Confissões de uma ex-desempregada

Confissões de uma ex-desempregada

Decidi escrever esse artigo para contar o que passei durante esse período em busca da recolocação.

Porque passei por algumas coisas que acredito que podem ajudar alguém.

Seja na forma de experiência ou só para dar umas risadas mesmo.

Vocês lendo as coisas que aconteceram comigo

Mas principalmente para aqueles que me acompanham por aqui e gostam do meu conteúdo, vou contar uma mudança que vai rolar por aqui.

Já aviso que vai ser longo, mas se você gosta dos conteúdos que posto aqui eu te peço por esse esforço.

Vai ser mais legal que Duna 1.

Para mim pelo menos foi.

(Fãs de Duna não me cancelem, eu espero que o 2 seja mais interessante).

Paz e amor fãs de Duna


Então vamos começar do começo.

Eu fui demitida

No dia 31 de outubro de 2023, eu passei por um layoff ou bruxoff, como eu mesma apelidei.

(Dia 31 também é o dia da reforma protestante, mas não consegui criar uma piada relacionada a esse evento, desculpe desapontar).

Durante a "reunião" me disseram que era por conta de desempenho.

No começo, isso não me afetou porque eu nunca tinha ouvido isso do meu chefe direto, pelo contrário.

Eu: tá legal, mas não acredito em você

E muito menos dos clientes com os quais eu trabalhava.

Mas conforme os meses foram passando e a recolocação não chegava eu comecei a suspeitar que fosse verdade.

Talvez o meu trabalho não fosse bom o suficiente.

Ou não tinha cursos e conhecimentos que importassem.

Se não fosse a minha fé, eu acho que eu tinha pirado.

Enquanto isso, as responsabilidades (também chamadas de boletos e gastos inesperados) continuavam a surgir.

As responsabilidades não tem paciência

E eu considerei procurar outros empregos que não tivessem ligados à segurança e muito menos à conscientização.

E aqui, nos pausamos essa parte da história.

Porque preciso falar sobre um capítulo cômico desta jornada.

Que foi o que me levou a considerar largar a conscientização.

Vagas, entrevistas e uma ideia.

Vagas

Só quem está em um busca de um novo emprego sabe o show de humor que são as vagas disponíveis no mercado.

Quando eu comecei a minha busca eu não sabia se eu dava risada ou chorava.

Vagas com descrições super vagas.

Desculpe, eu precisava fazer essa piada.

Salários e nome de empresas confidenciais.

Porque gente? O emprego é para trabalhar com o Will Smith na MIB?

Ou na O.W.C.A com o Perry o ornitorrinco?

Eu queria muito entender essa coisa de confidencial.

Vagas classificadas como home office, mas no descritivo deixam claro que são presenciais ou híbridas.

Então esquece usar filtro de busca porque o povo não sabe classificar a vaga.

1001 qualificações que você sabe que não são necessárias, mas o robozinho que lê os currículos acha que são.

E as milhares de vagas para área de conscientização que usam a capa de invisibilidade do Harry Potter.

As vagas de conscientização devem estar por aí, mas você não consegue ver.

Entrevistas

Nesse processo, eu também fiz algumas entrevistas.

Entre essas entrevistas, eu fiz algumas que eram para vaga nenhuma.

Pois é, terminava a entrevista e a pessoa falava para mim:

"Gostei muito de conversar com você, mas ainda não temos vagas abertas, quando abrir eu te aviso".

E não foi uma só não, tá?

Em uma dessas, foi que tive A ideia, mas vou falar dela em breve.

Primeiro, eu tenho que falar sobre a que mais me impactou.

Uma pessoa me chamou para uma conversa.

Eu, com selinho de "Open to Work" só podia imaginar que era uma conversa para proposta de emprego, né?

Óbvio né?

Na conversa, a pessoa disse que estava pensando em abrir uma área de conscientização na empresa dela, mas não sabia muito bem como.

Na hora, eu pensei:

"É minha oportunidade, vou responder todas as dúvidas, a pessoa vai me achar incrível e me contratar para assumir essa área."

Eu sei, a culpa é minha por criar expectativas, mas eu criei.

No meio da conversa, eu percebi que eu estava dando uma consultoria de conscientização de graça.

No final, a pessoa me agradeceu e desejou sorte na minha recolocação.

Não fiquei magoada, só chocada, mas tinha que contar esse relato porque acho que merece ficar registrado para as futuras gerações.

Ideia

Em paralelo a essas entrevistas, eu estava recebendo convites para trabalhos freelancers.

Pessoas me perguntavam se eu não poderia fazer conteúdos para empresas delas.

Outras queriam usar os conteúdos que eu já postava aqui em suas próprias conscientizações.

