COMO SE DESPEDIR DE UM TROVÃO
Todo fenômeno de grande intensidade produz ecos que originam reverberações inconfundíveis. Um simples ribombar de um trovão pode soar como um simples estouro ou ser constituído por ecos múltiplos de uma intensidade invejável. Assim era o trovão Emanoel Sobral.
Dono de uma energia muito maior que simples 220 volts, o Trovão Emanoel fazia ecoar seus mantras disruptivos, corporativos e intensos por todas as instituições por onde passou, em especial ao Sebrae. O filho de “seu” Manoel Conde Sobral e de Dona Azilda, marido de Dona Licia e pai de Felipe, Augusto, Emanoela e Monalisa, chegou no ano de 1995 para ser um dos braços mais fortes em defesa do empreendedorismo. Entre idas e vindas, foi Diretor-Técnico, Diretor Administrativo, Superintendente, amigo, parceiro, ajudante, cantor, contador de piadas, torcedor do flamengo. Antes, já havia sido prefeito de Itaporanga, Assessor na Assembleia Legislativa, Diretor do Detran, Segrase, e tantas outras instituições. Um trovão que fazia estrondo quando o assunto era defender os pequenos negócios.
E como é difícil se despedir de um trovão. Como será difícil perceber que os dias não serão os mesmos sem as palavras ditas com tanta altura e com tanta certeza. Como será difícil entender que tudo aquilo que entendíamos ele entendia mais. E que tudo o que fazíamos, por mais perfeito que fosse, precisaria fatalmente de uma melhoria.
Era um trovão que assustava, mas que sempre tinha uma palavra de atenção e de carinho. Por ser um bom amigo, solidário, líder e principalmente pela atenção que dedicava a todos que o rodeavam, qualquer um se encantava com sua determinação e alegria. Emanoel era um devoto da vida, das suas inúmeras medalhinhas penduradas no pescoço, da sua fé inabalável e das suas bandeiras indestrutíveis.
É capaz de nenhum de nós saber como se despedir de um trovão, mas sempre que vier uma chuva, acompanhada de raios e trovões e ouvirmos o som inconfundível de um trovão, Emanoel será lembrado.
André Gusmão