Como vencer os desafios da hiperconectividade e seus reflexos na saúde mental?

Você já deve ter reparado que seja em casa, no trabalho ou até mesmo no happy hour ao menos em algum momento alguém vai estar conectado(a), checando o celular, em alguma rede social ou aplicativo de mensagens.

A pandemia e a necessidade do distanciamento social nos deixou ainda mais conectados e isso não é só nos círculos de amizade, familiares ou de trabalho, mas um fenômeno mundial segundo dados do Digital Global Overview Report.

No Brasil, chegamos a 10 horas diárias conectados, ou seja, quase metade do nosso dia. Como tudo em excesso, estar conectado demais pode trazer uma série de problemas para a nossa saúde mental, desde problemas com sono e falta de atenção até ansiedade e risco maior para infarto.

Acredito que nesse ponto você deva ter se preocupado(a), mas deve estar se perguntando: será que eu sou uma pessoa hiperconectada?

Na prática, alguém hiperconectado não consegue se desligar do smartphone, computador, tablet ou qualquer outro aparelho que dê acesso a rede. Essa pessoa tem a necessidade de olhar a todo momento as mensagens e estar em prontidão para responder.

É algo muito próximo a algo que você já deve ter escutado por aí e que se chama F.O.M.O. Esse termo que vem da expressão em inglês “fear of missing out”, que em uma tradução para o português significa “medo de ficar de fora", está associada ao sentimento de ansiedade, que tem impacto tanto na rotina das pessoas quanto no trabalho.

Não interromper o trabalho para almoçar, fazer algum lanche, tomar água ou até mesmo ir ao banheiro para estar sempre conectado(a) é um outro sintoma que pode aparecer em casos mais graves de hiperconectividade. Tudo isso cobra o seu preço inclusive para a saúde mental. 

Pessoas hiperconectadas geralmente são mais irritadas, principalmente pelos altos níveis de ansiedade e estresse do constante estado de alerta. Isso por sua vez leva a hábitos alimentares desordenados, baixa qualidade do sono, falta de concentração e dores no corpo e de cabeça.

"A hiperconectividade, embora nos traga um mundo interligado, também nos desafia a enfrentar um dilema invisível. Entre notificações incessantes e a necessidade constante de estar online, muitos se veem presos em uma teia digital que, inadvertidamente, tece desafios para a saúde mental."

Todos esses sintomas dificultam o dia a dia de trabalho sem contar a sensação de baixa produtividade que aumenta a auto-cobrança, entrando em um ciclo de adoecimento mental. Mas calma, nem tudo está perdido! Tem uma série de hábitos simples que podem te ajudar a ter uma rotina mais saudável e menos on-line.

Uma dica é limitar o tempo de telas. Hoje em dia existem aplicativos e configurações dos próprios smartphones que te ajudam nessa tarefa, avisando quando você chegou no limite diário. Não precisa ser algo radical, você pode ir reduzindo aos poucos até chegar em um limite em que você se sinta confortável.

Outra dica também está ligada com o tempo, que é fazer pequenos intervalos no uso das telas para se levantar da cadeira, caminhar um pouco, alongar, tomar uma água e fazer um lanchinho. Algo que é difícil mas é fundamental: evite fazer muitas atividades ao mesmo tempo. Foque e finalize uma por vez. Isso ajudará a reduzir o estresse, ansiedade e a sensação de que o dia “não rendeu”. Inclua na sua rotina atividades “analógicas”, como cozinhar, ler livros físicos, ter contato com a natureza ou praticar exercícios.

Para finalizar o dia, busque evitar telas, principalmente a do celular, pelo menos 1 hora antes de dormir. Isso vai ajudar o seu corpo a relaxar e se preparar para uma boa e reparadora noite de sono.

Se mesmo com essas dicas estiver difícil desconectar, procure a ajuda de um profissional da área da saúde, como um(a) psicólogo(a) ou um(a) psiquiatra. Juntos vocês poderão pensar estratégias para te apoiar a manter o corpo e a mente saudáveis!