Como manter as tradições e ao mesmo tempo ser ousado?

Como podemos nos apoiar em um patrimônio ideológico e, ao mesmo tempo, ser flexíveis para nos adaptarmos às diversidades culturais e ainda assim engajar e fazer com que as pessoas acreditem no que pregamos?

O momento atual nos impõe várias reflexões sobre o significado da tradição e da inovação.

No final do mês de junho, de acordo com a fé católica, é um momento oportuno para refletir sobre a vida e o legado dos apóstolos Pedro e Paulo. Como pilares, cada um com seu próprio estilo, ambos receberam a missão de construir a Igreja Católica e disseminar a fé cristã pelo mundo.

Pedro teve sua fé questionada várias vezes e soube reconhecer seus erros e aprender a recomeçar. Embora fosse conservador, ele foi a principal ponte entre o Antigo e o Novo Testamento, preservando as tradições sem impô-las.

Paulo representava o questionamento. Ele mesmo foi vítima de sua inquietude quando passou a acreditar em um Deus único e presente. Para ele, sua crença não deveria estar limitada a um lugar ou uma região. O resultado de sua fé deveria ser compartilhado e ensinado a todos, independentemente de raça, região ou crença. Ele foi um grande disseminador de ideias.

Pedro representava a tradição, Paulo a ousadia. Esses comportamentos e perspectivas, assim como os de Pedro e Paulo, também estão muito presentes no ambiente corporativo e em nossa vida familiar.

O grande desafio é como manter as tradições e, ao mesmo tempo, sermos ousados.

É preciso entender que não somos soberanos, reconhecer nossos erros e, acima de tudo, saber recomeçar sempre, sem abandonar completamente nossas crenças, mas adaptando-nos às novas visões por meio do aprendizado.

Será possível?

Que tal tentarmos ser como Pedro e Paulo, tanto no ambiente profissional quanto em nossa vida pessoal?

Silvio Soledade