Como líderes podem estimular um ambiente feliz
Felicidade tem sido um dos assuntos mais comentados da atualidade. É reflexo do aumento do número de pessoas ansiosas, deprimidas e estressadas. A conversa saiu das rodas de filósofos e poetas para virar assunto de cientistas, grandes universidades, ONU e até Davos. Em 2014 a empresa de pesquisas Gallup publicou um estudo chamado A Economia do Bem-estar, mostrando as vantagens financeiras de pessoas mais felizes, em 5 dimensões: trabalho, social, físico, financeiro e comunitário.
Infelizmente o cenário não é nada positivo para a dimensão trabalho. Associamos trabalho a infelicidade, não é a toa que 73% das pessoas de sentem infelizes nas empresas. E isso traz consequências como queda de engajamento, produtividade e criatividade, altos custos com ausência por doenças e turnover. Ao mesmo tempo o relatório apresenta as vantagens econômicas de pessoas mais felizes, como o incremento de retenção em 44% e redução de turnover de até 55%, só para citar alguns números. Ou seja, sabemos que pessoas felizes trazem mais resultados. E no momento em que é natural que as pessoas estejam mais ansiosas e estressadas, esse tema é altamente relevante, inclusive economicamente. Afinal, o bem-estar dos colaboradores afeta diretamente o botoom line das empresas .
Como podemos promover a felicidade e o bem-estar da equipe, mesmo trabalhando de casa? Um estudo do Greater Good Science Center, da Universidade de Berkeley identificou quatro pilares principais da felicidade no trabalho: Propósito, Engajamento, Resiliência e Bondade.
Existem várias formas de implementar e fortalecer cada pilar, a começar pela consciência dos líderes, de que mais do que resultados, investir na felicidade e bem-estar da equipe é o correto a ser feito.
De forma prática, podemos adotar algumas atividades, tais como:
Propósito - de acordo com o professor de administração da Universidade de Berkeley, Morten Hansen, propósito é sentir que seu trabalho é valioso para outras pessoas (indivíduos e organizações) ou para a sociedade. E esse é o momento ideal para as empresas contribuírem para a sociedade através dos seus negócios. Nessa caso é importante que os líderes comuniquem claramente o propósito da empresa e como ele será aplicado nesse momento.
Engajamento - uma forma de aumentar o engajamento da equipe é ser flexível sobre horário, local e forma de trabalho. Ou seja, no momento em que fomos obrigados a trabalhar home office, esse pode ser um excelente teste. Uma outra forma é tornar o trabalho mais divertido. Exige criatividade, mas vale a pena!
Resiliência - podemos aumentar a resiliência da equipe incentivando a prática da Atenção Plena. Mostrar que nesse momento presente é natural sentir ansiedade e frustração, mas que podemos estar mais atentos aos nossos pensamentos e sentimentos. Um exercício da Atenção Plena é estimular a prática de meditação ou a contemplação, que pode ser feita em home office.
Bondade - podemos exercer a gentileza de várias formas, uma delas é estimular a prática da gratidão e do elogio entre colegas. Uma outra forma é estimular que as pessoas ajudem umas as outras. E nesse momento, pessoas precisando ser ajudadas é o que não falta.
Não existe uma só forma ou caminho fácil. Felicidade se aprende, mas requer disciplina, atenção e prática.
E uma mensagem final aos líderes: não enxerguem esse assunto como algo fútil, opcional ou desnecessário, pois não é. Mais do que nunca precisaremos de pessoas que colaboram entre si, buscam soluções ao invés de apontar problemas, reconhecem o que realmente importa, são saudáveis, cuidam do corpo e da mente, realizam e fazem a diferença na sociedade. Essas são característica de pessoas mais felizes. E com a ajuda dessas pessoas poderemos levar a humanidade a um novo patamar.