O que são ativos de renda fixa?
O mercado financeiro possui inúmeras possibilidades para os diferentes tipos de perfis de investidor, com seus diversos objetivos.
O objetivo deste texto é apresentar ao investidor, as possíveis rentabilidades e características dos ativos de renda fixa.
Para começarmos, todo ativo de renda fixa precisa atingir três critérios: ter prazo de vencimento, oferecer uma rentabilidade ao investidor e por fim, deve ser uma dívida.
O vencimento pode ser em dias, meses ou anos. Além disso, independente do vencimento, alguns ativos financeiros oferecem liquidez diária, ou seja, permitem resgates a qualquer momento.
A rentabilidade sempre será prefixada, pós fixada ou híbrida.
Rentabilidade prefixada é absoluta para o investidor. Basicamente, o investidor saberá quanto terá de retorno antes mesmo da aplicação. Imagine que você irá aplicar R$ 100,00 em um título prefixado com vencimento em um ano e rentabilidade de 10%. Dessa maneira, você já sabe que ganhará R$ 10,00 de rentabilidade no final do período.
A rentabilidade pós fixada é totalmente diferente. O investidor não sabe quanto terá de retorno no vencimento, pois dependerá de um índice, que pode ser a taxa DI, Selic ou algum outro.
Pense novamente que você aplica seus R$ 100,00 em um ativo pós-fixado com vencimento em um ano e que sua rentabilidade é de 100% da taxa DI. Perceba que a rentabilidade dependerá da “taxa DI”, pois esse ativo, remunera 100% desta taxa, logo, se a taxa DI tiver uma variação percentual de 10% neste período, você terá R$ 10,00 de rentabilidade, se a variação percentual for de 15%, o retorno será de R$ 15,00 e assim sucessivamente.
Já títulos híbridos possuem as duas rentabilidades: prefixada e pós fixada.
Normalmente, são ativos atrelados ao índice de inflação (IPCA). Vamos novamente ao exemplo.
Você tem R$ 100,00 e aplica em um título híbrido com vencimento de um ano e rentabilidade expressa em IPCA + 5%. Parte da sua rentabilidade é desconhecida (IPCA, assim como no caso acima, do título pós-fixado) e parte é conhecida (5%).
Supondo que o IPCA neste período, teve variação percentual de 5%, você ganhará 5% + 5%. O que nos juros compostos dariam 10,25%.
Antes de seguirmos para a explicação do ativo de renda fixa ser uma “dívida”, precisamos prestar atenção em algo que se chama, marcação a mercado.
Muitos destes títulos de renda fixa, são marcados a mercado, mas o que isso significa e como pode te ajudar ou não?
Pense que você comprou um carro 0km por R$ 100.000,00 e após dois anos de uso, quer vende-lo. Você pode simplesmente chegar na concessionaria que comprou o carro e tentar vender pelo mesmo preço? Pode até tentar, mas não conseguirá. O que deve ser feito é vender o carro pelo novo preço de mercado.
O mesmo acontecerá se você comprar um terreno num bairro afastado, e aos poucos, esse bairro for crescendo. Quando você for vende-lo, venderá pelo mesmo preço que comprou? Não, venderá por um preço maior, ou melhor dizendo, a seu novo preço de mercado.
Isso é a marcação a mercado que acontece nos ativos financeiros de renda fixa.
Os títulos que sofrem com essa marcação são os que possuem parte ou são totalmente prefixados. Os pós fixados não sofrem com esta marcação.
Agora vamos a um exemplo para você entender.
Você comprou um ativo prefixado com vencimento em um ano e com rentabilidade de 10%. Para isso, você pagou um preço neste título.
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Supondo que após 6 meses, metade do vencimento, você queira resgatar o seu capital, o que acontece?
Esse título será MARCADO A MERCADO, haverá atualização do seu preço e você poderá: ter a rentabilidade contratada proporcionalmente ao tempo que ficou na operação (caso a taxa não oscile), terá uma rentabilidade menor ou até mesmo prejuízo (se a taxa de juros subir) e terá uma rentabilidade ainda maior do que a contratada (se a taxa de juros cair).
