Condições macroeconômicas desafiadoras forçam as empresas a recalibrar sua estratégia de negócios.
Não é novidade que grandes empresas do varejo nacional vêm sofrendo grandes perdas diante do cenário macroeconômico desafiador. O impacto advindo da escalada e manutenção da taxa básica de juros em torno dos 13% têm causado estragos relevantes nos resultados de grandes empresas do varejo, que vêm operando com um elevado nível de alavancagem. A busca pelo aumento de eficiência operacional se torna uma das grandes prioridades nesse contexto.
Ao avaliarmos a curva de vendas totais e lucro líquido da Magalu por exemplo, notamos um sério descolamento de ambas as trajetórias. Apesar da empresa ter conseguido expandir seu nível de faturamento, a lucratividade mergulhou a atingiu prejuízo total de R$391 milhões no fechamento do primeiro trimestre de 2023.
A comparação entre os DREs 1T21 e 1T23 mostra alguns dos desafios que impactaram o lucro líquido, entre eles o aumento significativo das despesas operacionais, depreciação e amortização e das despesas financeiras. Em suma, ao passo que a receita bruta subiu de R$10,1 para R$11,3 bilhões, o lucro líquido saiu de R$258,6 milhões para um prejuízo de R$391 milhões.
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Ao contrastar essas evoluções com a curva da taxa básica de juros brasileira, nota-se que o resultado positivo do 1T21 coincide com o período de juros mais baixos ao passo que o último resultado sofre grande impacto da ascensão da taxa básica.
Nesse contexto, as empresas focarão principalmente em iniciativas que estejam ligadas a seu controle mais direto, como reestruturação, em busca de ganhos de eficiência operacional. Tais medidas envolvem por exemplo a reavaliação das estratégias de produtos e canais. Uma observação divulgada pela Magalu em seu último relatório é que pedidos com valor baixo geram perdas devidos ao alto impacto dos custos de distribuição e entrega. Assim, a priorização de vendas de valor mais elevado gerará melhores resultados.
No geral, diante de um contexto tão desafiador como o que enfrentamos, as empresas precisarão de muita competência, inovação e resiliência para se readequarem aos obstáculos que enfrentam. Elas deverão se manter muito firmes às suas principais habilidades e competências, mas sempre com uma mente aberta que permita adaptações e mudanças em busca de maior eficiência operacional.