Como foi minha primeira vez em um Hackathon
Imagem: adesivo do Hackathon adaptado

Como foi minha primeira vez em um Hackathon

Primeiro para quem não sabe:

Hackathon é um evento que reúne pessoas empreendedoras, apaixonadas por tecnologia e sustentabilidade para uma maratona de programação, prototipagem e colaboração.

Nos dias 8 e 9 de junho participei do meu primeiro Hackathon.

Eu sempre tive vontade de participar desse tipo de competição, porém sempre ficava com receio, pois não me achava boa o suficiente para participar.

Eu pensava:

“Se eu não souber fazer tal coisa vou prejudicar minha equipe e isso vai me deixar mal na frente de todos.”

Até que após vê meus colegas da ETEC: Renan, Mateus, Victor e Marcos, participando de vários, então resolvi perguntar para o Renan como tava sendo essa experiência e fiquei com vontade de encarar.

Até que na primeira semana de junho, soube pela newsletter do Campus SP do Hackathon Appartidárias 2.0, promovido pelo Grupo Mulheres do Brasil, que ele teria como objetivo desenvolver soluções digitais, para aplicação nas eleições de 2018, para monitorar em escala nacional as campanhas eleitorais e fiscalizar a qualidade de apoio dos partidos às mulheres e promover visibilidade às suas pautas, a fim de aumentar o número de mulheres eleitas no legislativo.

Eu achei um tema muito legal, apesar de não saber nada de política, como sempre apoio qualquer iniciativa de igualdade de gêneros, como podem ver nos meus posts que incentivo muito as mulheres a trabalharem na tecnologia, achei o tema perfeito para ser o primeiro Hackathon que participaria e como as inscrições eram preferencialmente para mulheres, fiquei mais a vontade para participar.

Me inscrevi sem saber se seria selecionada, 1 dia depois recebo que em 2 dias participaria do Hackathon, minha sensação foi de felicidade, mas ao mesmo tempo de receio, fiquei me perguntando por qual razão tinha feito isso, fiquei me questionando e me autossabotando dizendo que não era bom eu ir, que não tinha conhecimento o suficiente para participar.

Até que chegou quinta, um dia antes, e fui procurar como me preparar para um Hackathon, achei pouquíssimas informações internet, então pedi dicas para o Renan também.

Uma dica valiosa que encontrei foi descansar no dia anterior, pois teríamos poucas horas para dormi, então separei meu notebook, roupas confortáveis, e um casaco para não passar frio e fui dormi, acordando às 10h da manhã no dia, para tomar café da manhã e almoçar antes de ir (teria que estar lá às 15h), outra dica que recebi foi para meditar antes de ir, para não ficar nervosa, então depois do café voltei para cama e meditei.

Perto da hora de sair de casa, já estava conformada que iria de qualquer jeito, falei para mim que mesmo com medo eu iria.

Chegando lá, fui super bem recebida, fiquei bem feliz, recebi meu crachá com o circulo azul, que representava que eu era front-end, e conforme as meninas chegavam, eu perguntava o que elas eram e nenhuma era dev (desenvolvedora), até que chegou o horário de começar e realmente nenhuma mulher desenvolvedora, só eu

Fiquei assustada e decepcionada, como assim só eu de dev??

Dando o horário de início, tivemos uma dinâmica e logo uma apresentação mais detalhada do problema que teriamos que resolver, pediram para todas darem uma ideia, para que depois houvesse uma votação das mais votadas que consequentemente seriam desenvolvidas.

Até esse momento, eu já tinha um grupo definido, porém nossas ideias não estavam batendo, uma das mentoras disse que minha ideia não estava alinhada ao propósito e falou para eu não apresentar.

As meninas formaram a fila para apresentar suas ideias, eu fiquei sentada, só pensando, mas eu gostei da minha ideia e pensei: não custa nada apresentar, na votação o povo vê, se não gostarem da minha eu entro em algum grupo.

Fui lá e apresentei, pediram para que cada dona da ideia ficasse em um painel e quem não tinha grupo teria que ir passando em cada painel para ver qual queria participar, nesse momento fiquei longe do meu grupo, mas com a certeza que se ninguém quisesse fazer minha ideia, eu iria para voltar ao grupo.

Apresentei para muitas pessoas que por ali passaram, as outras mentoras adoraram minha ideia, ficaram muito satisfeitas.

Ah nessa hora, elas já tinham chamado desenvolvedores do Magazine Luiza (pois tudo aconteceu no laboratório de inovação do Magazine Luiza o Luiza Labs) para ajudar, já que desenvolvedor estava escasso naquele momento.

Então um desenvolvedor do Luiza Labs, pediu para eu falar da minha ideia, e topou fazer comigo, porém ele só poderia ficar no evento até às 22h, e no sábado ele não ia voltar.

Eu falei para ele que não sabia se as mentoras iam deixar depois eu continuar sozinha, então falei da situação para elas e me apoiaram a continuar.

