Como o ISSB pode apoiar a valoração do impacto?
Com o ESG surgindo a partir do impulsionamento do mercado financeiro para sanar a necessidade de implementar critérios sociais, ambientais e de governança em decisões de caráter financeiro e gerencial faz com que a demanda por padronização e métricas seja constante.
Por esse motivo, desde que os critérios começaram a ser integrados nos reportes das organizações, temos observado um crescente número de frameworks, taxonomias, orientações e regulações que visam padronizar as informações publicadas e propor formas de metrificar o desempenho de ações que seguem esses critérios.
Nesse sentido, esse ano tivemos mais um grande avanço com a publicação dos padrões da ISSB (Sustainability Standards Board) conhecidos como IFRS S1 e IFRS S2, no qual o S1 as organizações que divulgam demonstrações financeiras terão que divulgar de forma qualitativa e quantitativa os seus riscos e oportunidades relacionados a sustentabilidade, e o S2, terá que reportar o mesmo para informações relacionadas ao clima.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou, em 20 de outubro de 2023, a Resolução CVM nº 193, que entra em vigor em 1 de novembro de 2023. De forma pioneira, a CVM torna o Brasil o primeiro país a adotar os padrões do International Sustainability Standards Board (ISSB). leia mais aqui
Esses padrões somados a outros já existentes, tem dado respostas à crescente demanda de investidores e outras partes interessadas por maior transparência e responsabilidade com as informações relacionadas a sustentabilidade.
Mas a provocação que quero trazer aqui é, como esses padrões podem apoiar o ecossistema de impacto aqui no Brasil?
Observo, que à medida que as empresas começam a precificar corretamente os riscos relacionados a questões sociais e ambientais isso pode vir a abrir espaço para falarmos sobre a necessidade de aprimoramento de algumas ações e investimentos, buscando ampliar a adicionalidade ao invés de olhar apenas para as externalidades.
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Adicionalmente, um relatório publicado pelo BlueMark em março deste ano, sobre práticas de gestão de impacto, demonstra que "mais de 90% dos investidores tradicionais e de impacto possuem um processo para identificar riscos de ESG".
Isso foi observado, após uma melhora significativa dos padrões em sustentabilidade e acurácia das informações que estão sendo demandadas através das atuais regulamentações e orientações. Deste modo, "embora muitos investidores de impacto tenham presumido anteriormente que suas estratégias eram totalmente distintas das estratégias de investimento em ESG, a avaliação e o monitoramento dos riscos ambientais, sociais e de governança (ESG) são agora considerados um componente essencial para a gestão do impacto. Pois entende-se que, ao gerenciar ativamente os riscos ou ou melhorias durante a vida dos investimentos, os gerentes podem garantir que as empresas investidas não estejam causando danos indevidos às pessoas ou ao planeta por meio da forma como seus negócios são operados."
A partir dos avanços de padrões e regulamentações, temos como exemplo a definição da dupla materialidade, que considera não só aspectos financeiros, como também de impacto. (GRI, 2022)
Deste modo, mesmo a premissa inicial dos gestores sendo diferente para cada análise realizada nos tipos de investimentos apresentados aqui, vejo muitas oportunidades de ver o fluxo de capital qualificado chegar até os investimentos de impacto aqui no Brasil, assim como já acontece em outros lugares do mundo, e finalmente destravarmos ainda mais possibilidades de gerar transformações reais a partir da alocação consciente e intencional desse capital.
Empreendedor Social @Phomenta | Apoiando e conectando ONGs, empresas e fundações | Empreendedor do ano EY 2024 | Valuable Young Leader 2019
1 aConteúdo de excelente qualidade e necessário! Acompanhando os próximos.
Crio, desenvolvo e gerencio projetos que entregam alto impacto socioambiental através da inovação!
1 aSuze Oliveira
Ajudo empresas a construir seu futuro através da adoção da IA
1 aObrigado pela contribuição!
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1 aDiogo Quiterio artigo conectado aos desafios da dimensão setor privado na Coalizão pelo Impacto. E se desejar conversar com a Greicy, tenho prazer em conectá-los
Ativista / Relacionamento e causas no Sistema B / Mentor Inova 2030 at Global Compact Network Brazil / Valuable Young Leaders 2019 / Professor Convidado - FGV
1 aRodrigo Ferreira olha que massa =)