibras
Especialista em Acessibilidade Digital - Mentoria de Acessibilidade para desenvolvedores, analistas de qualidade e designers
1 mMuito seu relato Paloma! Vou me esforçar para aprender por aqui.
Analista de acessibilidade
1 mBruno Pulis
Profissional Multidisciplinar | Tradução, Interpretação, IA, Ciência de Dados, Ensino de Idiomas
5 aMuito bom!
🎙️ Comunicador apresentador multimídia | 🎥 Gestor de Streaming | 🎬 Produtor e editor de vídeo | 🖐 Acessibilidade em Línguas de Sinais
5 aAdorei o artigo, meu amor, bem isso mesmo! Fala aí, sou ou não sou, um aluno aplicado? :D