Então começamos a desenvolver e pensar nas telas, ele conseguiu ficar até 00h00 e depois um amigo dele me ajudou até às 3h da manhã lá comigo e até às 6h remotamente, quando chegou às 7h eu não aguentava mais (nunca tinha virado desse jeito, nem sei como aguentei), eu queria ir para casa, deitei um pouco nos sofás de lá e consegui “dormir” uma hora, acordei estavam dando café da manhã, comi e depois fui fazer a aula de ioga, que elas trouxeram para ajudar a relaxar.

Mas mesmo assim eu não me aguentava mais, uma mentora viu como eu estava cansada e me colocou numa sala para fazer aquelas massagens com agulhas para aliviar o cansaço, isso me ajudou a conseguir dormir 2 horas e me fez um bem danado.

Após o retorno do meu cochilo, consegui continuar o projeto. Em todo tempo de desenvolvimento, as mentoras passavam nas mesas dando ideias e falando dos problemas que tinham e a cada hora parecia que meu projeto iria ter mais e mais funcionalidades.

Conversei com um dev que tinha chegado para ajudar outro grupo, e ele me disse que nesses Hackathons que ele participou o importante era focar na apresentação do pitch ao invés de fazer algo totalmente funcional naquele momento.

Então foquei em fazer somente a parte visual básica da solução e procurei estudar o pitch, com ajuda das mentoras fui entendendo mais e mais como é difícil para as candidatas serem eleitas, primeiro porque os partidos não repassam os fundos para todas e também muitas nem sabem que são candidatas, por isso que muitas acabam não tendo nenhum voto, pois não sabiam que eram candidatas e isso gera muitas complicações para elas, como bloqueio de CPF, proibição de prestar concurso público ou tirar passaporte, pelo que entendi.

Achei uma situação muito injusta, pois isso é falta total de informação, por isso propus o Candidatas de Valor: sistema onde as candidatas seriam instruídas de todas essas regras, deveres, obrigações e punições, além de aprenderem a fazer coisas básicas como uma pauta ou uma campanha pelo Facebook, onde acumulariam pontos conforme fossem passando de níveis e conforme mais pontos elas tivessem seriam destacadas no site, que seria aberto ao público, para que os eleitores vissem que elas estão se dedicando a aprender quais são suas obrigações e assim teriam mais chances de serem eleitas. E elas com o conhecimento em mãos, pudessem cobrar dos seus partidos, suas obrigações de apoiá-las.

Na hora da apresentação, mais de 100 pessoas na platéia e ainda transmissão ao vivo para o Grupo Mulheres do Brasil, eu fiquei muito nervosa e travei no começo, mas consegui passar minha mensagem.

Como não consegui desenvolver toda a ideia e modelo de sustentação do sistema, acabei ficando em 4º lugar, sem ganhar premiação, pois as premiações valiam até o 3º lugar, porém ganhei uma experiência e reconhecimento que jamais tive, logo após minha apresentação recebi muitos elogios pela força de vontade e coragem de mesmo ficando sozinha, ter se dedicado tanto.

E foi assim que foi meu primeiro Hackathon, foi uma experiência incrível que valeu cada hora de sono perdida, além das amizades que conquistei.

Então se você ta com receio de ir participar de um Hackathon aconselho que vá mesmo com medo, porque experiências como essas só te fazem crescer como pessoa e profissional.

E com certeza, vocês vão me ver em mais Hackathons, quem sabe na próxima não ganho o primeiro lugar, né?


*Para quem ficou curioso de como ficou minha aplicação, o print da página inicial dela, ainda vou terminar de ajustar algumas coisas, e em breve irei deixar ele disponível meu portfolio



E você já participou de um Hackathon? Tem vontade de participar?

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Publicado originalmente em danieladuarte.com.br 

Daniela Duarte, Desenvolvedora Front-End, engenheira da computação e técnica em informática por formação, apaixonada por tecnologia e design desde que se conhece por gente, cria sites/websitesproduz conteúdo, ama programar, desenhar, comer, beber, chocolates, ouvir música, cantar, dançar, passear, nadar, viajar, olhar o céu, ver filmes e animes, ler bons livros e um monte de coisa.


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Anna Luchini Figueira

Assessora Especial na Câmara Municipal de São Paulo Oficial

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Parabéns Dani! Vc foi de uma maturidade, coragem e confiança incríveis! Te acompanhei por um período no Hackathon do Appartdárias e o pouco que presenciei me mostrou o quanto vc é apaixonada pelo que faz! #juntassomosmaisfortes

Roseli Nogueira Machado

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6 a

Que lindo Dani! Foi uma alegria ter você conosco neste momento e um prazer conhecer alguém tão especial!

Alessandra Bueno Pereira

Empreendedora em negócios de saúde e bem estar

6 a

Amei seu depoimento Dani! Vc foi um sucesso!!! Adorei como você descreveu tudo! Você é incrível!!! Corajosa, inteligente e criativa! Parabéns!!!

Marina Cordeiro Silva

Gerente de Marketing | Geração de Demanda | Growth

6 a

Que relato legal! Já ouvi falar muito sobre Hackthon, mas nunca participei e nem pesquisei sobre. Obrigada por compartilhar a experiência, Daniela!

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