Como nossos egos atuam na sociedade?
No artigo anterior, falei sobre o processo de formação do ego desde o nosso nascimento, segundo a Psicologia dos Eneatipos.
Agora, vamos avançar um pouco nesse entendimento e ver mais detalhes dessa estrutura que nos acompanha desde a nossa primeira infância e por toda a nossa vida adulta.
A estrutura egóica é formada aos poucos, a cada dia, a cada repetição de fatos e ocorrências e não por um ou dois acontecimentos significativos em nossas vidas. A constância, nesse caso, é mais importante do que a intensidade das vivências.
Outro fator importante para o nosso entendimento é que a estrutura do ego se mostra em camadas, ou seja, temos a camada mais profunda que é a emocional, depois uma outra camada cognitiva e por fim, a camada mais superficial que se traduz nos nossos comportamentos e posturas perante a vida.
A camada mais profunda pode ser entendida como uma ferida emocional na criança e essa ferida foi formada por não conseguirmos receber o amor de nossos pais ou cuidadores da forma como esperávamos. Instintivamente, buscamos preencher essa carência e adotamos uma certa estratégia para atrair a atenção e o afeto deles. Essa estratégia deu tão certo que a adotamos como estratégia principal para nossa atuação na vida e isso já se refere a segunda camada, no nível cognitivo.
Uma das estratégias é ser o mais perfeito possível. Aquela pessoa que tem um olhar crítico e exigente para que tudo e todos funcionem perfeitamente bem, começando por si mesmo.
Outra estratégia é sentir-se totalmente pleno, transbordando de amor e tudo o que o outro pode precisar. São pessoas amorosas e compassivas. Uma pessoa atenta as necessidades alheias e focada em dar apoio e carinho aos que a rodeiam.
Uma outra estratégia é ser eficiente e ter uma imagem muito adequada de forma a atender aos padrões da sociedade, da família, dos amigos. Uma pessoa que seja bem vista por todos.
Também temos as pessoas que se fixam em comparar-se o tempo todo com tudo e com todos e nessa comparação, acabam sempre perdendo. Se sentem diminuídas em relação aos demais e acham que assim, podem atrair atenção e carinho.
Outros acham que têm tão pouco dentro deles que eles se fecham para o mundo, se isolam de forma a preservar o pouco que têm. São pessoas que não gostam de socializar e não se sentem solitários, apesar de optarem por estarem sozinhos a maior parte do tempo.
Temos alguns que se sentiram rejeitados pelos pais e com isso sentem sempre muito medo de rejeição e diversos outros medos. Vivem com a dúvida muito presente em suas mentes.
Por outro lado, têm os que adotam uma visão muito positiva da vida, do mundo e vivem sempre com muito otimismo, acreditando que tudo dará certo sempre.
Têm os que se sentem muito fortes, poderosos e acreditam que podem revolver tudo sozinhos. Não confiam nas pessoas de forma geral e são também antissociais.
Por último, tem os que se resignaram perante a vida e aceitam tudo como está. Acreditam que as coisas são como são e nosso papel é entender isso e tocar a nossa vida.
Bom, esse foi um breve resumo para que possamos ter noção das diferentes personalidades que se formam e que estão presentes no nosso convívio. Cada um com sua forma de enxergar a realidade. Muitas vezes, os conflitos acontecem porque achamos que todos deveriam enxergar como nós enxergamos e acabamos tentando impor nosso ponto de vista, nossa opinião, nosso jeito. Vira literalmente uma “briga de egos”.
O trabalho de autoconhecimento nos traz muita leveza, porque conseguimos entender profundamente esses mecanismos, nos olhar com mais amorosidade e olhar para o outro com esse mesmo entendimento, diminuindo o “julgar” e ampliando o “acolher”.
Se quiser conhecer seu tipo de personalidade, entre em contato para saber nossa programação de cursos e também para entender como funciona o processo de Coaching baseado no Eneagrama.
Te escuto!
Elaine Trannin
Master Coach