Como escolher o melhor investimento em Renda Fixa?

Como escolher o melhor investimento em Renda Fixa?

No cenário econômico atual, a Renda Fixa desponta como uma das principais opções de investimentos no mercado interno.

Conforme destaca a Anbima, até junho de 2022 a captação acumulada no Mercado de Capitais registrou R$ 233,1 bilhões em emissões, sendo que do total R$ 201,9 bi foram em instrumentos de Renda Fixa, com especial destaque para as Debêntures, que movimentaram R$ 133,8 bi no período.

As subsequentes altas na taxa Selic, visando conter o forte avanço da inflação, influenciaram as empresas a alterar a composição do seu mix de captação. Em períodos de baixa Selic, as operações de renda variável são mais atrativas.

Entretanto, em cenários de alta na taxa básica de juros, como o atual, as debêntures acabam sendo mais procuradas pelos investidores, sendo uma importante fonte de recursos para as empresas e de rentabilidade para os investidores.

Mas, afinal, o que é Renda Fixa e como você pode se beneficiar do momento econômico atual em seus investimentos?

Renda Fixa, como o nome diz, se refere a títulos negociados no mercado de capitais que tem a sua remuneração previamente conhecida no momento da aplicação.

Na prática, o investidor adquire através do intermédio de bancos, corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários, títulos de dívidas de empresas ou até mesmo do governo com a promessa de receber o capital em uma data futura, remunerado conforme a rentabilidade combinada.

A rentabilidade dos títulos pode ser:

Pré-Fixada: Taxa de juros já pré-estabelecida. Exemplo: 12,68% a.a.

Pós-Fixada: Atrelada a um indicador de referência. Exemplo: 120% do CDI

Híbrida: Combina uma taxa pré-fixada com um indicador de referência. Exemplo: IPCA + 7,65% a.a.

 Existe alguma garantia na aplicação em Renda Fixa?

Os ativos de Renda Fixa de emissão por parte do Governo contam com a garantia do Tesouro Nacional e são considerados os ativos mais seguros do mercado.

Já os ativos emitidos por Instituições Financeiras possuem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O limite por CPF ou CNPJ é de 250 mil reais por instituição participante, mas com um teto de R$ 1 milhão por investidor e com validade de 4 anos. Isso significa que para que seu dinheiro esteja totalmente coberto pelo FGC, você não deve manter mais que R$ 250 mil em uma mesma instituição, investido pelo mesmo CPF ou CNPJ. Após quatro anos, o teto é restabelecido.

No caso de títulos de emissão privada, por parte de empresas, não há nenhuma garantia que proteja o investidor em caso de default (calote) do emissor.

Entretanto, cabe ressaltar que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) atua de forma constante visando proteger o interesse dos investidores e estabelece critérios rígidos para o ingresso das empresas no mercado de capitais.

É importante observar também que a inexistência de mecanismos de garantia geralmente implica em incidência de maior rentabilidade.

E como funciona caso eu precise resgatar o dinheiro de minha aplicação?

Na hora de investir, é importante analisar diversos fatores para tomar a decisão mais acertada e um desses fatores diz respeito à liquidez do ativo. A liquidez representa a facilidade em converter um ativo em dinheiro.

Existem diversos títulos que possuem liquidez diária, ou seja, os resgates podem ser efetuados a qualquer momento. É o caso dos Títulos Públicos Federais, por exemplo.

Também existem títulos em que o resgate só é possível após um determinado período de carência ou então somente no vencimento. Neste caso, é possível efetuar a negociação do papel no mercado secundário, mas existe a chance de a negociação ocorrer com deságio.

Portanto, antes de aplicar em determinado ativo, o investidor deve avaliar muito bem sua necessidade de fluxo de caixa.

Quanto irei pagar de Imposto de Renda ao investir em Renda Fixa?

Apesar de existir algumas modalidades de ativos isentos de Imposto de Renda, conforme observaremos abaixo, geralmente, observa-se a tabela regressiva de Imposto de Renda que incide somente sobre os rendimentos da aplicação.

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É importante observar que para resgates ocorridos antes de 30 dias, haverá também o recolhimento de IOF. Tanto o IR, quanto o IOF são recolhidos na fonte, não sendo necessário recolher carnê leão.

E quais são as opções de títulos de Renda Fixa disponíveis no mercado?

O mercado de capitais no Brasil vem passando por evoluções constantes e, atualmente, existe um mix de ativos bastante amplo, contando com títulos de diferentes características, emissores, rentabilidades e vencimentos.

Cabe ao investidor avaliar as opções disponíveis e, de acordo com seu perfil e objetivos de curto, médio e longo prazo, definir qual ativo é o mais adequado.

Abaixo, relacionamos um resumo contendo as principais características dos títulos de Renda Fixa disponíveis no mercado interno:

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Como decidir qual é o melhor título?

Conforme já mencionado, não existe resposta certa, o ideal é a avaliação criteriosa por parte o investidor conforme seu perfil, objetivos de curto, médio e longo prazo e necessidade de capital.

Vejamos alguns exemplos que devem ser considerados:

Qualidade do emissor: Investir em títulos de emissores que possuem uma boa classificação de risco (Rating);

Tipo de remuneração: Observar o contexto econômico atual para decidir entre ativos com rentabilidade pré-fixada (mais interessantes em contextos de juros em baixa), pós-fixada (mais interessantes em contextos de juros em alta) ou mistos (proteção contra a inflação, por exemplo);

Liquidez: Planejar a necessidade de caixa é extremamente importante no momento de realizar uma aplicação, tendo em vista que o pagamento de juros pode ocorrer de forma periódica ou somente no vencimento. No caso de pagamento de juros periódicos (cupons de juros) eles podem ocorrer de forma mensal, semestral ou anual;

Marcação a Mercado: O Tesouro Direto é uma opção muito segura de aplicação, mas, no curto prazo, pode sofrer com a marcação a mercado;

Imposto de Renda: No caso dos ativos isentos de IR, é preciso observar se a rentabilidade ofertada realmente compensa o custo de oportunidade de investir em ativos não isentos. Por exemplo, vamos utilizar o cenário atual, em que a Selic está em 13,25% aa, o que representa um CDI de 13,15% aa. Neste cenário, um CDB que paga 110% do CDI é mais interessante que uma LCI que paga 83% do CDI, mesmo pagando a alíquota máxima de IR (22,50%). Isso porque, em um mês com 22 dias úteis, a LCI renderia 0,91% am, já o CDB renderia 0,92% am já líquidos de IR. Ou seja, nem sempre a isenção de imposto representa a melhor decisão de investimento.

Investir é parte fundamental do planejamento financeiro e patrimonial de empresas e famílias, exige conhecimento e disciplina, mas através de análises bem fundamentadas o caminho para o sucesso torna-se mais claro e pavimentado. Muitos conteúdos estão disponíveis para quem quer aprender mais sobre o mercado e, cada vez mais, profissionais qualificados estão acessíveis para facilitar o processo de decisão dos investidores, analisando as diversas variáveis que compõe um planejamento financeiro eficiente. 

Conteúdo muito necessário. Obrigada por compartilhar!

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