Como os homens cuidam (ou não) da saúde mental?

Tempos atrás, num curso sobre masculinidades e saúde mental, me deparei com o seguinte dado: homens têm quase três vezes mais probabilidade de morrer subitamente que as mulheres no Brasil. Isso inclui mortes violentas, trágicas, doenças graves e também suicídio! Chocante, não? 


E isso não é fruto da genética nem da fisiologia. É totalmente cultural e socialmente construído.

Historicamente, temos um “modelo de homem” que busca superar os limites do próprio corpo  - tanto física quanto mentalmente. A entrada masculina nos serviços de saúde, quase sempre são na urgência/emergência. Ou seja: eles aguentam até não poder mais, e quando procuram o médico, já estão muito mais adoecidos. 


Outro aspecto é a maneira de expressar as suas emoções: enquanto nós, mulheres, desabafamos constantemente com familiares e amigas, os homens simplesmente guardam para si. Inclusive, nos serviços médicos, é muito mais difícil “arrancar” de um paciente homem que ele está passando por algum problema ou dificuldade que ele achar constrangedor revelar. 

Isso leva com que o sofrimento psíquico masculino se aprofunde, e traga consequências graves para a sua saúde física e mental. Por não admitir que está precisando de ajuda, é comum acabar descontando em hábitos nocivos à saúde, como o uso de álcool e outras drogas, o sedentarismo e o isolamento social. 

Como proteger a saúde mental dos homens?

Primeiro, se você é homem, espero que entenda este artigo como um pequeno lembrete: você precisa cuidar de si mesmo. Isso inclui preservar o seu corpo, a sua mente e as suas emoções. Não deixe pro ano que vem: agende uma consulta médica, faça os exames que te forem indicados. 

Não deixe de comentar com o médico coisas importantes, como: se você dorme bem, se está disposto ao acordar, se está sentindo muita irritação ou ansiedade. Não esconda caso esteja num momento pessoal difícil, seja no trabalho (ou na busca por emprego), ou no seu relacionamento. 

Cultive relacionamentos. Sim, você precisa de boas amizades, parcerias, familiares. Não basta só assistir alguma coisa junto. Fale sobre a sua vida, pergunte da vida de quem está ao seu redor, se abra para uma opinião de fora. Se você namora ou é casado, deixe seu par também saber como você se sente. Não tente “aguentar a pressão” sozinho - isso pode cobrar um preço alto demais!


Se hoje você receber uma promoção ou for demitido, para quem você liga? Tenha essa “lista de em quem pode confiar” na sua mente, e use mais. Não precisa ser numa situação extrema!

Se você é mulher, incentive seus amigos, parceiros e familiares homens a se cuidarem. Para que tenham boas práticas de saúde, e que conversem mais sobre o que estão pensando e sentindo. No seu trabalho, na medida do possível, seja uma colega acolhedora, que incentiva o auto-cuidado.

Por fim, se você perceber (ou for diagnosticado) com algum problema de saúde mental, se comprometa com o tratamento. Você não vai melhorar só ignorando os sintomas, ou esperando ter mais tempo. Pense que para cumprir com as suas prioridades, você precisa estar saudável. 

Se você é homem, me conta: se identificou com a estatística? Ou consegue ser diferente no seu auto-cuidado? Comenta comigo como é a sua relação com esse tema!

Carlos Rosa

Partner Odgers Berndtson

5 a

Show Thais , bela reflexão , faz todo sentido !!!

Gabi Gonçalo

CMO & People na Mega e CoAutora Social Selling 4.0

5 a

A pressão é grande para que sejam fortes e jamais frágeis! Ótimo texto Thais Moreira

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