Como higienizar as mãos, a principal via de contaminação por germes
As mãos são as principais vias de transmissão de microrganismos, em outras palavras, elas são capazes de transportar inúmeros microrganismos de um paciente para o outro e de maneira muito rápida. É importante higienizá-las de forma correta. No ambiente hospitalar, esse hábito é ainda mais importante e essencial para a prevenção e redução de infecções relacionadas à assistência à saúde, promovendo a segurança dos pacientes, dos profissionais, dos demais usuários dos serviços de saúde e do próprio indivíduo. Em outras palavras, quando higienizamos as mãos estamos protegendo a todos dentro do serviço de saúde e a nós mesmos.
Atualmente, de cada 100 pacientes em hospitais para cuidados intensivos, sete em países de alta renda e 15 nos de baixa e média renda vão contrair ao menos uma infecção associada à não adesão da higiene das mãos durante sua internação hospitalar. Aproximadamente um em cada 10 pacientes afetados morrerá por este motivo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Relatório divulgado em maio de 2022 pela OMS revelou que, nos locais onde uma boa higiene das mãos e outras práticas são adotadas, 70% dessas infecções podem ser evitadas. Na Rede Placi, hospital de transição especializado em readequação de cuidados, reabilitação e cuidados paliativos, este procedimento é colocado em prática diariamente, colaborando para uma saúde individual e coletiva. “Adotamos a rotina mais simples, eficaz e de maior importância no controle da disseminação de infecções, sendo praticada pelo profissional de saúde e de pessoas próximas antes e depois do contato com o paciente, antes da realização de procedimento e após risco de exposição”, explica o enfermeiro Joélinton Aranha.
“As bactérias e germes encontrados nas mãos podem ser eliminados com água e sabão e, também, por formulação antisséptica a base de álcool 70% em gel, produto eficaz contra muitas espécies de microrganismos, incluindo o vírus da COVID, da gripe Influenza A H1N1, o bacilo da tuberculose pulmonar, além de diversas outras bactérias e fungos”, adiciona a enfermeira Kátia Costa.
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Higienizar as mãos antes e depois de qualquer procedimento é fundamental em ambiente hospitalar. É necessário retirar primeiramente aneis, aliança, pulseiras e relógio. A técnica de lavagem das mãos exige ensaboar todas as partes das mãos com aproximadamente 3 a 5 ml de sabão líquido, conforme orientações encontradas nos protocolos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e em órgãos de saúde internacionais. Isso significa que devemos aplicar o sabão líquido nas mãos umedecidas com água, friccionando a palma das mãos, entre os dedos, o dorso das mãos, as pontas dos dedos, o polegar e os punhos. O enxague rigoroso em seguida é necessário para a retirada de todo sabão das mãos e a secagem com papel toalha finaliza a técnica. Na antissepsia das mãos com o álcool 70% em gel utilizamos aproximadamente 2 ml do produto nas mãos secas, friccionando as mesmas partes das mãos citadas acima e esperando o produto secar naturalmente na pele.
As mãos devem ser higienizadas sempre, principalmente no início e no fim da jornada de trabalho, antes e após utilizar o banheiro, depois de tocar o ambiente ao redor do paciente, depois de manusear material contaminado, depois de assoar ou coçar o nariz, depois de espirrar, antes de comer e beber, antes de manusear alimentos, antes e após calçar luvas, após manusear saco de resíduo comum, de resíduo biológico ou das caixas de descarte de materiais perfurocortantes, entre outros.
“Envolvemos os cuidadores e familiares nessa prática como forma de contribuírem na prevenção das infecções e se sentirem parte do processo do cuidado. Apresentamos taxas mensais de infecção muito bem controladas, mesmo com o grande desafio em prevenir infecções no perfil de população que atendemos, na sua grande maioria idosos, com comorbidades, acamados e provenientes dos diversos hospitais de agudos. Temos controles e protocolos bem desenhados para medidas de prevenção de infecção, os quais foram validados pela Joint Commission International (JCI), ao conceder o Selo de Certificação de Qualidade para a Rede Placi. Atribuímos nossas taxas de infecção abaixo do limite que estabelecemos para a rede, em grande parte, ao compromisso que todos os profissionais têm em aderir à higienização das mãos. É um esforço contínuo na busca pela qualidade da assistência e segurança do paciente”, explica a enfermeira Kátia Costa.
Higienizar as mãos é um ato muito simples, mas de valor imensurável para salvar vidas. Um gesto simples que garante qualidade de vida e previne o risco de contágio de diversas doenças.