Como ficam os familiares quando seus idosos morrem
Como ficam os cuidadores familiares quando seus idosos morre
Temos conversado muito sobre o cuidado com os cuidadores, sobre o desgaste que todos envolvidos no cuidado de seus familiares adquirem no decorrer dos anos de cuidado contínuo
Depois destes anos de dedicação, ocorre o óbito de nossos familiares, encerrando este trabalho hercúleo de dedicação. Não há adjetivo para esta dedicação, cada um a sua maneira, se colocou disponível e dividiu sua vida como seu idoso.
Passamos um tempo para elaborar esta perda, as questões burocráticas, legais desviam nossa atenção evitando sentir o vácuo que irá ficar.
Muitas decisões, patrimônio, heranças, divisões e encaminhamentos das coisas do idoso.
Passado este período a vida se reinicia, nova rotina, tempo disponível, decisões sobre onde morar, sobre os relacionamentos familiares, com amigos, com o trabalho, que muitas vezes foi interrompido pela impossibilidade.
Estamos diante de uma estrada com várias bifurcações, o que faremos diante do novo, nada faremos diante do novo. Sem dúvida, cada um terá seu tempo de elaboração deste luto.
Mas o cuidador familiar vai acompanhando o agravamento e complicações das doenças e complicações de saúde de seu idoso, vai percebendo que o fim está se aproximando. E provavelmente começa a pensar sobre como será sua vida futura.
Talvez aqui seja o momento de nossa reflexão, algo irá mudar, e seu empenho e dedicação para o cuidado não serão necessários. Esta é a fase de preparação para o resgate de sua vida como adulto, de repensar sobre seus planos, seus desejos, seu autocuidado, pois terá tempo para isto. Sem dúvida, num momento de muita comoção e maior envolvimento com nosso idoso no final de sua vida, parece não haver espaço para pensar em planos, mas temos um espaço mental que começa nos alertar, e depois...
Reforço nosso empenho em criar este espaço e tempo para este futuro que virá. Pensar na nova rotina, no novo formato de vida, de imaginar-se com planos, mesmo também sendo idoso. Pois a grande parte dos cuidadores familiares são idosos, muitos cônjuges, filhos, parentes e agora irão se dedicar a si mesmos, neste autocuidado físico, mental social, na busca de novos projetos e metas. Merecemos nos dedicar com tenacidade para estes novos tempos.
Fica a proposta!
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