Como o sonho de abrir uma lojinha de informática transformou minha vida
Outro dia estava lembrando minha breve história, do final da escola até hoje. E pensei que seria bem interessante compartilhar algumas dessas histórias, pois são em raras ocasiões com amigos que às vezes me recordo delas.
Como são muitas, resolvi contar numa série de artigos. Essas histórias são trechos relevantes da vida que me trouxeram até aqui. Sem mais delongas, vamos lá!
A época era o segundo ano do ensino médio (que acho que nem existe mais ou hoje tem outro nome), numa escola em que minha turma era a letra K e eu era somente um número e não um nome. A escola tinha turmas até a letra Q, era gente pra burro na máquina de preparar alunos para o vestibular.
Eu sentava no canto da sala e todos os dias progredia na tarefa de criar um buraco na parede com minha lapiseira. O objetivo era conseguir atravessar a parede e me comunicar com o aluno da sala ao lado. Quando o professor se virava para escrever no quadro, eu cuspia papelzinho no teto usando uma caneta como canudo para formar um “mosaico”.
Imagine: eu era um aluno mediano, notas medianas e com motivação de adolescente entediado na escola. A única coisa que me passava pela cabeça era que meus pais queriam que eu fosse médico, mas com minhas notas não precisava ser gênio para saber que não ia rolar.
Eu gostava de jogos eletrônicos, decidi então que faria vestibular para informática, e como era dado como fracasso total por todos no meu entorno, só me restava fazer planos com um amigo para abrir uma lojinha de informática.
O plano era ótimo: abrir uma lojinha pequena na qual pudéssemos passar os dias jogando video-game e atendendo um cliente ou outro que viesse comprar uma caixinha de windows ou office. Formatando computadores e jogando video-game, deixando a vida me levar lentamente para o caixão. Não era para ganhar dinheiro, nem ter sucesso, era só uma desculpa para sair de casa todo dia e dizer que iríamos “trabalhar”.
No terceiro ano apliquei para medicina e num vestibular de meio de ano passei numa faculdade do interior do Rio. A faculdade era tão boa que ainda não tinha licença para funcionar, mas já tinha vestibular! E eu passei!
Fiquei apavorado com a ideia de ter que morar naquele fim de mundo. Afinal, virar médico não estava necessariamente nos meus planos. Foi então que tive uma ideia brilhante: ir para o Panamá estudar informática!
Eu só precisava convencer meus pais, arrumar um lugar para ficar e bora! Mal sabia eu que embarcaria numa jornada muito louca pelos próximos anos, mas isso é tema para o próximo artigo.
Cyber Security Analyst - SOC (Blue Team) na ISH Tecnologia
5 aParabéns
Fundador da HDMG LOGÍSTICA
5 aParabéns Ricardo.