Como o Social Commerce está transformando o e-commerce global?
O social commerce tem se consolidado como uma das maiores transformações no comportamento de compra dos consumidores em 2024, com plataformas como Instagram e TikTok liderando essa revolução. O conceito vai muito além de uma simples compra online; trata-se da integração de experiências sociais e comerciais diretamente nas redes sociais. Isso está mudando profundamente a maneira como as marcas se conectam com seus públicos, gerando um ambiente onde o entretenimento e o comércio se entrelaçam de forma orgânica.
O fenômeno do social commerce cresceu exponencialmente à medida que as plataformas sociais se tornaram verdadeiros centros de descoberta de produtos. No passado, consumidores usavam redes como o Instagram para interagir com marcas, mas hoje a jornada de compra pode começar e terminar dentro da própria plataforma. O Instagram, por exemplo, oferece o recurso “Shopping” que permite que os usuários explorem catálogos de produtos e façam compras sem sair do app. O TikTok, por sua vez, alavanca o formato de vídeos curtos e virais para promover produtos de maneira criativa, com o poder da recomendação social em tempo real.
De acordo com uma pesquisa da Insider Intelligence, estima-se que 110 milhões de pessoas nos EUA façam compras diretamente por meio de plataformas sociais em 2024, representando 42% de todos os usuários de internet no país. Esse número ilustra como o social commerce está se tornando uma força motriz no e-commerce global. No Brasil, o crescimento é igualmente impressionante. A pesquisa realizada pela Ebit|Nielsen aponta que, em 2023, 67% dos consumidores brasileiros já haviam feito alguma compra via redes sociais, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. A tendência é que esse número cresça ainda mais nos próximos anos.
O que torna o social commerce tão atraente é a combinação de descoberta e compra em um só lugar. Em vez de navegar por vários sites, os consumidores podem encontrar um produto em um vídeo do TikTok ou em um post do Instagram, clicar, e comprá-lo em poucos segundos. Esse processo simplificado remove atritos na experiência do consumidor e aumenta significativamente a taxa de conversão. Comparado a modelos tradicionais de e-commerce, onde as marcas dependem de campanhas de anúncios para atrair visitantes para seus sites, o social commerce permite que as marcas transformem a interação social em vendas de forma muito mais rápida.
Outro ponto crucial é o papel dos influenciadores nesse novo cenário. As redes sociais permitem que influenciadores recomendem produtos de maneira mais autêntica e direta. No TikTok, por exemplo, a hashtag “#TikTokMadeMeBuyIt” (TikTok me fez comprar) acumula bilhões de visualizações, mostrando o poder de influência que os criadores de conteúdo exercem sobre as decisões de compra. Esse fenômeno destaca o quanto o social commerce está integrado à cultura de consumo digital. Quando comparado a outros formatos, como anúncios patrocinados em Google Ads, o apelo de uma recomendação espontânea de um influenciador costuma ser muito mais eficaz.
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O que estamos testemunhando não é apenas uma evolução das plataformas de redes sociais, mas uma verdadeira disrupção no modelo de comércio digital. Em vez de apenas guiar o tráfego para fora das plataformas, como ocorria no passado, as redes sociais agora estão se posicionando como o ponto de venda final, disputando diretamente com grandes plataformas de e-commerce. Para as empresas, isso significa uma nova oportunidade de estar presente onde o consumidor já está engajado, criando uma conexão mais próxima e gerando uma experiência de compra quase imediata.
No entanto, essa tendência traz desafios. A saturação de anúncios e promoções pode se tornar um problema à medida que as marcas competem por atenção em espaços cada vez mais concorridos. Além disso, os algoritmos dessas plataformas podem priorizar certos conteúdos pagos, o que obriga marcas menores a investirem em anúncios para garantir visibilidade. Ainda assim, o potencial de retorno é enorme, especialmente para empresas que conseguirem dominar as nuances do social commerce e alavancar o poder da recomendação social.
Em suma, o crescimento do social commerce está redefinindo o marketing digital. Marcas que desejam prosperar nesse novo cenário precisam entender que a experiência de compra está cada vez mais ligada à experiência social. O futuro do e-commerce será altamente influenciado por essas interações sociais dentro de plataformas digitais, e o sucesso dependerá de quão bem as marcas conseguirão se adaptar e integrar suas estratégias a essas novas dinâmicas.
Referências:
- Insider Intelligence. Social Commerce Growth Projections for 2024.
- Ebit|Nielsen. Pesquisa sobre Comércio Social no Brasil, 2023.