Como as novas definições de sucesso podem mudar as tendências profissionais

Uma amiga me disse: “toda mulher sente necessidade de mudar de carreira depois dos 30 anos...”. Não sei se existe algum estudo científico sobre esta afirmação, mas posso dizer que minha impressão é de que quase todas as pessoas ao meu redor (não só as mulheres) estão buscando por uma mudança profissional urgente.

Refletindo sobre esta questão, observo que boa parte das pessoas que buscam por esta transformação, estão na verdade se adaptando a uma nova realidade de vida, novos conceitos e prioridades, que geram valores diferentes de nossa geração anterior.

Até pouco tempo, ter um emprego fixo, cargo de gerência, casa e carro eram os valores que definiam um profissional bem-sucedido. Agora, estar satisfeito e ser feliz, por mais abstrato que seja, são os valores que tem definido as métricas de sucesso.

Recentemente li um livro muito bom sobre este tema: A Terceira Medida do Sucesso, de Arianna Huffington. Arianna retrata justamente esta mudança de valores e o quanto isso pode ser benéfico para o ser humano em termos de qualidade de vida, convivência familiar e saúde mental. Recomendo a leitura fortemente para quem busca uma mudança de hábitos que leve a uma mudança real em sua rotina.

Esta nova métrica, baseada no “nível de felicidade” em vez de poder e dinheiro, é tão abstrata que também pode ser confusa para nós que buscamos por qualidade de vida. Somos bombardeados por metodologias de autoconhecimento, autodesenvolvimento e empreendedorismo, como se todas essas ferramentas fossem mudar tudo. Já me vi em situações em que o excesso de informação e metodologias a serem aplicadas me geraram mais estresse do que a falta delas.

Diante deste cenário em que as pessoas buscam mais qualidade de vida e transformação, imagino que em breve não haverão mais profissionais para atender o modelo antigo de trabalho, com horário inflexível, chefes carrascos e atividades maçantes. Mas, sinceramente, ainda não vejo muitas empresas se adaptando a esta nova realidade. O que serão das empresas se todas as pessoas resolverem ser empreendedoras digitais para ter horário flexível e poder viajar o mundo enquanto trabalham online?

São muitas as variáveis. O que se sabe, com certeza, é que a história nos mostra que as mudanças são o curso normal da vida. Portanto, quem quer mudar de um modelo profissional antigo para um jeito novo de trabalhar, está apenas seguindo a tendência, formada a partir do aprendizado de gerações anteriores que já aplicaram o modelo antigo.

Sendo apenas um fato histórico ou não, eu também quero estar neste grupo de pessoas que querem se transformar! O que vai acontecer amanhã, eu realmente não sei, mas hoje... hoje é dia mudança!

Texto de Daniela Costa, baseado em suas impressões e experiências pessoais (29/01/2020)