Competências comportamentais: por que são tão importantes?
O LinkedIn é um laboratório muito interessante para analisar – mesmo que superficialmente - o padrão de comportamentos dos profissionais e a maneira como as pessoas interagem com os conteúdos que são postados.
Nas últimas semanas, postei algumas publicações no feed para entender como os meus colegas de Recursos Humanos estão investindo na carreira. É curioso notar que a maioria já possui pós-graduação (ou pretende fazer em breve), MBA, cursos extra-curriculares e estudam inglês, como forma de melhorar a qualificação técnica para o mercado de trabalho. Claro que esses investimentos são imprescindíveis, mas aí quando perguntei se também investem na parte comportamental, não obtive uma única resposta hehehehehehehehe. Aí me pergunto: será que é um tabu falar das competências comportamentais?
Vamos retomar um pouco o conceito das competências. A definição básica diz que “Competências são o conjunto dos conhecimentos, habilidades e atitudes de um indivíduo”. Indo um pouco mais além, a Profª Maria Tereza Fleury traz uma definição mais específica de Competência:
“Saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”.
Partindo desse pressuposto, temos que, para além do conhecimento técnico, de nada adianta o profissional saber (conhecimento) e saber fazer (habilidade) se não colocar em prática de modo que traga resultados para si e para a organização. É justamente o “querer colocar em prática” que define o comportamento – a terceira parte da competência, pensando como um todo (e não separando em técnica e comportamental).
Todos os coachees da área de Recursos Humanos que atendi recentemente apresentavam algum gap comportamental. A maior parte desses casos era relativamente simples, mas que reflete o excesso de qualificação técnica e pouco investimento em comportamento/atitude: pessoas com excelente bagagem de formação, mas que não conseguiam aplicar tudo o que sabiam/aprenderam no dia-a-dia da empresa. Falando por mim, eu também me pego nessa “armadilha” às vezes: acho que preciso de mais um curso, mais uma formação, quando na verdade é só parar, respirar, buscar o repertório de conhecimento e pensar em alternativas de como aplicá-lo. Mas às vezes fazer esse exercício sozinho pode ser complicado, por isso a ajuda externa pode ser muito bem-vinda (e se isso acontece com você, não sinta vergonha ou receio de procurar auxílio).
Retornando ao LinkedIn, vejo que muitas das pessoas que estão buscando recolocação seguem um mesmo padrão: fazem uma lista de todas as suas qualificações técnicas – formações, cursos, experiência na área, idiomas, vivência no exterior – mas não explicam como todo esse arsenal foi utilizado anteriormente ou como pode agregar valor à próxima empresa. Ou seja, o diferencial para aprovar um candidato em um processo seletivo, na maior parte dos casos, é comportamental. Ao menos nos processos que conduzi, os finalistas sempre tinham o mesmo nível de conhecimento e formação. A diferença era sempre um comportamento um pouco mais adequado ao que empresa estava precisando.
Por isso sempre insisto: conhecer a si mesmo é fundamental para obter sucesso na carreira – seja em Recursos Humanos ou em qualquer outra. Somente a partir do entendimento de como funciona o nosso comportamento é possível traçar uma estratégia de desenvolvimento sustentável, em longo prazo, da carreira. Do contrário, vamos continuar andando em círculos, mesmo que com um repertório técnico invejável.
Cláudia Feijó - Consultora em Gestão Estratégica de Pessoas e Coach de Carreira
Coordenadora de RH na Wittel
7 aParabéns pelo artigo é tudo muito real e presente no dia a dia mesmo. Amei o texto e me incentiva ainda mais a melhorar sempre!! Obrigado!
Coordenadora R&S | Leader Tech Recruiter | Experiência da Pessoa Candidata | Consultora de Carreira
7 aPerfeito Claudia, faço terapia a 5 anos, já era uma profissional a mais de 11 anos e o meu crescimento profissional foi muito maior nos últimos 5 anos, quando comecei a me conhecer, identificar o porque de cada atitude e de até julgamentos, a importância da empatia no dia a dia, inclusive vejo essa competências essencial para qualquer área, a base para um bom trabalho em equipe, na iniciativa, no planejamento e até no comprometimento, entender a si para entender ao outro, vai além de qualquer qualificação técnica. Amei o texto :)
Recursos Humanos | Recrutamento e Seleção | Gestão de Pessoas | Business Partner | Generalista 💡
7 aParabéns pelo artigo Cláudia ! Acredito muito que podemos atrair ótimos profissionais se olharmos além do evidente. Conhecimento, habilidades e atitudes estão lado a lado sempre.
Headhunter Specialist | Executive Search | Psicólogo |
7 aCláudia Feijó, parabéns pelo artigo.
Diretor de RH na K12 Serviços
7 aParabéns pelo artigo e por colocar o dedo na ferida, Claudia! Tenho comentado que, embora a analogia não seja assim bonita, tudo é uma questão de saber se vender. De nada adianta citar que tem Excel Avançado, Inglês Fluente, Pós Graduação em determinada área... Se não demonstrar os resultados que já trouxe para a empresa. É isso aí!