A COMUNICAÇÃO POR AÇÃO COMO FERRAMENTA DE INOVAÇÃO
O diálogo entre clientes e empresas é muito mais relevante que o volume de pessoas que seguem uma marca. É nítido que a publicidade perdeu a capacidade de, isoladamente, sustentar com solidez a posição das marcas. Ao deixar de lado o poder do relacionamento pela simples divulgação de promoções, as marcas cometem o mesmo erro que está matando a mídia tradicional: colocam seus interesses à frente dos interesses dos seus clientes.
E percebe-se o aumento do poder do cliente com a concentração do poder de compra e a extinção do mercado de massa. Eles, clientes, desejam relação, diálogo, proximidade, substância, autenticidade, conteúdo com significado e ética. Observamos que o protagonista passou a ser o indivíduo, que está se sentindo cada vez mais empoderado a falar, expressar e, principalmente, mostrar a forma como ele quer se relacionar com a sua marca.
Abriu-se as mudanças de paradigmas, que valorizaram as formas associativas de comunicação, que vinculam as marcas com atividades e causas de interesse de seus públicos, um modelo de construção horizontal, empresa e consumidor, valorizando um espaço que emerge para outras manifestações; ambos construindo algo juntos, porém sem usar recursos da maneira oportunista.
Transmitir a identidade de uma marca, por exemplo, com temas mais relevantes como a arte, a cultura, através de um público que se sinta inspirado, emocionado pela empatia da empresa, sensibilizam pessoas. A arte confere prestígio a qualquer ação mercadológica de uma marca, é uma fonte inesgotável de valor e, agregar e expressar valor são as principais demandas de comunicação na atualidade. Prestar atenção aos movimentos culturais permite com que os profissionais de marketing consigam prever as direções nas quais seus mercados estão mudando, especialmente agora durante a pandemia. Perceber, por exemplo que, com o apoio das artes, elas se tornam agentes transformadores e por consequência cativam fãs e não apenas clientes.
Porém, o tempo em que acertar numa ação de “Marketing Cultural” investindo recursos, antes da concorrência, no patrocínio de projetos culturais ligados a alguém famoso pelo simples fato de ter a imagem da empresa ligada ao artista (colocando muitas vezes seus interesses à frente dos interesses dos seus clientes) permanece válido? O entendimento de que projetos que movimentam maior contingente de públicos, geram maior exposição de marca e oferece maior retorno à imagem da empresa pode estar equivocado.
E quanto a Inovação? Se pensarmos que, na cultura as empresas poderão encontrar toda a espécie de valores, logo as empresas que desejem expressar atitudes verdadeiramente coerentes com seu público, sempre será possível encontrar uma atividade cultural correlata aos valores que elas, empresas, poderão transmitir, como uma qualificação de marca, uma aproximação de público nichado ou mesmo a criação de comunidades em que atua (e de onde vem seus colaboradores, clientes, fornecedores e demais públicos), trazendo algum tipo de Inovação em Design de Comunicação por Ação.
Imaginem quanta inovação pode ser criada dentro dessa linha de atuação e quantos benefícios as empresas podem gerar, baseado neste processo de troca/transferência/apropriação de valores, operando em campos de interesse efetivo de seus públicos, incorporando atributos autênticos, alinhando sua marca à diversidade de estilos de vida e gerando visibilidade qualificada.