COMPETÊNCIAS: COMO INCORPORAR. BARREIRAS: COMO SUPERAR.
Incorporar competências é uma jornada intensa, cheia de desafios e permanente. É a jornada da vida.
Competência é uma palavra usada e abusada de muitas formas. Tem múltiplas conotações. Então, é bom começar com a definição que damos a ela neste trabalho.
COMPETÊNCIA é a aptidão para realizar tarefas ou funções a partir de conhecimentos (domínio de conceitos e teorias), habilidades (domínio de como fazer) e atitudes (disposição, prontidão para fazer, desejo de fazer). Uma pessoa competente em determinada tarefa ou função está apta, domina os conhecimentos e as habilidades necessárias para sua realização e tem as atitudes, a vontade, a determinação para realizá-la.
Conhecimento = saber o que fazer. Habilidade = saber como fazer. Atitude = querer fazer.
EXEMPLOS de competências necessárias para o sucesso nas relações interpessoais:
Saber ouvir ou ouvir ativamente, saber perguntar, controlar a ansiedade, aplicar inteligência emocional, administrar o tempo, fazer empatia, refletir conteúdos, refletir sentimentos. Observe que competências são identificadas sempre com verbos de ação.
A JORNADA
COMO INCORPORAR COMPETÊNCIAS
Incorporar é “colocar dentro do corpo”. Em outras palavras, internalizar, fazer com que se torne parte do seu jeito de ser.
Como a COMPETÊNCIA é composta de conhecimentos, habilidades e atitudes, é preciso saber como desenvolver cada um desses componentes.
Conhecimentos são adquiridos por meio de leituras, compartilhamento de experiências, cursos, vídeos, palestras etc. Este é o caminho da busca de conceitos e teorias sobre o que já existe em determinado campo do saber.
A análise crítica é essencial no processo de aquisição de conhecimentos. Crítica no sentido de aprofundar (conhecer as origens do conhecimento), ampliar (identificar o contexto em que o conhecimento está inserido e onde foi gerado) e clarificar (compreender de forma transparente o conhecimento) o que está sendo estudado.
Habilidades são desenvolvidas pela prática, pelo uso em situações reais dos conhecimentos adquiridos. Habilidades podem ser desenvolvidas em processos de treinamento, realizados em situações “de laboratório”, experimentais, ou nas situações reais de trabalho, no dia a dia.
Refletir sobre o que levou ao desempenho adequado ou inadequado nos exercícios, na prática, é parte fundamental do processo de desenvolver habilidades.
Atitudes são internalizadas por meio da reflexão sobre o propósito, a razão de ser, o significado das tarefas ou funções. A questão essencial é: para quê eu faço o que faço? Não é o porquê, que é o que me levou a fazer, as causas do meu comportamento. Para quê é o que eu pretendo alcançar, obter, fazendo o que faço; o foco está no futuro. Atitudes indicam a conexão emocional da pessoa com suas tarefas ou funções. Isto implica na identificação dos valores pessoais e seu alinhamento com os valores da organização em que a pessoa atua. Como a organização é um ente abstrato, a identificação se dá com os valores das pessoas que lideram a organização, como a dirigem e os resultados que almejam alcançar.
Nas organizações mais avançadas, o propósito e os valores são definidos com a participação de todos os stakeholders, os grupos de interesse.
BARREIRAS À INCORPORAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
São as dificuldades que se interpõem entre o desejo de desenvolver as competências e a efetiva incorporação delas. Podem ser externas ou internas.
Barreiras externas são aquelas interpostas por outras pessoas ou circunstâncias fora do domínio de quem busca desenvolver competências.
EXEMPLOS: postura autoritária de líderes, cultura organizacional fechada a novas ideias, desastres naturais, crises econômicas.
Barreiras internas são as que estão na própria pessoa, fazem parte da sua história, suas experiências, seu momento de vida.
EXEMPLOS: seus modelos mentais, sua forma de perceber o ambiente social, seu grau de autoconfiança, seus preconceitos, seus conhecimentos cristalizados (que não têm flexibilidade e não permitem evolução), suas convicções, crenças, verdades.
COMO SUPERAR AS BARREIRAS
A superação de barreiras exige ação consciente, determinada e, muitas vezes, paciente. É uma jornada com muitos altos e baixos, mas que sempre rende aprendizados significativos.
As barreiras externas podem ser superadas quando a pessoa se percebe como agente de mudança e que contribui com a evolução dos ambientes em que atua. Para ter sucesso a pessoa precisa da capacidade de envolver outras pessoas, demonstrar a importância da superação das barreiras e obter seu comprometimento com uma jornada de evolução (leitura sugerida: O Caminho do Herói Cotidiano). Ao mesmo tempo, a pessoa precisa estar ciente de seus vieses e contar com os pontos de vista de outras pessoas para se certificar de que suas interpretações da realidade e suas propostas estão no caminho apropriado para a situação.
EXEMPLO: promover brainstorming de perguntas “e se …” para identificar caminhos para evoluir, sair da situação crítica.
As barreiras internas podem ser superadas pela busca das causas raiz, das origens delas. Isto pode ser feito num primeiro momento com reflexões individuais, solitárias, que levem a uma autoanálise. Depois disso será fundamental dialogar com e obter o apoio de pessoas que possam ajudar nessas reflexões para favorecer a crítica (aprofundamento, ampliação, clareza) e a definição de caminhos para a superação.
EXEMPLOS: praticar meditação, yoga; fazer retiro, conversar sobre caminhos para a evolução pessoal. Essas conversas podem ser feitas depois de todos os envolvidos terem assistido um filme ou lido um livro sobre jornadas pessoais de evolução. (Sugestões: os filmes Um Golpe do Destino, Duas Vidas, Feitiço do Tempo. O livro Os Caminhos de Mandela.)
Incorporar competências é um processo cheio de ganhos e perdas, de aprendizados e desaprendizados, de tentativas, erros, acertos e reflexões sobre eles. Um processo de evolução consciente e de busca de realização do propósito de vida.
Como você pode planejar seu autodesenvolvimento para incorporar novas e melhores competências? Especialmente competências no relacionamento interpessoal?
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