Como faziam os Maias e os Incas: o básico bem feito ainda é a melhor base
Outro dia estava conversando com um amigo que também é engenheiro, e nesse bate papo ele me perguntou: “Você já parou pra pensar como os engenheiros do passado conseguiram construir obras que ainda estão de pé, sem toda essa tecnologia que temos hoje?” Essa pergunta me fez refletir sobre algo que, às vezes, esquecemos na correria do dia a dia: a essência da boa engenharia.
Imagine as pirâmides do Egito, os aquedutos romanos ou até mesmo aqueles casarões antigos que ainda vemos por aí. Obras grandiosas, feitas em tempos em que não existiam computadores, softwares em 3D ou modelagem BIM. Como eles conseguiram? A resposta está naquilo que é básico, mas muitas vezes esquecido: a boa engenharia.
Essas construções foram possíveis graças ao conhecimento profundo dos engenheiros da época sobre materiais, técnicas e uma boa dose de criatividade. Eles não tinham tecnologia avançada, mas sabiam planejar, calcular e, acima de tudo, executar. E essa é pra mim a base verdadeira de qualquer projeto.
O entendimento das necessidades, a atenção aos detalhes e a execução com excelência.
Afinal, não adianta ter as ferramentas mais modernas se não soubermos usá-las para o que realmente importa.
Podemos comparar isso com cozinhar. Antes de aprender técnicas avançadas ou usar utensílios sofisticados, a gente precisa dominar o básico: saber cortar, temperar, cozinhar no ponto certo. De nada adianta um forno de última geração se não soubermos como assar o bolo para ele não murchar. Da mesma forma, na engenharia, dominar o básico é o que faz toda a diferença.
Hoje, vivemos na era do BIM, e não há dúvidas de que ele revolucionou a forma como projetamos e gerenciamos obras. O BIM oferece uma visão integrada, facilita a comunicação entre equipes e ajuda a prever problemas antes mesmo que eles aconteçam. É um recurso incrível, mas não podemos esquecer que ele é uma FERRAMENTA — e não um substituto para a boa engenharia.
O que eu percebo é que muitas empresas vendem a ideia de que, sem BIM, não há projeto de sucesso. Mas a verdade é que o BIM potencializa o que já fazemos bem. Ele é como aquele toque extra que eleva o prato ao nível de um chef, mas o básico — o arroz com feijão da boa engenharia — precisa estar bem feito primeiro.
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Se você está considerando migrar para o BIM, pense nisso como aprender a dirigir um carro automático depois de anos dirigindo um manual. No começo, parece confuso, você sente falta da embreagem, do controle que tinha no manual. Mas, com o tempo, você percebe que o automático traz mais conforto, eficiência, e que você pode se concentrar mais na estrada e menos nas marchas. Com o BIM é igual: no início, há um período de adaptação, mas os benefícios começam a aparecer conforme você utiliza ele.
Se tem uma dica, que esses 6 anos de profissão me fazem ter condição de te dar, é: comece pequeno, com um projeto piloto. Escolha algo simples, onde você pode testar as funcionalidades do BIM sem comprometer prazos ou custos elevados.
Tente buscar ferramentas que se ajustem à sua realidade. Nem sempre a solução mais cara ou complexa é a melhor para começar. Existem muitas opções no mercado que oferecem escalabilidade, permitindo que você vá aumentando o nível de complexidade conforme ganha confiança e domínio. Dificilmente alguém começa com aquele SUV dos sonhos, aqui não é diferente.
E, o mais importante, não se cobre tanto. A transição para o BIM é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Cada avanço, por menor que pareça, é um passo na direção certa. Experimente, ajuste, aprenda com os erros e comemore os acertos.
E não sejamos hipócritas, o BIM pode não ser essencial para o sucesso de um projeto, mas ele certamente é um diferencial competitivo que pode elevar a qualidade do seu trabalho, facilitar a gestão e abrir novas oportunidades no mercado. Comece devagar, com segurança, mas comece. No final, o BIM será mais uma ferramenta poderosa no seu arsenal, ampliando suas capacidades e trazendo mais valor para os seus projetos.
O primeiro passo é o mais importante, e você não precisa caminhar sozinho. Eu e a Thórus Engenharia estamos aqui para ajudar nessa jornada, para que possamos, juntos, construir o futuro com a sabedoria do passado e as ferramentas do presente. Porque, no fundo, engenharia é sobre isso: entender o que é essencial e usar o que temos de melhor para criar algo que dure.
Vamos juntos nessa?