Como o 5G impacta nossos dados pessoais
O leilão do 5G, que continua nesta sexta-feira, vai gerar uma nova configuração no setor de telecomunicações no país, trazendo maior velocidade e capacidade de conexão, aprimoramento da banda larga e da qualidade de rede em termos de latência, possibilitando também um mundo hiper conectado e a popularização de novas soluções. Os benefícios dessa nova tecnologia são enormes, como por exemplo possibilitar levar o 5G a todas as escolas do país de ensino básico, melhorar a conectividade na área rural, onde o acesso à internet ainda é bastante limitado, trazer grandes investimentos para o país, possibilitar cidades inteligentes e uma infinidade de dispositivos conectados, permitindo a ampliação da Internet das Coisas (IoT em inglês), como também da realidade aumentada e virtual, cloud e robótica.
Porém, todo avanço tecnológico traz consigo situações preocupantes, necessitando de análises e estudos aprofundados para sua implementação visando formas de prevenir e reduzir potenciais riscos, principalmente aos usuários.
A criação de mais pontos de conectividade entre dispositivos acarreta em coleta massiva de dados, como informações sobre rotina, saúde, hábitos de consumo, geolocalização, entre outros, assim como também grande volume de dados trafegados e maior exposição destes.
Tudo isso exigirá das organizações maior preocupação com a segurança dos dados e privacidade dos usuários. Assim como maior transparência sobre a forma de processamento de todos esses dados, uma gestão de riscos aprofundada e seguir atentamente as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
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Com todas essas possibilidades de conexão, ataques cibernéticos e vazamentos podem se tornar mais frequentes. Portanto, é importante se preocupar também com a ação de cibercriminosos que visam acessar dados e os utilizar de forma ilícita, podendo colocar em risco governos, organizações e usuários.
Em se tratando do 5G, os órgãos governamentais, como por exemplo a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), têm papel fundamental nesse cenário, atuando de forma efetiva na regulação, monitoramento, fiscalização e orientação de uso dessa tecnologia para contribuir com a proteção desses dados.
Nesse mesmo sentido, a Anatel aprovou, e está vigorando desde janeiro deste ano, o Regulamento de Segurança Cibernética Aplicada ao Setor de Telecomunicações. Esse regulamento promove a segurança cibernética nas redes e serviços de telecomunicações, o que se dará em uma linha de atuação eminentemente técnico-regulatória, integrada a um contexto de ações e esforços de diferentes esferas governamentais. A premissa é a de uma regulação de riscos, estruturando-se vigilância permanente do mercado e das infraestruturas e adotando-se medidas corretivas proporcionais.