Tá postado aqui então é grátis né?

E um dia eu vi a postagem aqui no linkedinho de uma empresa divulgando vagas para criação de conteúdo de segurança.

Mandei meu currículo e logo fui chamada para entrevista.

A pessoa elogiou muito meu trabalho, mas disse que infelizmente não tinha vaga aberta (again).

Eu não podia acreditar, eles divulgaram a vaga, fizeram postagem, me chamaram para entrevista e tudo para não ter vaga?

Mas antes de finalizar, a moça me disse:

"Se eu fosse você, eu venderia esses conteúdos que você faz, tem muita empresa que compraria. No futuro, você pode até fazer uma parceria com a gente."

E eu considerei isso como um sinal.

Um monte de gente pedindo freelance.

Pessoas usando o meu conteúdo de graça nas empresas.

E agora essa moça (que deveria querer me contratar) me aconselhando a vender meus conteúdos...

Pensei: "É isso, vou vender meus conteúdos."

Criei os roteiros e o design.

Inicialmente, só sobre um tema, só para ver como as coisas iriam rolar.

Ainda bem que fiz isso.

Eu tinha planejado lançar após a minha série de artigos sobre conteúdo de conscientização.

Mas no dia eu assisti um vídeo desses gurus de marketing digital.

Ouvindo os conselhos, vi que talvez aquele lançamento não daria certo.

Que eu deveria tratar os conteúdos como produto e não lançá-los soltos, mas sim em um kit.

Se você me acompanha, já sabe o que nasceu aqui, né?

O kit "A cereja da segurança" nasceu.

Segui as propostas de lançamento dos gurus de marketing.

Fiz postagens, divulguei...

E deu resultado, tá?

Meu chat no likedinho

Muita gente me mandando mensagem, interessado, querendo comprar, pedindo para mandar o link quando eu lançasse.

Eu fiquei super feliz, é lógico.

Mas quando chegou o grande dia do lançamento, nada aconteceu.

Todas as pessoas que estavam mais empolgadas do que eu, sumiram.

Não sei delas até hoje.

Avisei do lançamento como pediram, mas simplesmente desapareceram.

Para quem já estava acreditando naquele "feedback" de demissão por conta da dificuldade com as entrevistas, lançar um produto com zero compras só ruiu ainda mais a minha confiança.

Um mês se passou e nada de compras.

Pensei por um momento que era a questão de nota fiscal.

"Eu não tenho CNPJ, então as pessoas devem estar com medo de comprar."

Mas se fosse isso, elas teriam ao menos perguntado da possibilidade, né?

Então, eu não me dei nem ao trabalho de abrir um CNPJ.

Eu simplesmente concluí que a ideia e o kit foram um fracasso e desisti.

Eu só desisti

E não tenho vergonha de dizer isso.

Às vezes até nossas derrotas glorificam a Deus.

Para ser justa eu fiz sim uma venda.

Uma só mesmo.

E no ponto que eu já estava prestes a fechar o site e não pagar mais a plataforma de venda.

Ah, mas os freelancers?

Você pode não acreditar, mas eles sumiram também.

Todos que vinham com a proposta para um trabalhado freelancer sumiam.

Após o primeiro contato, eles nunca mais retornavam.

Quando alguém vinha com a proposta de freela eu já não levava mais a sério.

Apenas um eu consegui ir adiante e fazer até uma reunião.

Mas eu já estava no estágio das responsabilidades não conseguirem esperar essas coisas darem certo.

Eu precisava de algo que me desse uma garantia para arcar com as responsabilidades que estavam surgindo.

Então eu soltei a mão da conscientização e comecei a procurar outros empregos.

Procurei por vagas de recepcionista e auxiliar administrativo, como comentei anteriormente.

A conscientização me deixando ir sem remorso

Mas Deus é muito bom, quando eu estava prestes a fazer essa "transição de carreira", uma seguidora me indicou para o seu chefe e consegui minha recolocação.

Mas essa história não vou contar aqui.

Pelo menos não por enquanto.

Tá, mas o que o perfil e os conteúdos tem haver com isso tudo?

Amigo, se você chegou até aqui parabéns.

Você já pode marcar que já leu um livro esse ano.

Eu sei que está longo, mas prometo que já está acabando.

Bom, esse período de recolocação me fez refletir muito sobre esse perfil.

Eu amo esse perfil.

Amo os conteúdos que eu posto e a marca que criei.

Eu acredito, e me corrija nos comentários se eu estiver errada, que quando você vê de relance a capa de um dos meus carrosséis você já sabe que é meu conteúdo, estou certa?

As minhas cores, as referências de cultura pop, até meus erros de português.