Por isso, atenção a esses títulos, é de extrema importância. O melhor a se fazer ao contratá-los é pensar: ESTOU CONFORTÁVEL EM GANHAR ESSA TAXA E LEVAR ESSE TÍTULO ATÉ O VENCIMENTO?
Assim, você retira o risco da marcação a mercado, por não vender antecipadamente este título.
Agora sim, por que esses títulos representam dívida?
Todo ativo de renda fixa, tem por trás um emissor.
Um CDB é emitido por algum banco, uma Debênture é emitida por alguma empresa não financeira, um Título Público Federal é emitido pelo Tesouro Nacional.
A pergunta é, por que estes títulos são emitidos?
Para captar recursos no mercado financeiro. Uma empresa que precisa de captação de recursos para algum projeto, pode ir a um banco e emprestar dinheiro, pagando juros, ou então, emitir uma Debênture, captar o recurso e acordar um prazo e rentabilidade com o investidor.
Portanto, se estes títulos representam a dívida de seus emissores, eles podem te dar o calote.
Para isso, existem alguns mecanismos de proteção ao investidor.
O FGC – Fundo Garantidor de Crédito, protege o investidor contra o risco de crédito de alguns títulos emitidos por bancos, com limite de R$ 250.000,00 por CPF e por instituição, com renovação a cada 4 anos, do limite de R$ 1 milhão.
As debêntures possuem garantias diferentes, como um lastro real (físico) ou algumas outras garantias menores.
Os Títulos Públicos Federais são emitidos com a garantia do Governo Federal, considerados os títulos mais seguros do mercado financeiro.
Além disso, cada instituição/empresa possui um diferente risco.
Imagine que duas empresas estão emitindo uma debênture, com mesmo vencimento, porém, a empresa A é multinacional, com anos de história completamente ilibada e a empresa B é a padaria do seu Zé, completamente suspeita.
É claro que a empresa A, não precisa pagar muito juros ao investidor, já que seu próprio nome no mercado traz segurança ao investidor, então ela pagará 10% ao ano (exemplo). Já a padaria do seu Zé, para competir e conseguir atrair recursos, precisará pagar muito mais ao investidor, como por exemplo, 25% ao ano.
E então, a decisão será sua. Correr mais ou menos risco?
O mercado financeiro todo se resume a isso. A quanto de risco você pretende assumir para conquistar seus objetivos e posso te afirmar algumas coisas para fecharmos esse texto.
1 – TODO investidor tem um perfil de risco e é preciso e necessário identificá-lo, antes de começar seus aportes.
2 – Você não precisa ser rico para começar a investir.
3 – Percebeu que eu não falei em poupança em momento nenhum, até agora? Então, ela não é uma opção.
Deixa aqui sua dúvida ou contribuição.
Especialista de Investimentos no Banco Bradesco
2 aShow Bruno 👏😃
Wealth Management - Daily Banker na BTG Pactual
2 aFera máxima!!
Profissional do Mercado Financeiro | Especialista em Investimentos ANBIMA CEA | PQO - B3 - Operações | Expertise em Gestão de Carteira Alta Renda e Clientes Investidores | PAAP-MBA, Advisor de Investimentos - Eu Me Banco
2 aShow de explicação Bruno Piacentini, CEA, CNPI-T, PAAP
Profissional do Mercado Financeiro | Assessor de Investimentos | Santander AAA | Contador | ANBIMA CEA | PAAP Programa Advisor de Alta Performance T14
2 aBruno Piacentini, CEA, CNPI-T, PAAP que entrevista FANTÁSTICA. Parabéns! Realmente uma verdadeira aula sobre investimentos! Parabéns Eu me banco Educação 👏👏👏
Supervisora de Operações | KPI l OKR l Processos | Projetos | Qualidade | Reclame Aqui | CPA-20 | Eu Me Banco Educação
2 a🚀🚀🚀