Foi graças a este perfil (e a Deus logicamente) que eu encontrei meu antigo emprego e agora este que estou.

Mas não é fácil.

Quando eu estava no antigo emprego, para manter a frequência de postagens aqui de 1x por semana eu criava conteúdo no sábado ou no domingo.

Eu tinha trabalhado a semana toda escrevendo roteiro e chegava no final de semana e eu escrevia mais para postar aqui, além de fazer o design.

Eu não dava tempo suficiente para minha mente descansar.

Apesar de ser conteúdo de segurança, isso aqui envolve escrita.

Eu assim nos finais de semana

E escrita envolve criatividade.

Não dá para criar conteúdo como se eu fosse uma trabalhadora na revolução industrial.

E a busca por um novo emprego desgastou minha relação com o perfil também.

Eu coloquei uma pressão enorme que eu tinha que produzir o máximo que eu podia pra cá.

Só assim mais pessoas me conheceriam e mais oportunidades eu conseguiria.

Eu cheguei ao ponto que eu não queria abrir o aplicativo do linkedinho.

E agora que consegui minha recolocação (graças a Deus), eu quero fazer as coisas diferente.

Eu não quero mais perder meus finais de semana produzindo conteúdo.

"Ah, mas é rapidinho".

Pode ser pra você, mas pra mim leva tempo pensar em um roteiro legal.

Leva tempo fazer uma arte que fique ao menos apresentável (sem nenhuma experiência em design).

Então você vai largar esse perfil?

Não.

Eu já falei, eu amo esse trabalho que desenvolvi aqui.

Isso quer dizer que eu vou produzir menos.

Muito menos.

Eu vou postar quando conseguir.

Talvez você não me veja por uma ou duas semanas.

Uma hora eu apareço de novo

Mas, pelo menos uma vez por mês eu vou tentar postar algo por aqui.

Sem me gabar, mas não é como se eu ainda tivesse que estabelecer esse perfil.

Tem gente que acha que comecei a postar semana passada, mas eu já faço isso aqui há 2 anos.

Eu já completei o bingo de criação de conteúdo, quer ver?

  • Já tive um conteúdo que viralizou;
  • Fui chamada para participar de um podcast;
  • Eu já fui cancelada por um conteúdo;
  • Fiquei um tempo fora devido ao cancelamento e voltei;
  • Tive 2 posts destacados no LinkedIn Noticias.

Acho que já fiz muita coisa, é justo poder dar uma desacelerada, né?

Espero que compreendam e não me abandonem.

Quando virem as minhas cores ou meu selinho rolando no feed parem para dar uma olhada no post como costumavam fazer.

O linkedinho é cruel com quem fica sem postar por pelo menos uma semana.

Mas eu preciso ir mais devagar, espero que entenda.

Bom se você não está mais aguentando ler eu digo que eu não aguento mais digitar.

Fiz esse artigo com essa intenção.

Se ficou alguma dúvida deixa um comentário eu prometo que respondo.

Até mais!



Estela Cezário

Estagiária em Assessoria de Imprensa na Rede Globo

9 m

Como eu fico feliz com sua recolocação, Rebeca! Você é incrível, desejo todo sucesso do mundo sempre.🤍

Leticia Freitas

Security Awareness & Training Expert | Cyber Security | Human Risk Management | GRC

9 m

Muito legal o seu texto (e desabafo). Amei os gifs.♡ Sucesso no seu novo desafio, Rebeca Silva.

Wanderley Cabral

Especialista em Segurança da Informação | GRC | Governança, Risco e Compliance | Cybersecurity | Gestão de Pessoas | Gestão de Projetos | Privacidade de Dados | ISO 27001 | ISO 27701 | NIST | LGPD

9 m

Rebeca Silva , eu admiro demais o seu trabalho, fico feliz por você ter se recolocado. Sucesso na nova etapa e estarei por aqui te acompanhando!

Wanderley Cabral

Especialista em Segurança da Informação | GRC | Governança, Risco e Compliance | Cybersecurity | Gestão de Pessoas | Gestão de Projetos | Privacidade de Dados | ISO 27001 | ISO 27701 | NIST | LGPD

9 m

Rebeca Silva , eu admiro demais o seu trabalho, fico feliz por você ter se recolocado. Sucesso na nova etapa e estarei por aqui te acompanhando!

Deise Garcia

Analista de Segurança da Informação em Governança, Riscos e Conformidade | ISO 27001 | ISO 31000 | Proteção de Dados | @Banco Master

9 m

Adorei o texto, feliz demais por estar recolocada, sucesso Rebeca! Nunca permita que outras pessoas te façam duvidar do seu potencial 🚀

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